Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Só a crise pode evitar a eternização do PT no poder

Wagner Pires
Lula pegou o real estável, toda a economia estabilizada, com equilíbrio da política monetária, alta da massa de rendimento real do trabalhador, economia dinamizada pelas recentes privatizações, Balança Comercial favorável, crescentes superávits e recordes sucessivos na exportação de commodities, com a consequente e segura formação de reservas cambiais.
O vagabundo dá uma de bacana, expande o gasto público além dos limites da razoabilidade, estimula inconsequentemente o crédito, fazendo as famílias e o setor privado ultrapassarem o limite razoável do endividamento, levando a economia para uma cilada estagflacionária ocasionada pelo esgarçamento do poder de consumo e de investimento do setor público e privado.
Olha aí a desgraça em que nos meteram este demônio e seu poste. Não haverá ganho real para o salário mínimo em 2016, é fato. Isso é um absurdo, depois de mais de 20 anos garantindo o crescimento real do salário mínimo!
Para 2017 e 2018, com a recessão, também já está definido que o salário mínimo não terá ganho real algum.
CONGRESSO
A última instância de sustentação do poder que faltava para o PT derrubar de uma vez por todas a nossa frágil democracia é o Congresso. Estamos nas mãos do PMDB. Se este partido colocar o Congresso à disposição do projeto de poder petista, o país já era!
Aliás, eu disse isso várias vezes aqui na TI antes das eleições: “Gente, pelo amor de Deus, não votem no PT. Mais quatro anos é tudo o que o partido precisa para completar o processo hegemônico de poder e derrubar a nossa frágil democracia pelo aparelhamento da máquina pública, pelo direcionamento da economia e pelo funcionamento dos aparelhos estatais”.
Agora, olha aí o Renan Calheiros, vendido que é, pendendo para o projeto petista para o nosso país. Na tentativa de livrar a própria cara, ele coloca em risco os verdadeiros interesses nacionais.






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Restos a pagar

 Opinião J. R. Guzzo Publicado na versão impressa de VEJA

O segundo governo da presidente Dilma Rousseff deu para imaginar o fim do mundo a cada vez que a população vai para a rua; deve ter suas razões. Daí, quando as pessoas voltam para casa e se descobre que o mundo, obviamente, continua de pé, as altas autoridades da República passam a contar vantagem. Insultam os manifestantes. Dizem que estão fazendo um governo praticamente perfeito ─ se uma ou outra coisa não vai bem, a culpa é da economia dos Estados Unidos, ou da China, ou de quem mais possa lhes dar na telha.
Agem como se todos os brasileiros que não foram às manifestações estivessem a favor do governo. Acreditam que saíram da bacia das almas porque fecharam negócio com a nova equipe de resgate chefiada pelo senador Renan Calheiros e seus associados de sempre ─ Fernando Collor, José Sarney, Paulo Maluf e outros gigantes que hoje são os anjos da guarda da esquerda nacional. A presidente, mais uma vez, diz: “Daqui ninguém me tira”.
Dilma Rousseff não caiu entre o domingo e a segunda-feira da semana passada, depois que centenas de milhares de pessoas, pela terceira vez em cinco meses, mostraram em praça pública o quanto desprezam seu governo, seu partido e seus aliados. E como poderia ter caído? A população, no dia seguinte, tem de trabalhar, cuidar da casa, tocar a vida; não pode continuar na rua. Os que vão aos protestos não são militantes pagos pelos “movimentos sociais” que vivem de dinheiro do governo. Não são golpistas: não querem dar golpe nenhum, se quisessem não saberiam como, nem têm tempo para isso. Mas a presidente da República, o Instituto Lula e os comitês centrais do PT fazem questão fechada de não pensar na única realidade que importa no momento ─ com essas multidões ocupando livremente as ruas é impossível acreditar que o governo esteja ganhando alguma coisa.
Não dá para insistir que os seus donos estão certos ─ e que os 70% dos brasileiros que os condenam nas pesquisas de opinião estão errados. Mais que tudo, nenhum dos problemas urgentes que o Brasil tem hoje andou um milímetro no rumo de uma solução depois que as passeatas acabaram. O governo Dilma não é capaz de perceber, quando acha que chegou ao fim de uma dificuldade, que está apenas no começo de outra. Ficou combinado, no grosso dos comentários feitos até agora, que a presidente “ganhou tempo”. É mesmo? E quanto foi esse tempo ganho? O suficiente para atravessar os próximos três anos e quatro meses que tem pela frente? Fala sério.
Será preciso, em primeiro lugar, que alguém comece a governar. Tanto quanto se pode ver, o refrão “fora Dilma” ficou superado ─ ela já está fora há muito tempo, desde que desistiu de ser presidente da República e optou por chefiar um governo paraplégico. Hoje, na visão de Lula, do PT e da “base”, só serve para levar a culpa por tudo; para o restante do país, não tem utilidade conhecida. Mais que tudo, a travessia vai exigir dos donos do governo o reconhecimento de uma realidade bem simples: seu verdadeiro problema não está nas manifestações de rua, no “golpe da direita”, na crise “do capitalismo”, no deputado Eduardo Cunha e outros favoritos do seu atual elenco de demônios ─ está em Curitiba, no juiz Sergio Moro e na 13ª Vara Criminal Federal. É algo que, até agora, têm sido mentalmente incapazes de fazer.
O governo dos últimos treze anos resume-se hoje a uma soma de restos a pagar. Não quer, e talvez já não possa, zerar essa conta. Enquanto isso, na vida como ela é, tudo continua a provar por A + B que o Brasil, tal como é governado hoje, não corre o menor risco de dar certo. Descobriu-se no noticiário que na sua recente visita de um dia à Califórnia, durante a viagem que fazia aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff conseguiu gastar 100 000 dólares só com o aluguel de carros. Foram contratados 25 motoristas para levar a comitiva brasileira de lá para cá, a bordo de automóveis, vans, ônibus e até um caminhão. (Eis aí, entre outras, a pergunta que não quer calar: por que esse caminhão?)
Embora a visita de Dilma tenha durado apenas um dia, o contribuinte brasileiro pagou a circulação da frota inteira durante os quinze dias anteriores; segundo os gerentes do Palácio do Planalto, foi preciso esse tempo todo para preparar as coisas bem direitinho. Para completar a comédia, o governo só pagou à locadora dos veículos depois de se ver ameaçado de um processo de cobrança na Justiça americana. Como pode funcionar um país que gasta 100 000 dólares com aluguel de carros num passeio, incluindo um caminhão para levar a tralha de Sua Excelência? Não pode.






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QUEM CONFIA NO TSE?

PERCIVAL PUGGINA
O governo vem aparelhando o TSE, há bom tempo. Durante a insólita eleição e apuração de votos do ano passado o tribunal era presidido por... Dias Toffoli. Agora, Gilmar Mendes resolveu olhar de perto, no processo movido pelo PSDB, a prestação de contas da campanha petista em 2014. Já haviam sido detectados cobras e lagartos mas o tribunal aprovara "com ressalvas". Agora, retomado o processo em função dos achados da operação Lava Jato, coube ao ministro Gilmar Mendes a relatoria da matéria.
 O jornalista Carlos Newton, do site Tribuna da Internet, em matéria de ontem, escreveu:
(...) "A segunda providência (a primeira fora a aprovação com ressalvas), depois que se agravaram as denúncias da Lava Jato sobre uso de recursos ilícitos na campanha de Dilma, foi desmontar o golpe da relatora da ação do PSDB para cassação de Dilma Rousseff, ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, que arquivara a petição sem abrir ação e depois arquivara o recurso do PSDB.
Há duas semanas, no julgamento do recurso do PSDB, Mendes destruiu a credibilidade da ministra Maria Thereza, uma simples advogada do tipo Toffoli, de currículo inexpressivo, que chegou ao Superior Tribunal de Justiça sem méritos próprios, exclusivamente por obra e graça da presidente Dilma.

