IPOJUCA PONTES
No
clássico romance “Os Irmãos Karamazov”, Dostoievski nos fala de um
personagem abjeto, Fiodor Pavlovitch, o Karamazov pai, sujeito que
embute na alma corrompida a “volúpia de mentir”. O gigante russo,
abarcando como nenhum outro os abismos da alma humana, considera, com
agudo senso psicológico, que o sujeito que mente a si próprio e que
mergulha na própria mentira, acaba por não poder mais discernir a
verdade, nem em si mesmo, nem em torno de si, deixando, portanto, de
respeitar a si próprio e aos outros.
Dostoievski
tem o velho Karamazov, assassinado pelo próprio filho (Smerdiakov), na
conta de um debochado contumaz e lança suas luzes sobre o tipo: “Os
embusteiros calejados, que passam a vida inteira mentindo, têm momentos
que tomam o seu papel tão a sério que chegam a chorar e a tremer de
emoção, embora nesse mesmo instante (ou um segundo depois) possam dizer a
si próprios: - Mentes, velho sem-vergonha; não passas de um palhaço,
apesar de toda tua ‘santa’ ira e do teu ‘santo’ minuto de cólera”.
Tudo
bem medido e pesado, não há diferença básica entre o tragicômico
personagem do romancista russo e a figura farsesca de Lula. No caso do
vosso velho sindicalista, o exercício diuturno da mentira, para além de
manifesta degeneração de caráter, revela uma forma voluptuosa de prazer:
no frigir dos ovos, Lula da Silva goza mentindo – e eis a explicação
pertinente encontrada pelo escritor russo, que, ademais, no romance,
associa o vício incontrolável de mentir à histeria compulsiva do
Karamazov pai.
Muito
bem. Desde o episódio em que o Ministério Público Federal, baseado em
fatos, denunciou o líder do PT como “comandante máximo” do esquema de
corrupção montado para saquear a nação, armou-se, em pífia resposta, a
encenação de lastimável ópera-bufa. Nela, como émulo do Karamazov pai,
saracoteia a figura de Lula da Silva, a um só tempo, patética e
burlesca.
Com
efeito, sem argumentos válidos para contestar a denúncia sobre os
milhões subtraídos dos cofres públicos, o milionário do ABC, no centro
do picadeiro habitual, depois de beijar a camisa vermelha, chorar,
bufar, esganiçar e se comparar a Getúlio Vargas, JK, Jango e ainda, num
ato de estúpida bravata, ao próprio Jesus Cristo - terminou por jurar
que, uma vez comprovada sua culpa, “ia a pé”, de São Bernardo a
Curitiba, “para ser preso” .
Pior:
mais tarde – mesmo sabendo que a mulher de Guido Mantega fazia simples
exame de colonoscopia, considerado procedimento de rotina pela filha do
ex-ministro preso – Lula vociferou, roufenho de tanto mentir, que a
prisão do encalacrado petista era uma falta de “humanitarismo” da PF,
silenciando, no entanto, quanto ao achaque de Mantega ao trêfego Eike
Batista, o empresário “forte” do governo petista cevado na grana
manipulável do BNDES.
Como
todos sabem, os comunistas vivem da e para a mentira. Fidel Castro, o
Vampiro do Caribe, por exemplo, se jactava de mentir em discursos
enfadonhos nos quais castigava o povo cubano (a ouvi-lo de pé) por mais
de 12 horas; Stalin, genocida por vocação, mentia sem pestanejar, em
especial quando promovia jantares para homenagear camaradas do PC que
mandava fuzilar no dia seguinte; por sua vez Lenin, carniceiro-mor,
mentia de forma consciente quando iludia o povo com promessas de fortuna
igualitária nunca estabelecida na malfada Rússia dos Sovietes; e Mao, o
grande pedófilo, sacrificou literalmente 75 milhões de chineses com a
campanha do “Grande Salto Para Frente”, mentindo que iria melhorar a
vida da população em tempo recorde.
E
Lula? Bem, este mente por convicção. Certa vez escrevi que Lula mente
até quando diz a verdade – se isto é possível. Mário Morel, autor da
biografia “Lula, o Metalúrgico”, narra episódio em que um jovem aprendiz
de torneiro mecânico pede ao patrão para fazer hora extra, aos sábados,
pois precisa de dinheiro. O dono da fábrica de autopeças resiste,
depois cede e avança algum dinheiro ao aprendiz, que não cumpre o
trabalho. Cobrado pela falta, Lula, em resposta, diz que estava mentindo
e, no deboche, pelas costas, manda o patrão “tomar no cu”.
O
“Comandante máximo”, que se acha um sujeito “safo” na sua eterna
permissividade, é um péssimo exemplo que nos leva à desídia e à
dissolução. Nunca se matou tanto, nunca se roubou tanto, nunca se mentiu
tanto no Brasil.
Chegou a hora de trancafiá-lo.
FONTE: Coluna do Jornalista Claudio HumbertoRECEBIVIAEMAILDEAMIGOLEITOR
0 comments:
Postar um comentário