Jornalista Andrade Junior

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Não aprenderam com Santa Maria

Não aprenderam com Santa Maria

A tragédia do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria-RS, parece que não despertou os nossos governantes para terem mais cuidado com a sua população. Não tem jeito, o interesse empresarial vem em primeiro lugar.
Em Brasília, a situação do transporte público é caótica, onde os ônibus coletivos quebram por "atacado". Todos os dias nos deparamos diante de verdadeiras "carcaças" paradas nas rodovias, deixando o passageiro, literalmente, ao relento, sob o sol ou a chuva, além, é claro, atrapalhando o trânsito da pior maneira possível com os intermináveis congestionamentos. ...

Os defeitos apresentados pelas "latas velhas" são gritantes, dentre os quais registro o rompimento de parte do assoalho de um ônibus da empresa VENEZA, ontem (20), do Grupo AMARal (assim é a escrita). Veja bem isso, não é exagero, é real. Viajar nesses coletivos está cada vez mais perigoso, onde não há segurança alguma.

Sem falar das empresas Viplan, São José, Planeta e outras, destaco as péssimas condições dos veículos do Grupo AMARal (propriedade do ex-senador da República Valmir Amaral), que põem em risco a vida de cada passageiro que paga, por viagem, a quantia de R$ 3,00, tendo ele o direito de "viajar" espremido e sempre na iminência de ter a sua "viagem" interrompida em razão da frequente quebra desses ônibus.

Como solução, antes mesmo do término do processo licitatório de novas empresas, o GDF poderia fazer a "encampação" dos serviços como é previsto na Lei 8.987/95, que prevê a retomada dos serviços de concessão, motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações. Motivos o governo tem de sobra para fazê-lo, basta apenas coragem e iniciativa e de não ser condescendente com o "empresariado" local. Mas, pelo visto e o "andar da carruagem", o GDF vai preferir correr o risco de uma nova tragédia de largas proporções a ter de tomar uma atitude firme de proteção da população.

Por fim, lembro que as boates, em boa parte do país, só foram fiscalizadas e com rigor, uma semana após a morte de 248 inocentes de Santa Maria. No entanto, pressinto que a memória "governamental" começa a dar sinais de falha.

O papo é esse!

 
Por Paulo Henrique Abreu - Jornalista e Advogado

 

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