Com precisão cirúrgica, Mendes apontou uma série de erros jurídicos primários que a ministra cometera no afã de arquivar o processo contra a amiga Dilma. Sem a menor contemplação, Mendes humilhou-a perante os outros seis integrantes do TSE, numa cena verdadeiramente constrangedora, e a ministra sequer se defendeu.
Depois de desmontar o parecer de Maria Thereza, Mendes votou contra o arquivamento da ação para cassar Dilma e foi seguido pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, João Otávio de Noronha, que é um dos mais respeitados ministros do STJ.

Esta semana, o ministro Luiz Fux, que apoiara as críticas de Fux à posição da relatora, votou a favor do prosseguimento da ação, e pediu vistas dos autos e foi acompanhado pelo ministro Henrique Neves, que garantia maioria. O julgamento só não terminou, porque a ministra Luciana Lóssio pediu vistas e a falta o ministro Dias Toffoli votar.
Detalhe importante: Luciana Lóssio é outra ministra tipo Toffoli, sem notório saber e que chegou ao TSE por nomeação de Dilma Rousseff, recompensando-a por ter sido advogada do PT na campanha de 2010."
Diante dessas informações, sendo tão visível a leniência do STF (em outra decisão, Gilmar Mendes informa que políticos de suas relações observaram para ele que o tribunal é ingênuo e despreparado), quem pode duvidar de que algo ainda mais grave tenha acontecido durante a eleição de 2014, seja na votação, seja na transmissão de dados, conforme tanto tem sido advertido?




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DA MEGALOMANIA À INSIGNIFICÂNCIA

por Percival Puggina

 Certa feita, no ano de 2004, em um dos tantos debates que já mantive com lideranças do PT, ironizei a continuidade que o governo Lula vinha dando às políticas tucanas que combatera tão intensamente e com tanto sucesso eleitoral. Mostrei, uma a uma, as contradições. O abominável Plano Real estava mantido com inteiro rigor. O superávit fiscal, tão execrado pelo petismo, havia atingido, com Lula, o maior valor dentro da série histórica. Os programas de renda mínima, que Lula acusara de serem uma forma de fazer votos graças à fome de quem vota com a barriga, haviam mudado de nome e recebido mais recursos. E por aí fui, até ser interrompido por meu interlocutor que me disse exatamente o seguinte: "Puggina, não se muda a direção de um transatlântico com guinada brusca" e ilustrou o que dizia com o braço desenhando um longo arco. A mudança de rumos estava em curso e seria gradual.
Ele pertencia à alta hierarquia de seu partido e estava bem informado. O tempo o comprovou. O PT destruiu os fundamentos macroeconômicos então vigentes (responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e meta de inflação). Exibiu, pouco a pouco, sua vocação para o totalitarismo. Empenhou-se na armação da luta de classes, forçando o divisionismo dentro da sociedade. Ensaiou várias tentativas de controlar a mídia. Levou o revanchismo até onde pode. Concebeu várias agendas socialistas. Aliou-se aos piores vilões da política nacional e internacional. Não lhe faltaram tentativas de impor absurdos, mediante decretos felizmente rejeitados pela opinião pública e pelo Congresso. Tais foram os casos do PNDH-3, que fazia gato e sapato em nome dos direitos humanos, e do decreto Nº 8.243 (decreto dos sovietes), que pretendia uma desabilitação do poder legislativo. O partido viria, como de fato veio, contaminar e aparelhar o Estado em conformidade com um desígnio totalitário. Tudo para alterar a trajetória do transatlântico.
Na política, tudo ia bem. Os corruptos prosperavam. Não faltava dinheiro à mídia chapa branca, nem capitanias hereditárias aos partidos e aos políticos da base. O crescimento chinês empurrava a economia para a frente, mais ou menos como as elevações da taxa de juros engordam os lucros dos bancos sem que os banqueiros precisem sair da poltrona. O petróleo a mais de US$ 100 viabilizava qualquer estripulia na Petrobras e o pré-sal era portentosa mina, a ser drenada ainda antes de gotejar. A megalomania, os delírios de poder e de riqueza, os projetos faraônicos, o messianismo característico dos partidos e movimentos totalitários recebiam injeções de adrenalina na veia. No limite das aparências, Lula era um Midas. Além das aparências, uma bomba de efeito retardado.
Só agora, concluída aquela curva descrita pelo meu interlocutor no debate acima referido, veem-se todas as dimensões do estrago. O desvio de rota jogou o país contra os rochedos, de modo desastroso. Lula e Dilma, que sequer se animam a aparecer em público, fazem lembrar o rápido e furtivo desembarque do comandante Francesco Schettino após jogar o Costa Concórdia contra os arrecifes junto à ilha de Giglio.
A direção pretendida quando a grande curva foi desenhada chegou onde inevitavelmente haveria de chegar, porque nunca foi diferente o resultado de tais políticas. E se há muita incerteza, hoje, sobre o futuro do país, se os comandantes se escondem mas não desembarcam, ninguém duvida de que o desvio de rota e a megalomania os condenaram à insignificância.






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Um Brasil que nunca existiu até agora

