Carlos Chagas
Os poderosos aumentaram ou
tentam aumentar seus vencimentos. Agora, com todo o respeito, são os
ministros do Supremo Tribunal Federal. Querem passar de 26 para 39 mil
reais por mês. Merecem muito mais, é claro, pois em suas bancas de
advogado estariam faturando milhões, por mês. O diabo é que o salário
mínimo está em 788 reais.
Divide-se cada vez mais o
país entre favorecidos, de um lado, e sofredores, de outro. Porque nem
nas empresas privadas, exceção dos barões, os salários bastam para a
sobrevivência de trabalhadores e amanuenses. Nas camadas não
privilegiadas do serviço público, que são quase todas, o sufoco é o
mesmo.
O STF puxa a fila, depois
de a presidente Dilma e seus ministros terem reajustado seu ganha-pão.
Deputados e senadores também fizeram o mesmo. Os demais patamares
inferiores, dos ministros dos tribunais superiores, desembargadores e
juízes encontraram brechas para obter o mesmo refrigério. Ainda esta
semana o pessoal da AGU viu-se agraciado, mais os delegados da Polícia
Federal e das polícias estaduais, sem esquecer os procuradores, mesmo
tendo ficado de fora os auditores da Receita Federal.
Dizem os favorecidos estar
apenas reajustando seus vencimentos com a grave crise econômica que nos
assola, mas o povão, como fica? Que se vire, apele para expedientes que
vão de sacrifícios familiares e pessoais até a tentação do crime. Essa é
a maior explicação para o que levará milhões de brasileiros ao
protesto, no próximo domingo. Sobra para a presidente Dilma, como
referência maior da crise que nos assola, mas também vai para as poucas
camadas que conseguem superar suas dificuldades.
Uma referência ao Supremo
Tribunal Federal: dos onze ministros convidados para jantar no palácio
da Alvorada com a presidente Dilma, compareceram cinco. Sete declinaram.
Seria esse o prenúncio de algum julgamento futuro?
EXTRAÍDADATRIBUNADAINTERNET





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