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07:59
ANDRADEJRJOR
Para Supremo, lei que garantia investigação de
infrações anistiadas é inconstitucional Montevidéu - A Suprema Corte de
Justiça do Uruguai (SCJ) emitiu sentença nesta sexta-feira na qual
considera inconstitucional a lei aprovada em 2011 que permitia a
investigação de crimes ocorridos durante a ditadura (1973-1985), antes
abrigados sob a lei de anistia aprovada em
1986. A decisão, tomada por quatro votos a um, provocou reação imediata
da oposição de direita, que defendeu a liberdade de posição da corte, e
do governo esquerdista, para quem a sentença foi “uma barbaridade”,
como disse o vice-presidente da coalizão de governo Frente Ampla, Juan
Castillo:
- É incrível que ainda existam artifícios que
permitam aos violadores de direitos humanos ficarem impunes. O recado
que está sendo dado às vítimas e a suas famílias é aterrorizante. O
presidente do Uruguai, José Mujica - um ex-guerrilheiro tupamaro que
passou mais de dez anos preso durante a ditadura -, não tinha comentado a
decisão até a noite de ontem. Seu partido, o MPP, afirmou em comunicado
que “a maioria da SCJ é responsável pela manutenção da impunidade”. O
PVP, outra legenda da Frente Ampla, prometeu denunciar a SCJ à Corte
Interamericana de Direitos Humanos. Enquanto o governo já programa uma
manifestação para a segunda-feira em Montevidéu, os partidos da oposição
reclamaram do posicionamento da Frente Ampla após a decisão
judicial. “Não respeitam o povo quanto vota, nem os juízes quando ditam
sentença; acreditam estar por cima da Constituição”, escreveu o senador
Ope Pasquet, do Partido Colorado, no
Twitter. Ao jornal local “El País”, Ignacio Errandonea, integrante da
Associação de Familiares de Desaparecidos, disse ter ficado surpreso com
a “contradição” da corte: - Não sei o que pretendem. Será necessário
ver caso a caso. A incerteza jurídica levantada por Errandonea não foi
dissipada pelo porta-voz da SCJ, Raúl Oxandabarat. - O destino de cada
um dos procedimentos ou julgamentos sobre crimes da ditadura dependem do
juiz da causa, e nisso a SCJ não pode intervir. Por isso, neste momento
não é possível saber o que vai acontecer. Segundo especialistas
consultados pelo “El País”, a decisão determina que causas judiciais
abertas e nas quais não há militares processados por crimes na ditadura
deverão ser arquivadas. Já as causas nas quais já há processados poderão
continuar a ser investigadas. Cerca de 200 uruguaios foram sequestrados
e mortos durante a ditadura. A lei de 2011 que foi alvo da decisão do
SCJ levou à prisão ditadores como Bordaberry e Gregorio Álvarez.Links
patrocinados Leia mais sobre esse assunto em
http://oglobo.globo.com/mundo/suprema-corte-do-uruguai-considera-prescritos-os-crimes-da-ditadura-7649267#ixzz2LjBVIJCr
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