 Opinião J. R. Guzzo: Publicado na versão impressa de VEJA
O Brasil pode estar ganhando muito mais do que perdeu com a descida da Petrobras aos nove círculos do inferno para onde foi arrastada durante os três últimos governos da República. Nunca se roubou tanto da brava gente brasileira, embora se tenha roubado sempre ─ e provavelmente se continuará roubando enquanto o país, na prática, for propriedade do “Estado” e obedecer à sua regra número 1, pela qual é obrigatório, para quem quer produzir alguma coisa, pedir licença a quem não produz nada.
Mas há sinais concretos de que o espetacular surto de corrupção dos últimos anos, quando nossos atuais governantes decidiram transformar o uso privado do patrimônio público em programa, método e sistema de administração, está oferecendo uma oportunidade inédita ao Brasil do futuro ─ a de deixá-lo mais resistente do que jamais foi às epidemias de criminalidade oficial causadas pelos que mandam no governo, dentro e em volta dele, e que agora chegaram ao seu grau de intensidade máxima.
Essa recompensa será a passagem do país a uma situação até agora praticamente desconhecida na história brasileira: a de funcionamento pleno de um estado de direito no território nacional. O trabalho para isso está sendo feito numa modesta jurisdição local, a de Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, titular da 13ª Vara da Justiça Federal, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Ninguém está dizendo aqui que o Brasil perdeu pouco, porque a verdade é que perdeu muito. Provavelmente nunca se saberá ao certo ─ a conta começa num número mínimo de 6 bilhões de reais, estimativa oficial da própria Petrobras para o prejuízo sofrido com esse redemoinho de corrupção que a empurrou para o precipício, e vai até cifras não mapeadas pela aritmética comum.
Mas, por maior que seja a perda, sempre será apenas dinheiro ─ e a sabedoria popular diz que tudo o que pode ser pago com dinheiro é barato. Caras, mesmo, são aquelas coisas que o dinheiro não consegue comprar. Uma das mais preciosas é a segurança trazida pelos regimes em que o cidadão vive, no dia a dia da vida real, sob o comando da lei. Não é possível haver civilização se não há estabilidade, e não é possível haver estabilidade sem um sistema judicial que funcione com clareza, para todos e durante o tempo inteiro. Onde a aplicação da lei é incerta, não há lei. Onde não há lei, não pode haver liberdades públicas ou indivi­duais, nem igualdade entre as pessoas, nem proteção verdadeira aos direitos de ninguém; não pode haver democracia.
O esforço do juiz Moro no processo do petrolão, junto com os procuradores federais e os agentes da PF, está colocando a sociedade brasileira sob o império da lei ─ the rule of law, como se diz no direito público dos Estados Unidos e da Inglaterra. Isso não tem preço. A força que realmente sustenta os procedimentos da Justiça Federal na Operação Lava-Jato é a obediência permanente à letra da lei por parte dos responsáveis pelo processo. Não adianta nada buscar a justiça se não há nessa busca o respeito às leis em vigor no país. Elas são as únicas que existem, e é com elas que o Poder Judiciário tem de trabalhar; combater a impunidade não autoriza ninguém a passar por cima do direito de defesa, da obrigação de provar claramente cada acusação feita e de qualquer regra escrita nos códigos da Justiça penal.
Agir dentro da lei ─ é o que o Judiciário federal está fazendo, e é por isso, justamente, que sua conduta está sendo tão decisiva para o avanço do estado de direito no Brasil de hoje. Os fatos, aí, são perfeitamente claros. Todas as decisões do juiz Moro, sem nenhuma exceção, estão sujeitas ao julgamento de tribunais que ficam acima dele; os advogados dos acusados têm o direito de recorrer a essas autoridades superiores contra qualquer dos seus despachos, e vêm fazendo isso desde que o processo começou. Em praticamente todos esses recursos as decisões de Moro foram confirmadas.
Seu trabalho está sendo vigiado o tempo todo pelos 27 desembargadores das oito turmas do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, mais os 33 ministros do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, e, no fim da linha, os onze ministros do Supremo Tribunal Federal. Além disso, ele despacha sob o olhar direto dos onze procuradores federais e dez delegados da PF, pelo menos, que dão expediente na Operação Lava-Jato ─ ao todo, contando com ele próprio, um exército de 93 pessoas. O que mais estaria faltando?
O processo do petrolão, na verdade, é o exato contrário do que têm afirmado desde o começo muitos dos advogados que lideram a defesa ─ mais, naturalmente, o governo e todo o seu sistema de apoio. Sua ideia-mãe, com variações aqui e ali, é que Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal estão criando um “regime de exceção” no Brasil, um “estado policial” que nega o direito de defesa, persegue cidadãos sem culpa formada, age com crueldade e prepara um golpe para a “volta da ditadura”. Estariam mancomunados para tirar a liberdade de empreiteiros de obras, diretores da Petrobras, doleiros, o tesoureiro nacional do PT e quem mais estiver sendo investigado por corrupção na Justiça Federal do Paraná. Como assim? Ninguém explica, pois não dá para explicar como seria possível montar uma conspiração secreta com a participação de quase 100 pessoas sem que ninguém falasse nada.
É incompreensível, também, alegar arbitrariedade, violência contra os acusados ou descaso com a produção de provas quando nada menos que 28 cidadãos, todos altamente postados na vida, concordaram até agora, com a plena assistência de seus advogados, em confessar suas culpas, devolver dinheiro ganho ilegalmente e denunciar cumplicidades nos delitos que praticaram. Réus já receberam sentenças das quais não vão apelar. Mais: a “delação premiada”, que levou os envolvidos a colaborar com a Justiça para aliviar suas penas, só existe porque foi criada por lei. Não é uma lei da “ditadura” ou do ex-­presidente Fernando Henrique ─ é a Lei 12850, sancionada em 2013 por ninguém menos que a própria presidente Dilma Rousseff, que ainda na campanha eleitoral do ano passado a apresentava como uma das suas grandes realizações e hoje se diz indignada com ela.
Uma discreta informação surgida no noticiário recente talvez seja a comprovação mais luminosa, pois também é a mais simples, da mudança real que o avanço do estado de direito está produzindo no Brasil. O empresário Emílio Odebrecht, segundo a notícia, queixou-se aos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique, em conversas particulares, por não estar conseguindo fazer nada pela libertação de seu filho Marcelo, acusado de corrupção na Petrobras e preso há dois meses em Curitiba. Lula e FHC disseram-lhe palavras de consolo ─ e isso foi tudo que puderam fazer. Não é preciso pensar mais do que dois minutos para ver que a ação da Justiça está fazendo aparecer um país que jamais existiu antes por aqui.
A Odebrecht é o quarto maior grupo empresarial do Brasil; faturou perto de 34 bilhões de dólares em 2014, emprega cerca de 170 000 pessoas diretamente e influi nos negócios de centenas de outras empresas. Desde quando um dos empresários mais potentes do Brasil, íntimo do primeiríssimo escalão do poder, fala com dois ex-presidentes da República e não consegue tirar o próprio filho da cadeia? Não é assim que este país vem funcionando há 500 anos. Temos leis que não acabam mais ─ mas para que servem se não são aplicadas sempre, por igual e para todo mundo? A Rússia comunista também tinha belíssimas leis ─ previam até a liberdade de imprensa, o voto livre e a independência de poderes. E daí? Lei não é justiça.
Só poderá haver esperança de uma sociedade justa se estiver em funcionamento genuíno um sistema judiciário independente, previsível e capaz de aplicar a lei sempre da mesma maneira ─ e em que os donos do poder não possam demitir os juízes que os incomodam. É o que está acontecendo no petrolão. Marcelo Odebrecht não está preso porque é rico e preside uma empresa gigante. Está preso porque a Justiça, com apoio em fatos, investiga quanto ele está devendo ao Código Penal.
O tiroteio disparado contra Sérgio Moro é uma das mais agressivas campanhas em favor da negação da Justiça que o Brasil já conheceu. É também a comprovação de quanto a ideia de viver sob o império da lei é inaceitável para as forças que mandam na vida pública brasileira. Trata-se do condomínio formado por coronéis da política, que operam nas grandes capitais e andam de jatinho, mas continuam dentro do seu carro de boi mental de sempre, por empresas que vivem de fazer negócios com o governo e por toda a extensa população de parasitas cujo bem-estar material depende, de um jeito ou de outro, da máquina pública. São representados hoje, melhor do que nunca, pelo governo do PT, seu aliado, sócio, protetor e protegido ─ e para manterem o fazendão que chamam de “Estado” estão convencidos de que tudo serve.
Vale, por exemplo, dizer que o combate à corrupção na Petrobras está fazendo o Brasil perder “1% do PIB”, como descobriu a presidente Dilma. A Lava-Jato não pode “paralisar” a economia brasileira, dizem lideranças do PT e do governo ─ por essa maneira de ver as coisas, a economia só crescerá se a ladroagem estiver liberada. A delação de um dos acusados, algum tempo atrás, foi vista como uma manobra internacional para “prejudicar a viagem da presidente aos Estados Unidos”. O ex-presidente Lula compara o combate judicial à corrupção com a perseguição aos judeus na Alemanha nazista.
Vale tudo, também, na tentativa permanente de denunciar o juiz, procuradores e policiais que investigam o petrolão como delinquentes dispostos a violar a lei para satisfazer a “opinião pública”. Personalidades tidas como juristas de elevado saber mostram-se tão convencidas de suas próprias certezas que não pensam mais direito no que estão falando. Uma delas, recentemente, sustentou que o juiz Moro é “um cidadão do sul com volúpia para prender pessoas” ─ e que as confissões dos acusados estão sendo feitas “sob tortura”.
No seu entender, o sujeito que “está acostumado com um bom padrão de vida e é posto numa sala que não tem nem privada”, como ocorre com os empreiteiros e barões da Petrobras presos em Curitiba, “está sendo torturado”. Para aperfeiçoar seu argumento, disse que um preso é um preso, e outro preso é outro preso. “Se você viveu numa favela”, comparou, dá para aguentar uma cela miserável; com um doutor já não é a mesma coisa. Que mais seria preciso para comprovar a angústia do Brasil velho com a mudança ora em execução pela Justiça Federal?
O autor desses pensamentos, enfim, parece ter falado por todos os que combatem os processos do petrolão ao afirmar que “nem no tempo da ditadura” houve tanto desrespeito à lei numa investigação criminal. É mesmo? Se os que dizem isso tivessem um dia levado um bom inquérito policial-militar no lombo, notariam bem depressa as diferenças entre uma época e outra; saberiam, também, que uma cela no DOI­-Codi não tem absolutamente nada a ver com o xadrez da PF de Curitiba.
É um bom sinal para o Brasil que, após um ano inteiro de esforço, tenha dado resultado zero a tentativa de demonstrar que não há corrupção no governo, ou só um pouquinho, e que tudo não passa de uma armação contra os interesses populares. A campanha fracassou porque sempre foi uma missão impossível ─ pretendeu convencer a maioria da população a acreditar que os reis não estão nus, e essa não é uma opção disponível. O trabalho do juiz Sérgio Moro está mais vivo hoje do que estava quando começou. O estado de direito agradece.




