A influência de Rose
Dirigentes do Banco do Brasil eram os principais interlocutores de Rosemary em São PauloCarlos Newton - Tribuna da Imprensa -Reportagem de Paulo Gama e Mario Cesar Carvalho, da Folha de S. Paulo, revela que executivos de alto escalão do Banco do Brasil eram os interlocutores mais frequentes de Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo, segundo a agenda dela, obtida pelos jornalistas por meio da Lei de Acesso à Informação.
Dos executivos do BB, Ricardo Oliveira, que foi
vice-presidente até maio de 2012, é o visitante mais frequente – aparece
em 17 reuniões. Também são citados encontros com Ricardo Flores, José
Luís Salinas, Paulo Oshiro e Alencar Ferreira, todos do Banco do Brasil.
Como se sabe, Rose, amiga íntima do ex-presidente Lula por 19 anos e sua companheira em viagens internacionais a 32 países, foi indiciada pela Polícia Federal sob suspeita de formação de quadrilha e tráfico de influência na Operação Porto Seguro.
Como se sabe, Rose, amiga íntima do ex-presidente Lula por 19 anos e sua companheira em viagens internacionais a 32 países, foi indiciada pela Polícia Federal sob suspeita de formação de quadrilha e tráfico de influência na Operação Porto Seguro.
Entre
2007 e 2012, a agenda de Rose registra 39 reuniões com executivos do BB,
sobretudo vice-presidentes. Os irmãos Paulo, Rubens e Marcelo Vieira,
também indiciados na operação, aparecem em segundo lugar em número de
citações na agenda, com 35 reuniões – 29 delas no escritório da
Presidência, o que demonstra que eles a procuravam.
Oliveira
alegou à Folha que Rose apenas agendava encontros com o então
presidente Lula, mas acontece que nenhum presidente da República recebe
em audiência vice-presidente de instituições estatais. Mas Oliveira diz
que era recebido e um dos assuntos que tratou com o ex-presidente foi a
compra da Nossa Caixa, em novembro de 2008, por R$ 5,38 bilhões.
DOSSIÊ CONTRA MANTEGA
A
reportagem da Folha destaca que Alencar Ferreira, que foi da Companhia
de Seguros Aliança, coligada do BB, é citado na agenda de Rose em uma
reunião de julho de 2010. Ferreira era acusado à época de ter produzido
um dossiê contra Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, Guido
Mantega. No documento apócrifo, Marina é acusada de fazer lobby a favor
de empresários usando a sede paulista do BB, e o escritório da
Presidência onde Rose despachava fica no mesmo prédio.
O
dossiê foi interpretado no governo como uma chantagem contra o ministro
por causa das disputas para nomear o presidente da Previ, o fundo de
previdência do BB, que à época administrava recursos de R$ 150 bilhões.
Segundo
a Folha, havia no a suspeita de que Rose teria ajudado a produzir o
dossiê junto com sindicalistas bancários porque tinha acesso às câmeras
de segurança do prédio.
FAVORES DO BB
Com
toda certeza, Rose conseguiu alguns favores do BB. Em 2010, a Cobra,
braço tecnológico do banco, contratou sem licitação a empreiteira do
atual marido dela, João Vasconcelos, por R$ 1,12 milhão para reformar um
prédio.
A Cobra era uma área de influência
de Salinas, vice-presidente de tecnologia do BB até junho de 2010,
recebido por Rose seis vezes. Ele também foi afastado do cargo por causa
do dossiê.
Rose também conseguiu que seu ex-marido, José Claudio, fosse nomeado suplente do conselho da empresa de previdência privada do BB. E para tomar posse, ele teve de apresentar um diploma falso de curso superior, validado pelo Ministério da Educação.
Rose também conseguiu que seu ex-marido, José Claudio, fosse nomeado suplente do conselho da empresa de previdência privada do BB. E para tomar posse, ele teve de apresentar um diploma falso de curso superior, validado pelo Ministério da Educação.
Segundo
a Folha, a agenda registra ainda encontros de Rose com sindicalistas,
empresários e representantes de veículos de comunicação.
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