por Ronaldo Caiado FOLHA DE SÃO PAULO
A presidente Dilma Rousseff perdeu uma grande oportunidade quando esteve
nos Estados Unidos, ao final de junho, de discutir verdadeiramente a
suposta pauta da reunião com o presidente Barack Obama: ambiente,
energias renováveis e combate ao efeito estufa.
Ao noticiar o tema, Dilma assumiu o compromisso de reflorestamento de 12
milhões de hectares até 2030. Mas a presidente, provavelmente
constrangida pelos malfeitos dos governos do PT, também na área de
ambiente, não teve condições de se posicionar e expor os motivos de o
Brasil se tornar referência em preservação. Tudo à custa do produtor
rural, sem nenhum apoio do Estado. Ao contrário dos EUA, que pagam a
seus agricultores exatamente o valor da receita que a área produz.
No Brasil, a cultura é achacar o produtor. Os órgãos do governo
responsáveis pelo ambiente nada produziram no sentido de educar e
orientar, principalmente os pequenos e médios agricultores. Só jogaram a
responsabilidade nas costas dos proprietários, com taxas e punições
abusivas.
A insensibilidade e o descaso do PT atingiram a produção de etanol,
energia limpa e renovável, orgulho do país. É só voltar à crise do
petróleo, iniciada em 1973. O preço do barril, em valores atualizados
para 2014, saltou de US$ 17 para US$ 92, em 1980. Como reação, o
governo, em 1975, lançou o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, que
se tornou então referência mundial.
O PT rasgou aquele compromisso histórico com o ambiente. Manobrou a
opinião pública, levando parte da população a acreditar que o acesso a
veículos, fruto do endividamento familiar, substituiria qualquer outro
transporte digno e menos poluente. Hoje, os brasileiros endividados
sabem que foram enganados. A gasolina encareceu, o poder de compra dos
salários caiu, o desemprego aumentou e os centros urbanos continuam sem
alternativa para o transporte público. O governo do PT enganou e poluiu o
Brasil.
Todos os malfeitos e irresponsabilidades foram praticados pelo governo
do PT, que implantou a gestão mais corrupta da história da Petrobras.
Isso constrangeu o brasileiro, que sempre teve orgulho da empresa. Dilma
e Lula transformaram a Petrobras na empresa de capital aberto mais
endividada do mundo.
Se não bastasse isso, de olho na reeleição, Dilma passou a controlar o
preço dos combustíveis, punindo as usinas de açúcar, álcool e energia. A
vinculação com o preço congelado da gasolina fez com que chegássemos a
uma triste realidade: 80 usinas fechadas, 67 em recuperação judicial e,
das 355 em operação, a previsão é de fechamento de mais 10 no centro-sul
e em igual número no Nordeste. Ainda neste ano.
Já os americanos, sem clima propício para a cana de açúcar, utilizam o
milho para fazer o etanol. Mesmo com uma produção mais cara e menos
rentável, produziram 51,7 milhões de litros no ano passado, enquanto o
Brasil atingiu 27,5 milhões de litros no mesmo período.
O mal que o governo petista causou ao ambiente é irreparável. Apenas o
uso do etanol e da bioeletricidade seria suficiente para posicionar o
país acima da média mundial em energias limpas e renováveis, que hoje é
de 13,2%. Dilma não pôde olhar nos olhos de Obama e pedir que
encabeçasse um movimento nos países mais ricos e poluidores para nos
recompensar com a cobrança de uma taxa calculada pela emissão de CO. E
muito menos desafiá-lo a implantar um código florestal próximo ao nosso.
Por esses e mais 1 milhão de outros motivos é que o brasileiro NÃO CONFIA no PT, em Lula e muito menos em Dilma.
EXTRAÍDADEROTA2014BLOGSPOT
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