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Pagando os excessos num país quebrado

Vittorio Medioli

Que o Brasil estava quebrado, rumo à desintegração, era fácil de entender ao longo de 12 anos marcados por aumentos sistêmicos de custeio da máquina pública, muito acima do crescimento do Produto Interno Bruto.
Em qualquer época há quem ganha e quem perde. Nos primeiros meses de 2015 todos os setores produtivos (menos a agricultura) sofreram, e continuam sofrendo, queda histórica de atividades, turbinada pelo denominado ajuste fiscal.
No comando das medidas que aumentam impostos e juros apenas se conseguiu diminuir a arrecadação da União, dos Estados e dos municípios ampliando absurdamente a dívida pública, das empresas e do cidadão. Nada do que estava nos anúncios iniciais vem se realizando, e as previsões do período de crise se dilatam a cada semana. Já se pensa em mais três ou quatro semestres. Quer dizer, a fórmula não deu certo. O conteúdo da panela não dá para ser servido.
Precisa recomeçar com novos ingredientes. Temos aí, assim, a recessão em nível estúpido.
FECHANDO EMPRESAS
Na condução disso tem um grupo de financistas emprestados pelos maiores bancos e chefiado por Joaquim Levy (Bradesco). Fecharam-se indústrias, lojas, vagas de trabalho em volume assombroso, os setores estruturantes da economia em agonia, criando-se uma camada glacial de desempregados. Em contrapartida, o sistema bancário nacional, especulativo, contabilizou o semestre mais rentável desde a época do Descobrimento.
A presidente, que no seu primeiro mandato abusou de medidas eleitoreiras e frívolas, tentou corrigir com outro excesso, em sentido contrário, de ortodoxia e apertos. Acreditou nos banqueiros. Mais, acreditou que a vara pode se dobrar indefinidamente sem quebrar.
Sabia-se (aqui escrevi centenas de vezes nos últimos dez anos) que a economia não aceita desaforos, que as contas econômicas precisam manter o norte da “sustentabilidade” e do equilíbrio. Sem ele, é a ruína. Amanhã, depois de amanhã, levará à ruína uma família, uma empresa, um país.
MÁGICAS E PEDALADAS
Doze anos de mágicas e pedaladas, represando rombos gerados por conta de desperdícios, corrupção e equívocos gigantescos. O comércio se expandiu com as importações, possibilitadas pela moeda artificialmente valorizada, que condenou a indústria nacional a encolher e zerar sua competitividade. Perder ainda possibilidade de renovação e de inovação.
Verbas bilionárias se vaporizaram no petrolão. O país não alcançou a autossuficiência energética de baixo custo. Investiu tudo que não podia na miragem de um petróleo que, ao contrário de aumentar de preço e chegar a US$ 200 por barril, despencou para um valor abaixo de US$ 40. A esbórnia do pré-sal arrebentou a Petrobras; a ressaca é dura, e, para manter as contas da estatal, continua-se importando grande volume de gasolina, mais barata que o petróleo que se extrai e se refina do pré-sal.
SETOR PRODUTIVO
O ajuste nunca se deu atacando as ineficiências, tapando ralos e rachaduras do sistema. A galinha dos ovos de ouro, o setor produtivo, que mantém uma estrutura socioeconômica de pé, gerando empregos e arrecadação, foi a mais prejudicada.
A palavra para compreender a crise em que se afundou o governo Dilma: EXCESSO.
Excessos em todos os sentidos, nas previsões absurdamente deslumbradas, nas medidas perdulárias do primeiro mandato. Incapacidade de compreender o momento, de tomar medidas corretas. Depois outros excessos no ajuste econômico, uma overdose que está colocando o Brasil em agonia.
Os ministros escalados, se não forem incompetentes, são mal-intencionados, servem apenas aos bancos que os empregam.
COMADRES NO PODER
No primeiro mandato a presidente abusou das “comadres da Alvorada”, Miriam Belchior (ex de Celso Daniel), Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann e Graça Foster. Esse grupo ditou a política que arruinou o sistema energético nacional, já debilitado pelo antecessor, Petrobras e Eletrobras estão quebradas, e as contas sendo pagas a caro preço em tarifas insuportáveis para a maioria da população e das empresas. Inventaram as comadres descontos mirabolantes nas tarifas de luz, confisco de hidrelétricas, escolhendo no menu de medidas mais desestruturadoras possíveis. Vários setores que dependem de energia elétrica foram levadas sumariamente a fechar as portas e milhares de vagas. Nenhuma medida compensatória foi proposta. Ainda a maioria dos empréstimos do BNDES financiou os larápios do petrolão e se perdeu na corrupção que deixou para trás um punhado de cinza.
Embora Dilma se encontre a enfrentar o pedido de impeachment que a classe média pede nas ruas das metrópoles, indignada com as roubalheiras, poderá ser atingida e atropelada apenas quando o desemprego e as dificuldades chegarem à mesa das classes menos abastadas. E já começou a chegar.
AJUSTE DE LEVY
Acreditar que as medidas de Levy tenham capacidade de consertar a crise é pouco provável. Mas, tanto para Dilma como para quem possa sucedê-la, precisará manter claro que se aumenta arrecadação e o desenvolvimento não com torniquete e burocracia, mas preservando a capacidade de produção e de trabalho.
A forma de sair da desgraça em que precipitou está no plano de “conversão ambientalmente correta, do fóssil para o renovável”, ainda na limpeza do ar, das águas e do planeta Terra, do Brasil em especial. Exatamente o contrário do que representam pré-sal e escolhas que serviram de pretexto para o maior esquema de corrupção do planeta.
uma enorme dificuldade também deriva da ocupação dos ministérios e das estatais por figuras sem expressão, à disposição de planos de poder partidários, sem compromisso com a nação.
O momento requer grandes lideranças, motivação patriótica, união e propostas de superação. Circunstâncias difíceis e complicadas tanto pelos atores no palco quanto pela visão voltada apenas ao poder, ao interesse de setores isolados.
A presidente vem perdendo credibilidade e, por consequência, autoridade para exercer o papel de mediadora da crise. Os excessos a fragilizaram, e corrigir-se está ficando cada dia mais árduo.





