A HERANÇA MALDITA DE LULA DA SILVA
Maria
Lucia Victor Barbosa
Lula
da Silva é louvado e exaltado não só no Brasil como no exterior. Sua fama de
“pobre trabalhador” que chegou à presidência da República e acabou com a
miséria no país fabricando uma “nova classe média”, impressiona. O que a
maioria não percebe é que tal falácia indica uma parcela de pessoas com renda
familiar per capita entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00.
A
estapafúrdia classificação de renda é da SAE (Secretaria de Assuntos
estratégicos da Presidência da República) e, segundo o órgão, a nova classe
média representa 54% da população brasileira. Aparentemente tais indivíduos são
tão prósperos que podem comprar o que quiserem: carros zero, roupas de grife,
eletrodomésticos de todos os tipos, além, é claro, de usufruir de quantas
viagens internacionais desejem. Como se vê, Lula faz mais milagre do que o
Padim Padre Cícero ao multiplicar o pouco dinheiro de seus súditos.
A
propaganda enganosa está tendo continuidade. Coube à sucessora Rousseff acabar
com a pobreza extrema e ela disse que o fará até março. O caridoso programa que
objetiva o novo milagre foi apelidado de “Brasil Carinhoso”. Consiste em
adicionar R$2,00 à renda per capita de pessoas que vivem com menos de R$ 70,00
por mês. Somando-se os R$ 2,00 a alguns trocados de uma bolsa esmola e a
pobreza extrema será extinta no próximo mês. Portanto, senhores leitores,
ajudem a presidente a acabar com a desigualdade no Brasil, se encontrarem um
remanescente da pobreza sejam generosos, salve-o com R$ 2,00.
O
paraíso Brasil, porém, está se desfazendo. E chega de dizer que o fiasco do
governo Rousseff se deve apenas a crise externa. Se isto conta, contam mais a
herança maldita de Lula da Silva, a inaptidão da presidente, os erros cometidos
pelo ministro da Fazenda e pelo obediente presidente do Banco Central. Esta é a
realidade do Brasil dos “pibinhos”, lanterninha dos BRICS, campeão de violência
urbana e da incompetência nas áreas da Saúde, Educação e infraestrutura.
Hoje
não dá para saber se mais pessoas morrem por falta de atendimento hospitalar ou
pelas armas dos bandidos. Acrescente-se que Lula inaugurou universidades que
não existem, privilegiou a quantidade em detrimento da qualidade em educação,
inventou cotas para acirrar o preconceito racial. Recorde-se ainda que seu
ex-ministro da Educação, eleito por sua vontade prefeito de São Paulo foi um
fracasso em termos do Enem e de orientação pedagógica através de livros que
ensinavam que 10 - 7 = 4 ou forçavam a opção sexual de crianças de tenra idade.
Pesquisas
mostram, contudo, que a popularidade da presidente sobe cada vez mais. Ela é a
faxineira, tão ética que seguindo a orientação do seu mentor recebeu
recentemente o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi e o ex-ministro dos
Transportes Alfredo Nascimento, ambos por ela defenestrados por conta de
esquemas nada edificantes, quer dizer, pura corrupção. Lula disse que os
coitadinhos estavam chateados e mereciam um gesto de carinho de Rousseff, ou
seja, esquecer a faxina de faz de conta e tratar de trazer o PR e o PDT ao
aprisco petista tendo em vista apoios para a eleição presidencial de 2014. Prontamente
a presidente obedeceu ao mestre.
A
faxineira, sob o comando de Lula, também ajudou eleger Renan Calheiros
presidente do Senado e Henrique Alves presidente da Câmara, ambos crivados de
processos e notórios protagonistas de escândalos. Vale tudo para o PT se manter
no poder, incluindo o espetáculo degradante de Genoino tomando posse como
deputado. Nada de cassação para ele e para os outros condenados como João Paulo
Cunha (PT), Valdemar da Costa Neto (PR) e Pedro Henry (PP).
Henrique
Alves afirmou que não obedeceria ao STF quanto a cassação dos indigitados e
logo voltou atrás. Espertamente, porém, enviará o caso para a Comissão de Ética
que certamente demorará eticamente o tempo suficiente para que os criminosos
terminem seus mandatos. Tudo bem. Afinal, Henrique Alves disse que seus pares
foram abençoados pelo voto popular.
Entrementes,
são claros os sintomas da herança maldita de Lula da Silva e de sua sucessora.
Vejamos alguns:
A
produção industrial caiu 2,7%, o pior resultado desde a crise internacional de
2009. O emprego industrial naufraga no ABC e serviços já tem mais de 50% das
vagas. O ano de 2012 ficou marcado pela alta da inadimplência que continuará a
crescer. A Petrobrás, arrebentada pelo PT, tem a primeira queda de produção em
oito anos. O Rio São Francisco, maior obra do PAC, está empacado e dando
grandes prejuízos. Aliás, as obras do PAC não deslancham conforme persuade a
propaganda. E o pior de tudo, a inflação disparou e o governo não está
conseguindo deter o processo.
Ainda
assim, Lula ou Rousseff estão certos de que poderão ser abençoados pelo voto
popular.
Maria
Lucia Victor Barbosa é socióloga.
mlucia@sercomtel.com.br
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