mais uma excelente crônica de uma grande coleção que tenho em arquivo. texto fantástico e que chega até a se confundir com o nosso dia-a-dia.
Astronaldo
chegou em casa e correu para a mesa:
–
Tô com tanta fome, que como até uma vaca louca inteira!
Nem
chegou a se sentar com a família:
–
Epa! Mas que raio de jardim é esse na mesa da minha casa?
A
mulher dele:
–
São verduras! A partir de hoje, você só vai comer verduras, legumes, frango e
peixe! Tá precisando perder uns 30 quilos!
Ele
reagiu:
–
Não sou gordo! Eu tenho é saúde!
O
filho dele, um garotinho danado que só ele, se intrometeu na conversa:
– É
gordo, sim, pai! Meus coleguinhas já tão até chamando o senhor de popozudo! E
eu não quero um pai popozudo!
Astronaldo
lembrou:
–
Mas eu estive no posto de saúde, outro dia, mesmo, e o médico disse que eu tava
jóia! Nem me deu remédio nem nada!
Não
contava com a excelente memória da mulher:
–
Que outro dia? Vocês esteve lá em 25 de maio de 1995! Estamos em 2001! E, além
da dieta, vai ter que caminhar meia hora por dia, cortar aquela cervejinha do
fim de semana e fazer tudo que fazia quando era rapazinho!
Ele
aproveitou:
–
Viu? Você mesmo falou! Quando eu era rapazinho, comia rabada todo dia,
mergulhava em feijoada e churrasco e fazia saliências com você!
Ele
chegou justamente aonde ela queria:
–
Rabada, feijoada e churrasco, nem pensar! Mas o resto pode!
Astronaldo
arregalou os olhos, assustado:
–
Ué? Mas o resto são as saliências!
A
sogra entrou na prosa:
– É
bom pra saúde, porque queima calorias! E você tá precisando de um incêndio pra
isso! Pô, a sua bunda tá maior do que a minha! E eu sou baiana!
Astronaldo
achou de bater o martelo:
–
Não como folha! Elefante só come folha e é gordo pra dedéu!
Mas
a mulher dele era dura na queda:
–
Vai comer, sim senhor! E fique sabendo que será vigiado 24 horas por dia!
Só
havia um jeito:
–
Que tal eu voltar a ser rapazinho? Sem rabada, feijoada e churrasco, só com as saliências!
Ela
queria justo aquilo e até prometeu uma carne assada caprichada para o jantar,
com farofa, batatas coradas e tudo a que o maridão tinha direito – depois das
intimidades, é claro.
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