extraídadetribunadainternet

Fracassa o golpe de Marcelo Odebrecht para anular a Lava Jato

Carlos Newton

Desde o início da Lava Jato, muitos dos principais envolvidos julgavam que seria possível anular as investigações por vícios de origem, da mesma forma como já aconteceu em outras importantes operações da Polícia Federal, que acabaram sepultadas por erros cometidos por delegados ou agentes, como a Satiagraha e a Castelo de Areia.
Eles acreditam que conseguiram o mesmo efeito da impunidade do banqueiro Daniel Dantas, que na operação Satiagraha conseguiu se livrar de uma sentença de 10 anos de prisão. Na época, ele até ironizou a Justiça e declarou só se preocupar com a primeira instância, porque “lá em cima eu resolvo”. Referia-se, é claro, aos tribunais superiores.
Diante dessa perspectiva, empreiteiros relutaram em fazer delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque chegou a processar o antigo colega Paulo Roberto Costa, operadores do esquema também achavam que poderiam escapar impunes, a certeza da impunidade prevalecia.
Pouco a pouco, porém, foi surgindo uma nova realidade, com o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal mantendo as decisões de primeira instância e deixando os envolvidos mofando na cadeia antes mesmo de serem julgados, coisa rara na Justiça brasileira. E as delações foram aumentando.
A ODEBRECHT INSISTE
Renato Duque acabou jogando a toalha, assim com muitos outros envolvidos, mas o principal empresário da construção civil, Marcelo Odebrecht, continuou cultivando o sonho da impunidade. Muitos meses antes de sua empresa ser denunciada, Marcelo Odebrecht já preparava um esquema preventivo. Segundo a Polícia Federal, com base em uma auditoria realizada em Curitiba, partiu do empresário o golpe de plantar um aparelho de escuta ilegal dentro da cela do doleiro Alberto Youssef, para que fosse encontrado e anulasse as investigações.
Simultaneamente foram cooptados o delegado Mário Renato Castanheira Fanton e o agente Dalmey Fernando Werlang, que passaram a dar declarações de que o equipamento estava operante e tinha sido plantado na cela por ordem da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Com isso, criou-se uma grande confusão.
NA CPI, A SEGUNDA FASE
Simultaneamente, em Brasília entrava no circuito o deputado federal Aluísio Mendes (PSDC-MA), ex-agente da PF e hoje integrante da CPI da Petrobras, que passou a propagar que sindicância que apurou o grampo na cela de Youssef tinha sido “criminosa” e poderia ensejar a anulação da operação, citando os exemplos da Satiagraha e da Castelo de Areia.
Mendes é autor do requerimento para tomada de depoimento de Dalmey Fernando Werlang, agente da Polícia Federal, supostamente responsável pela instalação do grampo na cela de Youssef. Mendes diz haver “fatos contundentes” que poderiam questionar a primeira sindicância feita pela PF sobre a questão.
O deputado não esperava que o Ministério Público Federal entrasse em ação e denunciasse criminalmente o delegado Mário Fanton e o agente Dalmey Werlnag por calúnia e difamação, por terem apontado a existência de grampos ilegais na cela do doleiro. Eles são acusados de se associarem para  desestabilizar as apurações e tentar algum tipo de nulidade legal da Lava Jato.

MARCELO, O MANDANTE
No relatório que pediu o  indiciamento, a Polícia Federal aponta como figura central desse suposto plano justamente o empresário Marcelo Odebrecht, que ainda reluta em fazer delação premiada. Pode ser que tenha outros trunfos na manga, mas o fato é que ele já está preso desde o início de julho e será julgado pelo juiz Sérgio Moro, porque não tem foro privilegiado. Como diz Daniel Dantas, é aí que mora o perigo.

O legado do PT

Carlos Chagas 

Acontecerá o quê, caso Madame perca o mandato? Na hipótese de Michel Temer despencar com ela, se o Tribunal Superior Eleitoral anular as eleições do ano passado, teremos nova eleição para completar o período. No reverso da medalha, o vice assume se o Tribunal de Contas da União e o Congresso considerarem ter havido crime de responsabilidade nas contas do governo em 2014. Também fica em aberto a possibilidade de tudo continuar como está, ou seja, Dilma permanecer no governo até o fim.
E daí? Daí nada. É esse o destino que nos assola. O Brasil ficará igualzinho, pela falta de alternativas com relação ao futuro. Inexistem projetos no imaginário de nosso coletivo. Os políticos ficarão onde estão, buscando parcelas de poder para satisfazer-se e até para enriquecer. Os empresários correndo atrás do lucro. Os trabalhadores tentando sobreviver. A classe média equilibrando-se. Os religiosos imaginando uma outra vida.
Falta-nos um ideal comum. Um objetivo capaz de sobrepor-se à mesquinharia de todos os dias perseguindo a satisfação individual que nos separa. É o legado do PT que um dia propôs-se a construir uma nova sociedade. Doze anos no poder serviram para demolir esperanças e expectativas. Os companheiros não mudaram nada, apenas ocuparam espaços vazios.
Quando criado, o partido parecia pleno de entusiasmo. Tinha metas e objetivos. Os primeiros a cair fora foram os intelectuais. Depois a Igreja. Em seguida os líderes sindicais. Os trabalhadores. A juventude. Hoje, o PT resume-se a um aglomerado sem ideais. Carente de um programa em condições de sensibilizar e unir a massa à qual se dirigiu. Até o Lula perdeu sua razão de ser, transformado em pequeno burguês milionário a serviço dos que, no passado, imaginou extirpar. Por essas e outras, o PT começará derrotado nas eleições municipais do próximo ano. Depois, em 2018…
BOLA MURCHA
Enganou-se quem quis. Foi lamentável a performance do senador Fernando Collor na sabatina do procurador Rodrigo Janot. O máximo que conseguiu foi impor um acento agudo no “o” do sobrenome do desafeto. O ex-presidente caminhou para o cadafalso. Dificilmente escapará da cassação.



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ONG ligada ao MST desvia dinheiro público

Dyelle Menezes - Contas Abertas

 

 Reportagem do Canal Rural, que contou com pesquisas do Contas Abertas junto ao Sistema Integrado de Administração Financeira da Secretaria do Tesouro Nacional (Siafi), revelou que verba direcionada para a promoção de uma feira agroecológica em São Paulo foi utilizada em assistência ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Após denúncia, parlamentares pretendem abrir CPI para investigar os repasses para o movimento.


