General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva
Professor emérito e ex-comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
O
desgaste das Forças Armadas é uma estratégia de neutralização das
instituições democráticas para viabilizar o propósito permanente de
tomada do poder pela esquerda socialista radical. Aí está o Foro de São
Paulo que não esconde o objetivo de implantar regimes socialistas na
América do Sul. A participação de lideranças nacionais e autoridades da
República, inclusive do PT, nas reuniões e decisões tomadas no Foro
sirva de alerta aos verdadeiros democratas
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É arriscado acreditar na sinceridade de novas
posturas adotadas por expressões da liderança nacional, pois em muitos
casos é apenas um recuo tático, haja vista a reação da Nação às
explícitas estratégias de superfortalecer o Poder Executivo e controlar
as instituições da sociedade e a mídia. Uma das estratégias é o Programa
Nacional de Direitos Humanos-3 (PNDH3), sancionado em dezembro de 2009
pelo presidente Lula e elaborado conforme a linha revolucionária
gramcista na Secretaria Especial de Direitos Humanos, então no
Ministério da Justiça, com a participação da Casa Civil. Por sinal, eram
órgãos chefiados por ex-militantes da luta armada, respectivamente,
Paulo Vanucchi, Tarso Genro e Dilma Rousseff. texto completo
A
Comissão da Verdade (CV), proposta no PNDH3, sempre teve a intenção de
punir os agentes do Estado que combateram a luta armada, sendo o
conhecimento da verdade histórica apenas um pretexto mal disfarçado. A
História do Brasil, seus conflitos e períodos como a ditadura Vargas não
precisaram de CV para serem conhecidos, bastando o trabalho de
historiadores. A campanha pela revisão da Lei de Anistia está em
andamento na mídia, TV, teatro e cinema, meios que se esforçam para
cercear versões diferentes das divulgadas pela esquerda sobre a luta
armada. Eis o recurso de quem tem a cabeça feita por ideias distorcidas e
massificadas pela esquerda, sobre as quais não faz avaliações
criteriosas e, portanto, não consegue rebater ou conviver com o
contraditório.
Anistia desconsidera o crime e
a punição, não visa fazer justiça, mas pacificar. É um instrumento
político e não jurídico, que permitiu reconciliar a Nação em momentos
históricos onde foi necessário pacificar o País, sem retrocessos, como
na redemocratização em 1979. Se a anistia for revisada, este instrumento
de pacificação perderá a credibilidade para a solução de futuros
conflitos, com nefastas consequências que podem ser deduzidas. Mudanças
assim só trazem insegurança jurídica.
A Lei
de Anistia deve ser avaliada, também, do ponto de vista moral, uma vez
que o STF já decidiu quanto a sua abrangência e legalidade. Ela foi
fruto de um processo legislativo com negociação aberta, o AI/5 estava
revogado e começara a abertura política. Houve a participação da
oposição, OAB, Igreja, artistas, imprensa, amplos setores nacionais e
até ex-guerrilheiros. Não foi auto-anistia, como no Chile, Argentina e
Uruguai, só para agentes do Estado, mas geral e irrestrita. Por ser um
instrumento político e não jurídico, o argumento de que o Estado não
pode anistiar seus agentes não se sustenta, podendo-se citar a anistia
na África do Sul e na Espanha, ambas no quartil final do século XX. É um
absurdo dizer que a Lei não vale por ser de um governo autoritário,
pois sendo assim o que seria da legislação de duas décadas –
Previdência, INSS, FGTS, FUNRURAL – e dos tratados internacionais? Seria
o caos! A esquerda radical a aceitou e por 30 anos nunca a contestou,
mas agora, no poder, quer rever a Lei de forma unilateral, quebrando
indignamente um acordo nacional. Leis não se alteram ao sabor de
interesses de grupos políticos radicais, organizados e mobilizados, que
se assumem como sociedade civil, representante da Nação.
Torturas
foram cometidas pelos dois lados não sendo justo satanizar o torturador
e endeusar o terrorista, pois ambos adotaram a máxima nem sempre
aceitável de que os fins justificam os meios. O torturador é o criminoso
que vê a sua vítima e sabe a quem está causando mal e o terrorista é o
criminoso que mata, fere e mutila indiscriminadamente homens, mulheres,
crianças, idosos, grávidas, que nada têm a ver com sua guerra
ideológica. E o que dizer do sequestrador, mistura de terrorista e
torturador? Não cabe agora julgá-los nem expô-los, pois isso quebra os
fundamentos que regem uma anistia e, também, o princípio da prescrição
em vigor na legislação nacional, inclusive para crimes de tortura.
Além
disso, argumentar que, assim como os guerrilheiros, sequestradores e
terroristas ficaram conhecidos e pagaram por seus crimes, os
torturadores deveriam ser apresentados para a condenação ao menos moral
não se sustenta, pois nem todos os primeiros são conhecidos, nem todos
pagaram por seus crimes e muitos foram libertados para salvar a vida de
gente sequestrada. A Nação também não viu a face de todos que
planejaram, apoiaram ou executaram atentados, assassinatos, assaltos e
sequestros ou participaram de tribunais de justiçamento de companheiros
que abandonaram a luta armada. Que autoridades, hoje nos altos escalões
da República, cometeram crimes e deixaram vítimas nunca indenizadas? Por
que não serão ouvidas na CV, num flagrante desrespeito à Lei que a
instituiu?
O Estado usou de violência legal
para proteger a Nação contra grupos armados que tentavam tomar o poder
pela força, atentando contra a lei, a ordem e as instituições.
Compreendo a dor das famílias dos militantes mortos e desaparecidos da
esquerda revolucionária, porém lamento muito mais pelos sacrificados em
suas ações criminosas, pois muitas dessas vítimas e famílias nem sabiam a
causa das mortes e mutilações, não foram indenizadas e algumas recebem
vencimentos irrisórios. Já os envolvidos na luta armada sabiam dos
riscos que corriam para implantar aqui uma ditadura do tipo cubano
soviético ou chinês, responsáveis pelas maiores violações aos direitos
humanos no século passado.
1 comments:
Realmente a lei da anistiatem que ser revista e todos
que participaram da guerrilha devem se fuzilados mas antes devem devolver as polpudas indenizações que receberam .Veja a baderna que o criminoso Jose Dirceu
continua a fazer no |Brasil conclamando o povo contra o STF .Pena de morte já !
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