Jornalista Andrade Junior

sábado, 22 de agosto de 2015

Manifestações, algumas notas

 Opinião Valentina de Botas:

Pelas ruas em que andamos
As multidões mobilizadas pelas Diretas Já nas ruas do país em 1984 não conseguiram dar à emenda Dante de Oliveira os 320 votos necessários para remendar a odiosa Constituição de 1967; faltaram 22. Sem obter a emenda, a população amargamente frustrada conseguiu, depois de caminhar mais de 20 anos pela democracia, uma Constituição inteira novinha. Claro, 1984 é diferente de 2015 em quase tudo, menos no essencial: cedo ou tarde, vence quem tem razão. O Brasil decente acha que é tarde e que qualquer hora é hora, com razão.
Pobre do povo que não tem herói
Na peça do Brecht, essa é a fala do Andreas, o secretário do Galileu, ao patrão a quem achava que cabia morrer pela verdade do heliocentrismo; o angustiado cientista decide que isso não é necessário para que a verdade triunfe e, entre reduzir a pó o anseio do Andreas por um herói e ser reduzido a cinzas, prefere a frase de para-choque de caminhão: Não, pobre do país que precisa de heróis. Ninguém tem o direito de condenar Galileu por ter fugido do mesmo fim pavoroso, mas o personagem do teatrólogo militante que tinha um herói em Marx joga na fogueira George Washington, Joaquim Nabuco, Santos Dumont (ou os irmãos Wright, para quem prefere), Rosa Parks, Ulysses Guimarães, Eder Jofre, e tantos outros, mas também cada indignado sobrevivendo física e moralmente num Brasil que exige um anônimo heroísmo cotidiano. Figuras heroicas, fundamentais, inspiradoras, que enlevaram a alma de suas nações. Ah, mas as instituições é que têm de ser perenes, sólidas e tal. Sim, mas elas são feitas de homens e mulheres que as fazem assim. Pobre do país que, tendo um jeca, não tivesse um Sérgio Moro.
Os outros
“We’re not dead! We’re not dead!”. Edinho Silva, José Pimentel e José Guimarães foram impecáveis no papel de si mesmos na versão governista do filme “Os Outros”, aquele em que a personagem de Nicole Kidman e os dois filhos não sabem que estão mortos, acham que os outros – os vivos mais sensitivos que perceberam os fantasmas – é que estão. Vivos e mortos abandonaram a casa que disputavam; os vivos porque quiseram, os mortos porque não tinham opção.
Lula presidiário, o boneco
Foi desinflado, Moro terá de levar a versão em carne e osso.





extraídadeaugustonunesopiniãoveja

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