Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Mentiras, Factóides e Aberrações em matéria sobre Lamarca

ACORDA BRASIL - AÉCIO NEVES 45


     Por  Marco Antonio Esteves Balbi  O Blog Movimentos, direitos, ideias do jornalista Roldão Arruda, colunista do jornal O Estado de São Paulo e neste hospedado, publicou no dia 17 de outubro a notícia: Tribunal reconhece direito de Lamarca à promoção.            A matéria, que contou com a participação de Fausto Macedo, está eivada de mentiras, factóides e aberrações que me custa acreditar, como leitor diário, que ela tenha efetivamente contado com o autor do Blog, jornalista experiente, e que tenha passado pelo crivo crítico dos editores do jornal. Ela foi postada tarde da noite; então é possível que todos estivessem cansados, com sono, após um extenuante dia de trabalho e não tenham se apercebido dos absurdos dela constantes.
As primeira mentiras já surgem no subtítulo. "Executado em operação da ditadura"! Lamarca morreu numa troca de tiros com a equipe que pretendia prendê-lo. Além disso, o Brasil não viveu sob uma ditadura, mas sim sob um regime de exceção. O ano era o de 1971, com a guerra interna, 1968/1974, deflagrada pelos comunistas, subversivos e terroristas para a implantação da ditadura do proletariado nos moldes cubano, soviético, chinês, albanês ou outros menos votados, estava em na sua fase intermediária.

            A seguir a notícia informa da decisão sobre o direito à promoção ao posto de coronel, com remuneração do posto acima. Prossegue dizendo que a decisão pôs fim a um tabu para o Exército que ele seria um desertor. Não há nem houve tabu algum: para o Exército, Instituição e pessoas, Lamarca foi e sempre será considerado um desertor, por mais que queiram revisar a história. Não há outro substantivo para designar o ato que praticou, indigno em qualquer Força Armada de qualquer país do mundo.

            Ao descrever a data da morte e a idade do falecido à época, repete a mentira da execução e descreve que ele foi cercado por "agentes da chamada Operação Pajuçara"! Vamos por partes! Lamarca, na companhia de "Zequinha", embrenhara-se na mata. Dois agentes deles se aproximaram e ocorreu o confronto. Foi o coroamento da Operação Pajuçara deflagrada para desarticular e prender toda a cúpula da organização a qual Lamarca pertencia e que havia fugido para a Bahia, desde sua capital Salvador, até se homiziar no sertão, sendo monitorado por ações de inteligência.

            Na continuidade da notícia o jornalista usa uma figura de romance: "dois anos antes (1969) ele havia ABANDONADO suas atividades no 4º RI para juntar-se a grupos de esquerda que propunham a resistência armada à ditadura." Parece coisa de burocrata, abandono de emprego, seria isto? O jornalista abandonaria o seu emprego no Estadão para, sei lá, tirar um ano sabático? E as consequências deste abandono? Um profissional formado na carreira das armas não abandona, demite-se ou deserta. Cooptado por um sargento comunista, juntou-se a vários grupos que propunham a implantação de uma ditadura e não mera resistência ao regime de exceção.

            Não nos esqueçamos que o "abandono" do trabalho foi feito com um carregamento de armas da unidade em que servia. O jornalista vai abandonar o emprego para curtir um ano sabático e aproveitar e levar alguns equipamentos do jornal, tablets, máquinas fotográficas, celulares?

            Segue-se mais uma afirmação romanceada, "histórico militar brilhante" conclusão retirada de alguma citação elogiosa transcrita nas folhas de alterações. Todos os que com Lamarca conviveram na carreira das armas, sejam chefes, pares ou subordinados, afirmam que ele não se distinguia por nenhum atributo excepcional. Era um oficial normal, mediano no cumprimento de suas atribuições, como o são quase todos, fora aqueles excepcionais. Não caros jornalistas, Lamarca não era brilhante.

            Para pasmo geral, parece-me que nos autos consta que ele não foi considerado desertor, mas caiu na clandestinidade porque sofria ameaças no quartel. Esta é uma mentira deslavada. Não era do conhecimento de membro algum da unidade, a não ser do sargento que o cooptava, que ele exercia qualquer atividade ilícita. Caso alguém soubesse Lamarca teria sofrido os rigores dos regulamentos ou da lei, jamais seria simplesmente ameaçado.

            Mas, as coisas sempre podem piorar. Eis que entra em cena a advogada. Surpresa: ela pertence ao escritório do Dr Luiz Eduardo Greenhalg! Associaram? Ele mesmo, bastante afortunado membro do PT, ex-deputado, que sempre abocanhou 9 entre 10 causas dos "presos políticos"! Que bela taxa de sucumbência para cada causa vencida! E aí a causídica utiliza-se de todo aquele linguajar juridiquês pomposo e ininteligível para a maioria dos mortais para justificar o injustificável!

            Acho que, para finalizar, poderia citar Millor Fernandes! Foi um investimento! Para quem traiu, roubou, assassinou, ser promovido e fazer jus aos proventos do último posto da carreira, seria, mal comparando, o nosso jornalista sabático, retornar na posição de diretor do jornal.

            Será que o jornal ou os jornalistas Roldão Arruda e Fausto Macedo vão rever a matéria? Existe vasta bibliografia séria que relata as atividades de Lamarca e que poderiam compor uma reportagem digna do padrão Estadão do Dr Mesquita. Até mesmo entrevistar um dos agentes que travou o combate final e que encontra-se aqui entre nós.

            Foi uma decisão lamentável da justiça e espero que ainda haja a possibilidade de recurso para revê-la. Mais lamentável, ainda, foi a matéria publicada pelo jornal.




FONTE AVERDADESUFOCADA

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