Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

País, Nação e Pátria

“À Pátria, tudo se deve dar e nada pedir, nem mesmo compreensão!” (Ten Siqueira Campos) 
(Autor: Osmar José de Barros Ribeiro, em 16 Fev 2013)
 infelizmente, somos um País, um Estado, uma Nação, mas não uma Pátria. Tal afirmação, ouvi-a de um amigo e, ao longo da nossa conversa, esta afirmação martelava minha cabeça e, ao final, muito a contragosto, dei-lhe razão. 
Resumindo, no caso particular do Brasil, ele queria dizer tratar-se de um território bem delimitado, contando com governo legalmente constituído e instituições atuantes.

No entanto e infelizmente, falta-lhe uma população culturalmente coesa e que compartilhe, de forma voluntária e quase instintiva, daqueles valores comuns que consubstanciam a crença de que é bom e justo comungar de um mesmo destino de grandeza. É a crença nesse destino de grandeza que falta ao nosso povo. Há exceções, é claro, mas no geral desconhecemos o passado, esquecidos dos feitos daqueles que nos legaram tão vasta base territorial Na política presenciamos, quase sem críticas, ao dinheiro de todos nós ser apropriado, de forma absolutamente injustificável, por políticos de todos os partidos e por empresas, muitas delas com existência fictícia. Tudo muito “natural”, isso sem falar nas ONGs, OSCIPs e outras organizações, muitas delas fora da lei e ligadas a entidades internacionais, como o MST, que se locupletam e investem contra o regime em vigor.Hoje, faz parte do dicionário politicamente correto, o vocábulo “igualdade” e, em nome dele, cometem-se as maiores barbaridades, privilegiam-se etnias e discutíveis “preferências sexuais”, esquecidos todos de um milenar ditado romano que afiança: a sociedade que coloca a igualdade à frente da liberdade, irá terminar sem igualdade e sem liberdade. Inermes, assistimos ao retalhamento do território nacional em “nações indígenas” e “quilombos” que, mais cedo ou mais tarde, ao abrigo de Convenções estupidamente assinadas por governantes despreparados, buscarão tornar-se independentes, sob os auspícios da ONU. Quanto a essa organização, a ONU, sempre a reboque dos interesses das grandes potências, não lhe dou qualquer importância. A meu ver, a pretensão de temos um assento permanente no seu Conselho de Segurança, nada mais é que um delírio de governantes vaidosos. Afinal, se o Estado não consegue garantir um mínimo de segurança aos seus cidadãos, como sonhar em participar do Conselho de Segurança/ONU? Isso não passa de uma piada, aliás das mais trágicas e as vítimas seremos nós, como sempre. Temos uma Constituição, ainda com inúmeros temas a regular e que, entre outros absurdos, preconiza a criação de uma Comunidade de Nações na América do Sul (deixando, meridianamente claro, o desejo de contrapor-se à dominante influência comercial, cultural e militar norte-americana). Entre nós, enquanto o Mercosul não consegue dizer a que veio,  “docemente constrangidos” cedemos ás imposições comerciais da Argentina, às bravatas bolivianas e às pressões paraguaias, além de brincamos de feiticeiros para admitir a Venezuela no bloco, à revelia do que reza o texto legal. Porém, o vexame maior, provocado por lei saída da cabeça de um deputado petista, é ver a bandeira comercial do Mercosul hasteada ao lado da Bandeira Nacional. Os governantes enchem-se de empáfia, assinalando que somos “potência média”. "Potência" é conceito associado a poder real e, nesse sentido, estamos muito distantes da definição correta, como bem provam eventos recentes. Potência média é Israel que, desde 1948, procura fronteiras estáveis e seguras, frente a inimigos jurados e numerosos, mostrando que pode defender-se com, sem ou apesar dos Estados Unidos. Nós, brasileiros, ao longo da nossa História, temos sido um Estado militarmente fraco e não intervencionista. Como pretender-nos potência?  A conclusão de tudo isso, por sinal muito triste, é que habitamos um país e mal e mal somos uma Nação. Que o digam os movimentos separatistas, ainda em esboço, a leniência com a qual assistimos à atividade estrangeira na Região Norte, o entreguismo infame que dá causa ao surgimento de “nações” indígenas, o racismo implantado por governantes de esquerda, a depauperação progressiva das Forças Armadas, etc., etc. A fim e ao cabo, embalados pelo Carnaval, pela esperança de vitórias no futebol, pela propaganda (tanto a oficial quanto a das indústrias), vamos vivendo uma vidinha sem sentido. Aceitamos, sem reação digna de nota, que os negócios públicos enriqueçam políticos e funcionários desonestos e que ONGs estrangeiras, mancomunadas com maus brasileiros, atuem no sentido de que continuemos eternos dependentes de tudo e de todos. O velho e sempre atual Eça de Queiroz afirmava que os que sabem dar a verdade à sua pátria não a adulam, não a iludem; não lhe dizem que é grande porque tomou Calicute; dizem-lhe que é pequena porque não tem escolas. Gritam-lhe sem cessar a verdade rude e brutal. Gritam-lhe: tu és pobre, trabalha! Tu és ignorante, estuda! Tu és fraca, arma-te. Enquanto não atentarmos para a verdade de tais palavras, ditas em outro contexto e dirigidas a outro povo que não o nosso, continuaremos a ser um país, quase uma nação mas não, para mal dos nossos pecados, uma PÁTRIA.

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