Manter médico no interior do AM custa até R$ 120 mil por mês, diz Exército
Situada
a 851,23 km de distância de Manaus e na faixa de fronteira com a
Colômbia, o município de São Gabriel da Cachoeira enfrenta inúmeras
dificuldades para dispor de serviços básicos como, por exemplo,
atendimento de saúde. O problema ocorre devido aos custos elevados e a
recusa dos profissionais em atuar na região. Para atuar na única unidade
hospitalar da rede pública da cidade, cooperativas médicas chegam a
cobrar R$ 120 mil por mês por anestesiologista.
São
Gabriel da Cachoeira possui um Hospital Militar gerenciado pelo
Exército Brasileiro por meio de convênio com o Governo Amazonas, que
atende 40 mil pessoas no município.
Segundo o general de divisão, Guilherme Cals
Theophilo, comandante da 12ª Região Militar, para dispor de um médico
anestesiologista o custo mensal com o salário do especialista chega a R$
120 mil. "Para colocar um anestesista no Hospital de São Gabriel da
Cachoeira, nós estamos com dificuldades porque não temos militares com
essa especialidade. A cooperativa de anestesista nos cobrou 120 mil
reais na primeira sondagem e na segunda R$ 112 mil. A princípio temos um
contrato até fevereiro pago pelo governo do Amazonas pelos serviços
desse médico civil", revelou o general.
General
de divisão, Guilherme Cals Theophilo, explicou que o valor é imposto
pelas cooperativas. "Não existe mais opção de contratar um único
anestesista, eles estão fechados em cooperativas e colocam o preço que
acham justo", contou.
O comandante da 12ª
Região Militar enfatizou que sem esse especialista os atendimentos do
hospital ficam inviabilizados. "A média diária de partos é entre três e
quatro partos, muitas vezes é preciso o anestesista para realizar
cesariana ou em caso de eventual complicação no parto que precise de
intervenção cirúrgica", destacou general Theophilo.
Na
avaliação do general, o atrativo de atuar na capital e nos grandes
centros urbanos tem gerado barreiras na contratação de profissionais,
influenciando ainda nos custos com salário. "Então interiorizar a
medicina no Amazonas estar sendo nosso principal problema. Temos
conseguido graça aos médicos militares que são transferidos com algumas
vantagens e poucos civis que tem motivação de ir para as fronteiras",
relatou o comandante.
O Hospital de São
Gabriel da Cachoeira atende os militares e a população por meio do
Sistema Único de Saúde (SUS). O governo do Amazonas entra com a parte de
infraestrutura, já o Exército fornece a parte material e os
profissionais.
O G1 contatou o Sindicato dos
Anestesiologias do Amazonas, mas não obteve resposta sobre o valor
cobrado para contratação de profissionais no interior do estado.
Fonte: G1
0 comments:
Postar um comentário