foto da catedral, de minha autoria, com um efeito para dar um aspecto diferente
Cronica de uma série que coleciono, infelizmente não tenho o autor, mas não posso deixar de compartilhar o brilhante texto com os amigos.
Lavou
as mãos como se fosse Pôncio Pilatos e sentenciou:
–
Só o Destino poderá dizer o que será de ti, pobre homem. E tenho dito.
Promotor
e advogado de defesa ficaram olhando para o magistrado, sem saber o que fazer.
O réu perguntou ao defensor:
–
Vencemos?
O
advogado abriu os braços, indeciso:
–
Não sei. Mas, pelo visto, empatamos.
Os
guardas também não sabiam como proceder:
– E
aí? Soltamos o homem?
–
De forma alguma! – protestou o promotor, afirmando: – Esse miserável vai pagar
pelo que fez.
O
defensor:
–
Olha como fala, doutor. Meu cliente é inocente.
O
promotor perdeu a linha de vez:
–
Aqui, ó! Quem disse isso?
– O
juiz.
–
Mentira! Ele deixou o futuro do desgraçado nas mãos do destino.
–
Certo, doutor. E, na minha opinião, isso significa liberdade.
O
promotor aprontou outro barraco:
–
Só se for na sua, imbecil. Na minha opinião, o réu volta para a cadeia.
O
réu, esnobando:
–
Só com ordem judicial.
O
advogado de defesa tirando um sarro com a cara do promotor:
–
Boa.
O
promotor plantou-se na porta do tribunal:
–
Daqui ele não passa.
Um
funcionário do fórum:
–
Nunca vi um promotor defender tanto a causa pública.
–
Lógico! O réu aplicou um golpe na filha dele.
O
defensor para o promotor:
–
Doutor, é melhor cessar o bate-boca. Preciso levar o meu cliente.
O
promotor, gritando:
–
Daqui ele não sai!
Chamaram
o escrivão para que a sentença fosse lida mais uma vez. Silêncio:
–
“Só o Destino poderá dizer o que será de ti, pobre homem.”
O
defensor:
–
Viu?
O
promotor:
–
Viu?
No
meio do impasse, surgiu um guarda do presídio, um negão de quase dois metros,
desculpando-se pelo atraso. Identificou-se e apresentou-se ao escrivão:
–
Boa tarde, meu nome é Destino. – a maldade em pessoa.
0 comments:
Postar um comentário