A ONG Associação Estadual de Cooperação Agrícola de São Paulo (Aesca) recebeu R$ 277.958,00 do Ministério do Desenvolvimento Agrário para realização de evento que não aconteceu. Os recursos eram destinados à prestação de assistência técnica e promoção da Feira Estadual de Produtos Agroecológicos da Economia Feminina, com mulheres assentadas de Pontal do Paranapanema, Vale do Ribeira e sudoeste de São Paulo.
O convênio foi encerrado no último dia 30 de junho. A data da feira estava marcada para os dias 7 e 8 de março deste ano no Mercado Municipal de São Paulo. Questionados, os trabalhadores do local afirmam que não houve evento deste tipo na data. No convênio assinado com o ministério, o endereço registrado pela ONG, no centro de São Paulo,não corresponde à sede da entidade.
O secretário-geral do Contas Abertas, Gil Castello Branco, explica que muitas das entidades beneficiadas possuem entre seus dirigentes pessoas ativamente ligadas ao MST.
“Em tese, é dessa forma que o recurso acaba saindo de ministérios e chegando ao movimento. Isso já acontece há vários anos. Os recursos dos convênios são destinados para uma entidade que teoricamente está prestando algum serviço, mas dali o recurso é repassado para outra entidade ou para determinada pessoa que tem ligações claras com o movimento”, aponta.
Notas apresentadas pela ONG na vigência do contrato são de R$ 90 mil, do dia 7 de março, data da realização do evento. As mulheres assentadas teriam dormido em Guararema, na Escola Nacional Florestan Fernandes, que pertence a MST. O local pode abrigar 230 pessoas, mas segundo nota, 750 mulheres teriam dormido na escola, 520 a mais do que a capacidade permite.
Segundo fonte da escola, a diária é de R$ 120,00, com alimentação incluída. Mesmo assim, outra nota, de R$ 36 mil, para alimentação separada foi lançada. Ao todo, a escola do MST foi contemplada com R$ 126 mil.
Além disso, Campinas é o endereço registrado em uma nota datada de abril deste ano. O documento refere-se a uma locação de som no valor de R$ 20.160,00. Mas na casa onde seria o endereço da empresa FBR Produções, funciona uma imobiliária.
Em Itapeva, no interior do estado, às margens de uma rodovia, fica o endereço de uma das empresas que prestou serviço para a ONG, uma agrovila ligada ao Movimento. A cooperativa recebeu R$ 16 mil referentes à venda de mais de duas mil marmitas para as mulheres assentadas. Elas teriam passado por um treinamento no local.
Todos os anos, cerca de R$ 6 bilhões saem dos cofres do governo federal para convênios com entidades privadas sem fins lucrativos.
“É preciso que exista acompanhamento rigoroso desde a celebração do convênio, mas também na execução e na prestação de contas. Lamentavelmente, essa fiscalização não tem acontecido, visto a quantidade de convênios celebrados. O governo não tem estrutura para fiscalizar tudo o que contratou perante estas entidades privadas sem fins lucrativos, e é aí que acontecem as irregularidades”, conclui Castello Branco.
CPI

Com a denúncia, parlamentares querem acelerar a abertura de uma CPI para investigar movimentos sociais. O repasse de verbas públicas para ONGs ligadas ao MST está entre os pontos da comissão. A expectativa do autor da proposta é obter apoio nos próximos dias.
“Por existir o MST da forma como existe, já deveria estar instalada essa CPI. Os indícios são simples, como que um organização não tem CNPJ, conta bancária, não presta nenhum tipo de serviço para ser remunerada, como ela se mantém? Como ela consegue fazer movimentos, comprar bandeira, com que dinheiro que ela se alimenta, se ela não existe juridicamente?”, questiona o deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT).
Em 2010, uma CPI que investigava as ONGs foi arquivada. Em julho deste ano, deveria entrar em vigor o marco regulatório que estabelece regras para a parceria entre a União e as mais de 290 mil ONGs que atuam hoje no Brasil. Mas a presidente Dilma Rousseff adiou o prazo para janeiro de 2016.
Partes

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo, responsável pela administração do Mercadão, enviou documento ao Canal Rural informando que não teve qualquer conhecimento da realização do evento.
Simone Tomaz dos Santos, a presidente da ONG Aesca, confirma ligação entre as entidade. “A Aesca é do movimento. É ligada ao movimento, então eu tenho que ter autorização dessa assessoria para falar com vocês”, respondeu Simone.
Confrontada com a informação da administração do Mercadão sobre o desconhecimento da realização da feira, ela garante que o evento foi realizado. “A feira aconteceu. Houve a feira e nós estamos terminando de fechar a prestãção de contas dentro do prazo legal do projeto”, disse.
Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário disse, em nota, ao Canal Rural que projeto foi selecionado via chamada pública em 2013 e foi contratado em 31 de dezembro do mesmo ano. 
Conforme o MDA, o evento está dentro do prazo para prestação de contas, “quando será possível verificar com maior precisão a execução do objeto pactuado e a documentação apresentada”.





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"Energia flácida",

editorial da Folha de São Paulo
À parte os chistes sobre metas não estipuladas que se cumprem e são então duplicadas, o planejamento em Brasília é mesmo uma ocupação peculiar. No setor de energia, por exemplo, ou se fixam objetivos alcançáveis por mero crescimento vegetativo, ou se perseguem quimeras com efeitos práticos desastrosos.
Da segunda modalidade estão aí as contas de luz para dar prova. No intuito de baixar na marra os custos de energia elétrica, o primeiro governo da presidente Dilma Rousseff (PT) –ex-ministra de Minas e Energia, recorde-se– lançou-se numa aventura intervencionista que resultou no seu oposto.
Não faltará no Planalto disposição para atribuir à estiagem a culpa pelo aumento dos preços, assim como todas as mazelas da economia derivariam apenas da crise internacional. Pura fabulação; quem tem os olhos abertos sabe que a imperícia federal é a fonte primária de tantas dificuldades.
Governar implica decidir o que fazer e fazer o que se decidiu. Quem tem pouca aptidão para a tarefa recorre a embustes, como decidir fazer o que já está sendo feito. É o caso das energias renováveis.
Ao visitar os EUA em junho, Dilma anunciou com o presidente daquele país, Barack Obama, que, para combater a mudança do clima, o Brasil teria sua matriz elétrica com 20% de fontes limpas em 2030. Dessa conta se excluía a hidreletricidade, cujas barragens originam considerável impacto ambiental.
O compromisso foi também formulado conforme o conceito de energia primária, que, além da eletricidade, abrange o combustível consumido no setor de transportes, por exemplo. Nesse caso, as renováveis passariam a representar no mínimo 28% dentro de 15 anos.
Pois bem: como mostrou nesta quinta (27) a série de reportagens "O Brasil que Dá Certo", desta Folha, o país não está muito distante do primeiro objetivo, com 13% de fontes limpas na capacidade instalada para gerar energia elétrica.
Na segunda acepção (energia primária), de acordo com o critério mais estrito da oferta interna de energia, temos de partida 27,9% (4,1% de geração eólica e solar, 15,7% de bagaço de cana e 8,1% de lenha e carvão vegetal). Missão cumprida, portanto, década e meia antes do prazo, faltando apenas arredondar 0,1%.
Planejar como metas os resultados já obtidos com energia renovável não hidráulica equivale a não fixar meta nenhuma. É somente o corolário do desdém com que o Planalto sempre a encarou, em favor de obras faraônicas de hidrelétricas, tão ao gosto das empreiteiras implicadas na Operação Lava Jato.
Agora que os riscos da mudança do clima e a queda vertiginosa dos preços das energias eólica e fotovoltaica as impõem como opção incontornável, o governo federal quer fazer parecer que adotou objetivos ambiciosos –quando se propõe somente a tentar acertar o passo com setores que já andam pelas próprias pernas.
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"Cálculo em yottabytes",

