Editorial O Estado de S. Paulo -
Dominados pelo radicalismo, que os impede de entender as transformações pelas quais passa o mundo, especialmente o mundo do trabalho, dirigentes sindicais dos metalúrgicos de São José dos Campos inviabilizam investimentos na expansão do parque industrial da região, reduzem as oportunidades de emprego, prejudicam os trabalhadores que dizem defender e, cada vez mais distantes do realismo que marca a atuação de outros sindicalistas, decidiram prejudicar a população, com a interrupção do tráfego na Rodovia Presidente Dutra, que liga as : duas maiores cidades do País. Agindo de modo insensato, afastam-se cada vez mais dos trabalhadores e se arriscam a perder o direito de se proclamarem seus representantes.
Talvez estimulados pela
impunidade com que o fizeram pela primeira vez, em agosto do ano
passado, e com as mesmas alegações, esses dirigentes mobilizaram
trabalhadores da empresa General Motors ; (GM), que estavam em greve,
para um protesto na Via Dutra, que constituiu na interdição total das
duas pistas da rodovia na manhã de terça-feira, o que resultou em
congestionamento de até 8 quilômetros no sentido São Paulo-Rio.
Como
no ato realizado no ano passado, os sindicalistas protestavam contra a
possível demissão de até 1,5 mil trabalhadores da GM. Enfrentando
concorrência cada vez mais acirrada, como ocorre com outras empresas
industriais instaladas no País, a montadora de veículos vem procurando
reduzir seus custos operacionais, aumentar sua produtividade e, assim,
defender seus mercados e, se possível, ampliá-los. Isso implica decisões
cruciais em diferentes áreas, como a dos investimentos e a das relações
trabalhistas.
Mudanças
como a adoção de jornadas diferenciadas, revisão dos padrões de
remuneração, definição de novos benefícios e responsabilidades, entre
outras fazem parte dos temas que precisam ser discutidos com serenidade
por trabalhadores e empresas, para que se preservem as fábricas sem
impor perdas aos empregados. No caso de São José dos Campos, no entanto,
discussões como essas, embora inevitáveis no processo de transformações
por que passa a indústria em todo o mundo, não avançam, por causa do
radicalismo da direção sindical, dominada por representantes do PSTU e
seu braço sindical, a Conlutas.
Resistente
a qualquer iniciativa da empresa na área trabalhista, o Sindicato dos
Metalúrgicos de São José dos Campos está forçando a GM a reduzir
paulatinamente suas atividades na cidade, deslocando-a para outras
unidades, como as de São Caetano do Sul (SP), Joinville (SC) e Gravataí
(RS). Dados recentes indicam que, de R$ 5,5 bilhões investidos pela
empresa em quatro anos, apenas R$ 800 milhões foram destinados à unidade
de São José dos Campos.
Na
fábrica do Vale do Paraíba estão empregados 7,5 mil trabalhadores. A
interrupção da produção de modelos que ali eram fabricados e a escolha
de outros locais para a montagem dos novos modelos estão reduzindo a
importância de São José dos Campos na estrutura da GM brasileira, com
reflexos no quadro de pessoal.
Desde
agosto, 800 empregados foram colocados no regime de lay-oif, isto é,
permanecem em casa enquanto o ritmo de atividade da fábrica não se
normalizar. Fazem parte do grupo de 1,5 mil trabalhadores que, segundo o
sindicato, podem ser demitidos. Foi para protestar contra essa possível
demissão que, depois de paralisar a produção, o sindicato levou os
trabalhadores à via Dutra, para perturbar a vida da população.
Houve
tempo em que sindicalistas do ABC agiam de modo semelhante e levaram as
empresas a reduzir seus programas de investimentos na região e até a
estudar a possibilidade de fechamento de fábricas. Felizmente para essas
regiões e para os metalúrgicos, novos dirigentes sindicais souberam
compreender as mudanças na economia mundial, que exigem cada vez mais
eficiência e menores custos, e se adaptaram a elas, com benefícios para
empregados, empregadores e para a economia local. Não é,
lamentavelmente, o que se vê em São José dos Campos.
Talvez
estimulados pela impunidade com que o fizeram pela primeira vez, em
agosto do ano passado, e com as mesmas alegações, esses dirigentes
mobilizaram trabalhadores da empresa General Motors ; (GM), que estavam
em greve, para um protesto na Via Dutra, que constituiu na interdição
total das duas pistas da rodovia na manhã de terça-feira, o que resultou
em congestionamento de até 8 quilômetros no sentido São Paulo-Rio.
Como
no ato realizado no ano passado, os sindicalistas protestavam contra a
possível demissão de até 1,5 mil trabalhadores da GM. Enfrentando
concorrência cada vez mais acirrada, como ocorre com outras empresas
industriais instaladas no País, a montadora de veículos vem procurando
reduzir seus custos operacionais, aumentar sua produtividade e, assim,
defender seus mercados e, se possível, ampliá-los. Isso implica decisões
cruciais em diferentes áreas, como a dos investimentos e a das relações
trabalhistas.
Mudanças
como a adoção de jornadas diferenciadas, revisão dos padrões de
remuneração, definição de novos benefícios e responsabilidades, entre
outras fazem parte dos temas que precisam ser discutidos com serenidade
por trabalhadores e empresas, para que se preservem as fábricas sem
impor perdas aos empregados. No caso de São José dos Campos, no entanto,
discussões como essas, embora inevitáveis no processo de transformações
por que passa a indústria em todo o mundo, não avançam, por causa do
radicalismo da direção sindical, dominada por representantes do PSTU e
seu braço sindical, a Conlutas.
Resistente
a qualquer iniciativa da empresa na área trabalhista, o Sindicato dos
Metalúrgicos de São José dos Campos está forçando a GM a reduzir
paulatinamente suas atividades na cidade, deslocando-a para outras
unidades, como as de São Caetano do Sul (SP), Joinville (SC) e Gravataí
(RS). Dados recentes indicam que, de R$ 5,5 bilhões investidos pela
empresa em quatro anos, apenas R$ 800 milhões foram destinados à unidade
de São José dos Campos.
Na
fábrica do Vale do Paraíba estão empregados 7,5 mil trabalhadores. A
interrupção da produção de modelos que ali eram fabricados e a escolha
de outros locais para a montagem dos novos modelos estão reduzindo a
importância de São José dos Campos na estrutura da GM brasileira, com
reflexos no quadro de pessoal.
Desde
agosto, 800 empregados foram colocados no regime de lay-oif, isto é,
permanecem em casa enquanto o ritmo de atividade da fábrica não se
normalizar. Fazem parte do grupo de 1,5 mil trabalhadores que, segundo o
sindicato, podem ser demitidos. Foi para protestar contra essa possível
demissão que, depois de paralisar a produção, o sindicato levou os
trabalhadores à via Dutra, para perturbar a vida da população.
Houve
tempo em que sindicalistas do ABC agiam de modo semelhante e levaram as
empresas a reduzir seus programas de investimentos na região e até a
estudar a possibilidade de fechamento de fábricas. Felizmente para essas
regiões e para os metalúrgicos, novos dirigentes sindicais souberam
compreender as mudanças na economia mundial, que exigem cada vez mais
eficiência e menores custos, e se adaptaram a elas, com benefícios para
empregados, empregadores e para a economia local. Não é,
lamentavelmente, o que se vê em São José dos Campos.
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