Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Crise da burca na Filadélfia

Escrito por Daniel Pipes
 Praticamente qualquer cidade no Ocidente, a qualquer hora, poderia passar pelos mesmos problemas da Filadélfia

Filadélfia, cidade em que eu moro, tornou-se tranquila e discretamente a capital do mundo Ocidental em que o traje islâmico feminino favorece a prática criminosa.

Primeiramente uma explicação sobre as indumentárias islâmicas, todas com a tendência de serem chamadas de véus em inglês, podem ser classificadas em três categorias. Algumas cobrem parte do corpo (abaya, hijab, xador, jilbab ou khimar), principalmente o cabelo, pescoço e ombros, mas revelam o rosto e a identidade da mulher, algumas cobrem o rosto (o yashmak) mas mostram as curvas do corpo enquanto outras cobrem o corpo todo, inclusive a identidade e o sexo da pessoa. O yashmak, nosso tópico de hoje, seria melhor descrito como manto para cobrir o corpo inteiro do que simplesmente um véu: que por sua vez é subdividido em dois tipos, os que cobrem a pessoa completamente (a chadari ou burca) e os com uma fenda para os olhos (haik ou nicab).
Pelas minhas contas, a região da Filadélfia sofreu 14 roubos (ou tentativas de roubo) de instituições financeiras nos últimos seis anos em que os ladrões fizeram uso dos mantos islâmicos que cobrem o corpo inteiro. Ocorreram em janeiro de 2007, junho de 2007, maio de 2008, novembro de 2009, outubro de 2010 (dois), fevereiro de 2011, junho de 2011, dezembro de 2011, janeiro de 2012, março de 2012 (dois) e abril de 2012 (dois). O ataque mais violento ocorreu em 3 de maio de 2008, quando o sargento de polícia Stephen Liczbinski foi morto com uma AK-47 em um tiroteio após um roubo em que os bandidos trajavam burcas; na sequência a polícia matou um dos criminosos.
Conforme destaca David J. Rusin do Middle East Forum em sua detalhada pesquisa envolvendo crimes com o uso de burcas na Filadélfia, a vestimenta muçulmana leva duas grandes vantagens sobre outras formas de disfarce: primeiro, muitas mulheres com o corpo coberto por inteiro, andam pelas ruas sem nenhuma intenção criminosa, proporcionando com isso, inadvertidamente, dissimulação para ladrões; quanto mais coberto estiver o corpo mais facilitará a atividade criminosa. segundo, a própria estranheza e desagradabilidade desses trajes propiciam àqueles que os usam, inclusive criminosos, um nível extraordinário de proteção. Como em outros casos (três aquisições de bebidas alcoólicas por um menino de 14 anos vestido com uma burca em lojas de bebidas no estado de Toronto, esquivamento de mulheres muçulmanas das vistorias nos aeroportos canadenses), encarregados tão receosos de serem acusados de racismo ou de "islamofobia" que fazem vista grossa sem efetuar os procedimentos obrigatórios, como por exemplo exigir que os usuários de nicabes mostrem seus rostos e apresentem suas identidades.
Em um gesto louvável, alguns bancos não permitem a entrada de pessoas com o rosto coberto. Por exemplo, uma agência do PNC Bankna Filadélfia exibe o seguinte aviso na porta de entrada: "Nossa prioridade é a segurança de nossos funcionários e clientes. Solicitamos que tirem os chapéus, bonés, óculos escuros ou capuzes no interior dessa instituição financeira". Essas medidas têm como objetivo reduzir roubos a bancos por pessoas vestidas com burcas.
Ficando mais difícil assaltar bancos, a vestimenta islâmica apresenta um perigo geral a alvos mais fáceis. Por exemplo, em 2008 na região da Filadélfia, assaltantes fizeram uso de vestimentas islâmicas para assaltar uma agência de imóveis e em 2012 para cometer um assassinato em uma barbearia.
Entre os dias 14 e 15 de janeiro também na Filadélfia outro crime horrível, apesar de não ter sido fatal, um sequestro e estupro de uma criança de 5 anos. Alguém vestido de nicabe tirou Nailla Robinson da Escola Fundamental Bryant fazendo-se passar pela mãe com a desculpa de levá-la para tomar o café da manhã. Os investigadores acreditam que ambos caminharam alguns quarteirões onde um homem os aguardava. Nailla desapareceu por quase um dia e foi encontrada somente na manhã seguinte por um transeunte em uma praça, trêmula, seminua. Na semana passada a polícia prendeu, Christina Regusters, 19, funcionária de um asilo diurno para idosos que teve contato com Nailla. As acusações contra ela incluem sequestro, estupro, lesão corporal, por em risco a vida das pessoas e formação de quadrilha.

Os fatores mais comuns citados acima foram cruciais para a comissão formada para investigar o crime: A difusão da cobertura completa do corpo (a mãe de Nailla, Latifah Rashid, usa a vestimenta islâmica, significando que o sequestrador poderia teoricamente se passar por ela) e o quadro de funcionários da escola Bryant que deixou passar a nicabe (ignorando as diversas regras pertinentes à saída de uma criança da escola).
A análise do problema na Filadélfia gera uma série de reflexões: primeiro, praticamente qualquer cidade no Ocidente, a qualquer hora, poderia passar pelos mesmos problemas da Filadélfia. Segundo, trata-se de um problema extremamente grave, envolvendo assaltos extremamente violentos, estupros e assassinatos. terceiro, à medida que a cobertura integral do corpo vai sendo difundida, cada vez mais criminosos fazem uso desse artifício. quarto, os funcionários públicos precisam superar a timidez e aplicar os procedimentos costumeiros mesmo naqueles que estão usando vestimentas que cobrem integralmente o corpo, mesmo nas lojas de bebidas, aeroportos e escolas de ensino fundamental. E por último, a solução para o problema é óbvia: proibir o uso da nicabe e da burca em locais públicos, assim como já o fizeram recentemente os governos da França e da Bélgica.


Publicado no The Washington Times.

Original em inglês: Philadelphia's Burqa Crisis

Tradução:
Joseph Skilnik

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