por Ruy Castro Folha de São Paulo

Nos EUA, a ciência está vasculhando o cérebro humano em termos de milionésimos de milímetro –pense numa cabeça de alfinete dividida por mil. O problema é que ainda não há computadores que comportem a quantidade de informação que o bicho é capaz de gerar. Se for verdade que um milímetro cúbico de cérebro produz 2 milhões de gigabytes de dados, e como um cérebro contém cerca de 1,2 milhão de milímetros cúbicos, o total de dados produzido por ele teria de ser medido em yottabytes – que equivalem a 1 milhão de vezes o volume de dados que circula hoje pela internet. Dá para imaginar?
É sensacional. Significa que, um dia, a ciência terá instrumentos para somar tudo que está sendo levantado pela Operação Lava Jato em termos do dinheiro desviado pelos ministérios, estatais, cartéis, empreiteiras, executivos, políticos, tesoureiros do PT, doadores de campanhas, lobistas e laranjas, e usado para subornos, propinas, vitória em concorrências, contratos com órgãos públicos, licitações falsas, lavagem de dinheiro, financiamento ilegal de partidos, pagamento de palestras, manutenção do esquema de poder e enriquecimento pessoal.
No fim de 2014, um obscuro diretor da Petrobras, acuado pela Lava Jato, comprometeu-se a devolver US$ 100 milhões aos cofres públicos. Na semana passada, uma única empreiteira fez acordo para devolver R$ 700 milhões. Isso dá uma pálida ideia do dinheiro desviado? Fala-se que o montante do que foi roubado chegaria a R$ 18 bilhões, dos quais a Lava Jato teria recuperado, até agora, 10%: R$ 1,8 bilhão. Mas talvez o total do que sumiu só possa ser calculado em yottabytes.
Não admira que não haja dinheiro para educação, saúde, estradas, segurança pública, aposentadorias e investimentos. Espera-se que, um dia, alguém pague por isto. Por enquanto, é o povo.
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"Eles só pensam naquilo",

por Nelson Motta O GLOBO

A TV Brasil, que Lula dizia que seria a nossa BBC, custa uma fortuna, mas tem mais funcionários do que espectadores


O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que tem como qualificação profissional a militância no Sindicato dos Bancários e na bancada federal do PT-SP, sem noção de tecnologia e do mundo das comunicações modernas, que há anos prega a “regulamentação da mídia” (e talvez por isso tenha sido colocado no ministério pela ala soviética do partido ), é a cara do Brasil atual, onde a militância sindical é a mais alta qualificação para qualquer cargo.
Agora, ele quer atrapalhar a comunicação entre os brasileiros, chamando o WhatsApp de “pirata” e querendo “regulamentá-lo”, naturalmente inspirado por operadoras de telefonia que dizem estar perdendo dinheiro enquanto o usuário economiza nas tarifas e nos impostos escorchantes. Quem vai pagar um SMS se pode mandar mensagens, vídeos e áudios de graça pelo WhatsApp? Quem é estupido o bastante? Que “causa” de alguns merece a manutenção do atraso de todos? Mas eles só pensam em regulamentar.
Esse pessoal odeia tanto a TV Globo porque, mesmo com enormes verbas públicas e publicidade oficial, nunca conseguiram fazer uma emissora (ou um jornal, uma revista, uma rádio ou um site ) “de esquerda” que fosse popular e influente. A TV Brasil, Lula dizia que seria nossa BBC, é um fracasso absoluto, que custa uma fortuna mas ninguém vê. Tem mais funcionários do que espectadores. O maior sonho deles seria estatizar a Globo e aparelhá-la para suas causas “progressistas”, mas quebrariam a empresa em seis meses, por incompetência e ladroagem.
Quando eles falam em “regulamentar”, boto logo a mão no bolso e encosto na parede, é o Estado querendo tomar mais dinheiro do cidadão para sustentar os desperdícios e roubos de pessoas que nada entendem das áreas que comandam e têm como principal objetivo manter o partido no poder.
Enquanto isso, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação já acumula 18 bilhões de reais em taxas pagas por usuários e operadoras, e o governo não sabe o que fazer com a bolada, explicando por que a internet no Brasil é uma das piores e mais caras do mundo.
Na campanha Dilma falava em “banda larga para todos”... rsrs.





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"Ruim sem ela, pior com ela?",

por Rogério Furquim Werneck O GLOBO

A questão é como o país, atolado como está, poderá atravessar os próximos 40 meses com um governo tão fraco


Há três semanas houve quem achasse que a presidente saíra das cordas. Mas o alívio durou pouco. E a impressão que agora se tem é de que o governo voltou a se debater, dia a dia, para não ser tragado pelo vórtice formado pela interação da crise econômica com a crise política.
Parte do alívio momentâneo sentido pelo Planalto adveio da constatação de que a elite política do país ainda resiste à ideia do impeachment. Mas não é o apoio à presidente que vem impedindo a formação de uma coalizão decisiva a favor do impeachment e, sim, a falta de um consenso mínimo em torno do day after.
Por enquanto, persistem visões divergentes sobre a conveniência e a oportunidade do brusco rearranjo de forças políticas que seria deflagrado pelo impeachment. Ainda há muita incerteza sobre quais dos atores políticos relevantes sobreviverão à Operação Lava-Jato. 
E, também, desalento com a ingrata agenda que seria herdada pelo sucessor da presidente Dilma, enquanto, de mão beijada, o PT se livraria do imbróglio e, em boa hora, readquiriria o privilégio de ser oposição.
Mas, se a solução do impeachment ainda esbarra em tanta resistência, a preservação de Dilma no cargo também se afigura altamente problemática. É difícil entrever como a presidente conseguirá escapar do círculo vicioso que a vem arrastando para uma posição cada vez mais vulnerável.
O agravamento da crise econômica tem acentuado a fragilização da presidente. E frágil como está, o Planalto só consegue dar respaldo a uma política econômica de pouco alcance, muito aquém da que se faz necessária para superar o quadro de alta incerteza e paralisia de decisões que o país enfrenta. Persistindo essa falta de perspectiva, não há como evitar aprofundamento da crise econômica, fragilização adicional da presidente e estreitamento ainda mais severo das possibilidades de condução da política econômica.
O pior é que esse círculo vicioso vem sendo reforçado por outro processo independente de fragilização da presidente, decorrente do avanço da Operação Lava-Jato. Tivesse o Planalto alguma folga para enfrentar o duplo desgaste decorrente da interação do agravamento da crise econômica com a Lava-Jato, as dificuldades ainda seriam mais manejáveis. Mas com seus níveis de aprovação tão baixos como já estão, a situação de Dilma torna-se a cada dia mais crítica. Com todo o desconforto adicional que a deterioração do quadro econômico ainda promete impor ao país, é difícil que sua avaliação nas pesquisas de opinião possa melhorar nos próximos meses.
O risco de afastamento da presidente não vai desaparecer de repente. E depende de fatores fora de controle do sistema político. Por enquanto, não é possível vislumbrar um marco inequívoco a partir do qual a presidente poderia voltar a se sentir segura. No limite, o Planalto poderá continuar assombrado por esse risco até o final do mandato.
Sobram razões para crer que o cenário de permanência de Dilma está fadado a ser dominado pelas enormes dificuldades que a presidente terá de enfrentar para conter sua fragilização política. A questão é como o país, atolado como está, numa crise econômica de grandes proporções, poderá atravessar os próximos 40 meses com um governo tão fraco.
O que o Planalto teme é que, mais dia menos dia, a elite política do país afinal se dê conta de que, comparado a esse cenário, os desdobramentos do impeachment possam se afigurar menos custosos do que por enquanto aparentam ser. E, no entanto, o Planalto não se emenda.
É espantoso que, em meio a esse quadro tão delicado, em que a presidente luta pela preservação do seu mandato, o governo se tenha permitido anunciar, na semana passada, medidas que sinalizam abandono do plano de jogo da política econômica e volta à improvisação imediatista do primeiro mandato. Ao sabor da estridência dos lobbies de sempre, vêm sendo reabertos, em Brasília, os velhos guichês de favores. No Planalto, continuam acreditando que é com medidas desse tipo que a presidente conseguirá superar sua fragilidade política.






