Jornalista Andrade Junior

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A oposição em debate


A oposição em debate: Reynaldo Rocha responde à carta de Aloysio Nunes Ferreira


No texto abaixo, Reynaldo-BH responde à carta do senador Aloysio Nunes Ferreira, publicada no Direto ao Ponto. (AN)
Prezado Senador Aloysio Nunes Ferreira.
Antes de tudo, obrigado por sua atenção. Nunca tivemos neste espaço uma resposta às inquietações e aos anseios dos comentaristas.
Sua biografia ─ em contraposição às folhas corridas de tantos outros ─ me faz sempre tê-lo como exemplo. Sem elogios fáceis. Não é minha praia. Mas me permito esclarecer alguns temas mencionados em sua carta exemplarmente elegante.
A sensação de que não há oposição formal no Brasil infelizmente transitou em julgado. E não por decurso de prazo, mas por inação de quem deveria ser um permanente advogado de nossa dignidade. O desânimo nas ruas é mais intenso do que a voz rouca invocada por Ulysses Guimarães.
Por ser o maior partido de oposição, o PSDB tem maior responsabilidade histórica. Deveria (como o senhor faz, diga-se de passagem) defender o legado de FHC e a mudança que provocou nos rumos do Brasil.
Quantas vezes se ouviu ─ de modo claro e límpido ─ a defesa do governo que mudou o Brasil? O lulopetismo quer refazer a história. Mente. Distorce. Corrompe. O que o PSDB faz? Desculpe-me, senador, mas a sensação é a de que não faz nada. Ou quase nada.
Há uma oposição? Sim: nas redes sociais e nos blogs. O senhor certamente sabe que os acessos (e leituras) registrados pelos blogs de Augusto Nunes, Ricardo Setti, Lauro Jardim e Reinaldo Azevedo somam mais de 10 milhões de visitas/mês! Um número surpreendente em um país cujo povo é acusado ─ outra visão transitada em julgado ─ de não se interessar pelo próprio destino. Não é verdade.
Por aqui combatemos DIARIAMENTE os lulopetistas que querem a volta da censura, os artigos vomitados por José Dirceu, as platitudes idiotizadas de Dilma. Chamamos delinquentes pelo nome, exigimos decência, apontamos os erros imensos da política econômica (roubaram a cartilha de FHC e não conseguiram sequer entender o que estava escrito!). Não temos bandidos de estimação.
Agradeço ─ sem ironia ─ os seus votos (e do PSDB) em matérias importantes. Mas isto basta?
Nesta segunda-feira, ouvi seu pronunciamento na tribuna do Senado sobre a Petrobrás. Excelente. Destaco uma frase: “Um desastre deste tamanho não é obra individual. É coletiva!”. É fundamental que um senador registre essas verdades. Mas será suficiente?
O Poder Judiciário teria cumprido o desejo do Brasil ao julgar os mensaleiros sem que houvesse uma pressão popular intensa?
O que debatemos nos blogs isentos e independentes foi compartilhado pelas oposições? Até onde nossa revolta foi ecoada? Em qual intensidade?
Os exemplos são incontáveis. Fiquemos na CPI da Delta. Foi abortada em nome de quê? Houve algum acordo?
O senhor tem cumprido os compromissos que assumiu. Mas não pode ─ nem deve ─ falar pelos outros. Não condiz com a biografia de quem respeita e defende a ética. As oposições continuam muito distantes do Brasil real. Infelizmente.
Verei o link, embora acompanhe sua atuação permanentemente. Estamos do mesmo lado da cerca, tenho certeza. Mas alguns têm voz. Outros, alguns espaços. Saibamos aproveitaer o que temos.
Abraços cordiais.

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