SEBASTIÃO NERY -
Assis
Chateaubriand tinha um sonho ser embaixador do Brasil na corte da
Inglaterra. Eleito Juscelino presidente, Chateaubriand sentiu seu sonho
cada dia mais possível. E passou a lutar desesperadamente por ele.
Mas
JK tinha as dificuldades naturais de começo de governo: a resistência
do Itamaraty, que reivindicava diplomatas da “carriere” para as
embaixadas mais importantes. Aflito, vendo o tempo passar, Chateaubriand
começou a criticar o novo governo. A princípio, discretamente. Depois,
às claras. E escolheu para bode expiatório o ministro da Fazenda José
Maria Alckmin, por saber que seriam as farpas que mais atingiriam
Juscelino.
CHATEAUBRIAND
- Uma noite, mandou para as oficinas de “O Jornal” o artigo do dia: tremenda paulada em Alckmin. E foi para casa. Juscelino
ficou sabendo, chamou-o, pediu que suspendesse o artigo. Chateaubriand
ligou para o jornal, mandou chamar o secretário das oficinas Sadi:
- Meu filho, suspenda meu artigo de hoje.
- Dr. Assis, já está composto, em máquina, para rodar.
- Então, no fim, acrescente uma linha:
- “É o que dizem os inimigos gratuitos de S. Exa.”
O CANDIDATO
Getúlio
foi a Manaus, em 1954, inaugurar o aeroporto. Assis Chateaubriand,
candidato a senador pela Paraíba, conseguiu que o Catete convidasse um
grupo de líderes do PSD paraibano para a comitiva.
O
Curtis Comander do Loide Aéreo levava horas e horas na rota
Rio-Manaus. Chateaubriand, solicito, bancou o aeromoço. Servia uísque,
refrigerantes. E a comitiva encantada com a gentileza do velho capitão.
Já
de madrugada, todo mundo cansado, Chateaubriand servindo, o paraibano
Raimundo Onofre elogiou a generosidade do jornalista, ali de garçom a
viagem inteira.Chatô conversava com Getúlio, gritou lá da frente:
- Seu Raimundo, aproveite, porque daqui a um mês, passadas as eleições, eu mando vocês à merda.
ARGENTINA
-
Realizou-se em São Paulo o encontro anual da SIP, a “Sociedade
Interamericana de Imprensa”: donos de jornais e TVs do continente
inteiro falando em liberdade de imprensa. Uma farsa. O que querem é
consolidar e aumentar seus monopólios na mídia. Eles já criaram a cadeia
“Jornais das Américas”. Agora querem uma tele-cadeia : as “TVs das
Américas”.
O
presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da
Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), Gustavo Mohme, com cara de
miliciano de subúrbio a serviço de seus mafiosos patrões, defendeu que
uma missão da SIP seja enviada à Argentina para se “solidarizar com
alguns veículos de comunicação e protestar contra a entrada em vigor da
Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, conhecida como Lei de Meios,
aprovada em 2009. Prevista para 7 de dezembro, a nova legislação obriga
o “Grupo Clarin” a se desfazer de algumas concessões” (Globo).
“CLARIN”
O
“Globo mentiu”: - “As ameaças à liberdade de imprensa na Argentina
foram as que ganharam maior destaque na reunião da SIP: um aumento de
hostilidade à imprensa nos últimos seis meses, agressões a repórteres e
entraves ao acesso a informações. Trata-se de uma confrontação
deliberada de um governo a um grupo midiático, buscando limitar sua
atuação e garantir que prevaleça apenas uma imprensa oficiosa”.
A
“Folha” contou a verdade: 1. - “O Clarin terá até 7 de dezembro para
cumprir a cláusula antimonopólio da lei aprovada em 2009: os grupos de
mídia terão no máximo 24 licenças de TV a cabo e 10 de TV aberta”.
2.
– “Maior jornal do País, o “Clarin” tem 240 (!)canais de TV a cabo, 4
de TV aberta e 10 frequências de rádio. Depois de uma batalha de anos no
Congresso e na Justiça, afinal “O Clarin” perdeu na Suprema Corte, que
lhe deu o prazo de até 7 de dezembro para obedecer à lei”.
O
“Globo” está com medo de uma lei no Brasil que também diminua seu
escandaloso monopólio de TVs abertas e a cabo.Quantas são? E mente.
*Escrito em outubro de 2012.
extraídadatribunadaimprensaonline
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