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CRÔNICA DO "GOLPE" INEXISTENTE

IGOR MENDES
Não é possível que a chusma de intelectuais petistas que passaram os últimos meses escrevendo acerca de um possível “golpe” sejam ignorantes a ponto de acreditar realmente no que dizem. Minha opinião é que, na maior parte dos casos, trata-se da defesa interesseira de uma boquinha aqui e um edital acolá, de que vive há décadas essa “esquerda” oficial que temos no País. Os que embarcam nessa movidos por um sincero temor da “direita” são os famosos ingênuos úteis, sem os quais qualquer fraude política é impossível.

Basta olhar o Ministério da senhora Dilma para ver a quais interesses seu governo serve. Seus discursos e seu “ajuste fiscal”, idem.

Do ponto de vista histórico, não se pode desconhecer que são completamente diversas as situações de 1964 e 2015, internacional e também domesticamente. Há cinco décadas atrás o mundo estava polarizado entre dois blocos, o soviético e o norte-americano, ambos imperialistas, havendo ainda países que resistiam na revolução socialista (caso da China Vermelha, que o foi até a morte de Mao em 1976) e nas lutas de libertação nacional (Cuba, Argélia, Vietnã,etc). O imperialismo norte-americano, engasgado com a vitória dos guerrilheiros de Sierra Maestra embaixo das suas barbas, não admitia a mais mínima abertura democrática no seu quintal, a América Latina, e desencadeou golpes sucessivos numa série de países da região. Dentro do Brasil, financiou e apoiou politicamente a desestabilização de Jango, liquidado a partir do momento que prometeu fazer a reforma agrária e limitar a remessa de lucros para o estrangeiro, afrontando assim os interesses dos latifundiários e monopólios forâneos aqui instalados.

Atualmente, é muito mais cômodo para o “Tio Sam” jogar com a política de “democracia”, alimentando governos eleitos em processos farsantes, pois que os principais candidatos são financiados pelos mesmos grupos e defendem, basicamente, os mesmos interesses. Esse o caso do Brasil. Após a “redemocratização” vivemos um ciclo ininterrupto de privatizações, arrocho salarial, concentração da propriedade fundiária, desemprego e tantas outras mazelas que assolam nosso povo diariamente. O tal “combate à inflação”, baseado numa política de juros estratosféricos, multiplicou o endividamento interno e externo, forçando o governo a aumentar sucessivamente impostos, pagos principalmente pelos mais pobres. A incipiente indústria nacional foi liquidada, e o papel do capital financeiro na vida nacional, associado às empreiteiras, somente aumentou.

A esses interesses serve a gerentona Dilma, como anteriormente serviu o pelego Lula. Quanto ao imperialismo norte-americano, artífice do golpe de 64, não é difícil ver sua mão na “operação salvamento” do governo petista, com viragem brusca da cobertura da crise pela Rede Globo e demais veículos dos monopólios de comunicação, notas de entidades empresariais e personalidades entreguistas de longa data, inclusive FHC, que se posicionou abertamente contra o impeachment. Tudo isso após a vexatória visita de Dilma a Obama, na qual aquela tentou (e aparentemente conseguiu) salvo-conduto para continuar administrando a velha semicolônia Brasil, pelo menos por enquanto. O anúncio de políticas caras ao norte-americanos nas áreas de energia, com privatização de subsidiárias da PETROBRAS (caso da BR Distribuidora) e prosseguimento dos infames leilões do petróleo, na indústria automobilística (o “pacotão” de socorro às montadoras anunciado por Levy poderá chegar a R$ 14 bilhões), ademais da aprovação da fascista Lei Antiterrorismo, parecem revelar parte dos acordos firmados em Washington –os mais lesivos não vêm à tona, naturalmente.

Jango não foi a Casa Branca em março de 64, mas convocou um comício na Central. Por isso mesmo, caiu.

                                                            *

Aos trabalhadores da cidade e do campo, à juventude sem perspectivas, aos intelectuais honestos e ao povo brasileiro de modo geral, cabe lutar para derrubar não apenas esse governo antipopular e antinacional, mas o Estado e a ordem social burguesa e latifundiária, serviçal do imperialismo (principalmente norte-americano), que ele defende. E derrubar, junto dele, essa falsa esquerda canalha, traidora, que joga lama sobre as bandeiras vermelhas dos que lutam verdadeiramente por profundas mudanças sociais. Por mais árduo que seja o caminho, reconheçamos, não há outro.
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Desfile de 7 de setembro custará R$ 830 mil



Dyelle Menezes


Com expectativa de público em torno de 30 mil pessoas em Brasília, a tradicional festa de 7 de setembro custará R$ 830 mil aos cofres públicos. O valor é menor do que os R$ 1,2 milhão pagos para a celebração no ano passado. A empresa contrata para realizar os preparativos e organização do evento é a M.M Faleiros Montagens e Eventos Ltda.
A expectativa é de que fossem gastos R$ 2,1 milhões pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR), responsável pelo evento. Além do desfile em si, a prestação dos serviços de organização e montagem de eventos também inclui as comemorações da Semana da Pátria.
“O evento, sob a responsabilidade da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, tem por objetivo comemorar a Semana Cívica, incentivando a participação do cidadão e da sociedade, por meio de atividades que valorizem o civismo, visto que 7 de Setembro é a mais representativa data cívica comemorada no país”, justifica a Secom no edital da licitação.
De acordo com a Secom, para a organização de evento dessa envergadura e singularidade é preciso planejamento e coordenação para que as ações possam ocorrer sem transtornos, a fim de que as autoridades e a população que assistem ao desfile cívico civil e militar, comemorando o Dia da Independência, possam ser recebidas de maneira apropriada, com conforto e segurança.
O desfile contará, por exemplo, com arquibancadas com capacidade para 22 mil pessoas sentadas. As estruturas possuem assentos de estrutura metálica tubular com capacidade de carga de no mínimo 400kg/m², guarda corpo padronizado por toda extensão, e escadas de acesso com corrimão. Já as autoridades ocuparão cinco tribunas de honra cobertas, com capacidade entre 150 pessoas cada.
Entre as estruturas previstas também há uma específica para imprensa: 30 torres para instalar delay de sonorização, cabine de locução e três torres de controle. Para garantir o funcionamento dos aparelhos eletrônicos, haverão dois sistemas de geradores a diesel. Além disso, três telões serão colocados em lugares estratégicos.
Dispostos nos arredores haverão 298 banheiros, sendo 25 deles para pessoas portadoras de deficiência. Treze são de “luxo”, pois terão pia com acionamento da torneira no pé, descarga com acionamento no pé, porta papel toalha, porta papel higiênico, grades de ventilação e dutos de respiro, com tampa móvel no fundo que evite a visualização de dejetos e com abastecimento de água para pia e descarga.
A festa também terá coffee break para 200 pessoas, com salgados, bolos, folhados, biscoitos e frutas fatiadas, café, água, sucos naturais, refrigerante e guardanapos. A preparação das iguarias tem previsão de gastos de R$ 5,4 mil. O tradicional desfile comemora os 193 anos da proclamação da Independência do Brasil.
O feriado é considerado o dia cívico mais relevante no País. Possivelmente o evento contará com a presença de militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e outros de mais de 20 entidades e órgãos. Além disso, a presidente Dilma Rousseff e grande parte dos ministros do governo devem comparecer.









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