Gabriela
Salcedo SITE CONTAS ABERTAS
O Brasil
foi, no ano passado, e será, no próximo ano, o país sede dos maiores eventos
esportivos mundias, a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Bilhões já foram gastos em
projetos megalomaníacos, mas no próprio fundamento do esporte, pouco se
investe. Das obras do PAC 2 referentes à promoção do esporte básico, apenas
11,6% delas já foram concluídas.
O governo
federal previu a construção de 9.653 empreendimentos até o final da segunda
fase do programa. Contudo, de acordo com o 11º Balanço do PAC 2, referente ao
período de janeiro de 2011 a outubro de 2014, o último divulgado, apenas 1.120
obras já foram concluídas e estão em operação.
A
construção e coberturas de quadras esportivas escolares representam 93,7% das
iniciativas do “PAC Esporte”. Ao todo, 9.042 quadras deveriam ter sido criadas
ou reformadas. No entanto, apenas 1.067 foram entregues, o equivalente a 11,8%.
Os
empreendimentos foram projetados para promover a prática de atividades físicas,
o lazer e a integração dos alunos nas escolas. De acordo com o Balanço, quando
concluídos, terão sido investidos R$ 3,8 bilhões e beneficiarão mais de cinco
milhões de alunos.
Contudo,
tal conclusão não está próxima. De todos os projetos, 7.976 nem saíram do
papel, haja vista que 2.642 ainda estão no primeiro estágio do processo,
chamado “ação preparatória”, outros 1.740 ainda estão em licitação e quatro em
contratação. Sendo assim, faltando pouco mais de dois meses para concluir o
programa, à época do último balanço, apenas 3.589 já estão em obras.
Quanto a
construção de Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs), definido como equipamentos
sociais que proporcionam oportunidades de cultura e atividades esportivas num
único local, a entrega global do projeto ainda não foi alcançada. Dos 342
centros previstos no início do programa, apenas 53 foram concluídos. Os 289
restantes estão em obras.
De acordo
com o Balanço, o investimento total será de 755,2 milhões. Os CEUs também
propiciarão acesso a serviços assistencialistas, a políticas de prevenção à
violência e à inclusão digital.
A última
iniciativa do programa em relação a esportes é para desenvolver Centros de
Iniciação ao Esporte (CIEs). Com o intuito de formar atletas entre crianças e
adolescentes, serão concentrados em atividades voltadas ao esporte de alto
rendimento.
Contudo,
o país que pretende ficar entre os 10 melhores nas Olimpíadas, segundo Comitê
Olímpico Brasileiro, parece só pensar no imediato. Dos 269 empreendimentos
previstos, nenhum foi sequer iniciado. Todos eles estão ainda nas fases
iniciais do processo, isto é, em ação preparatória ou em licitação.
Quando
construídos, a previsão de gastos do programa com os CIEs é de R$ 967,3 milhões
e deverá estar presente em 254 municípios brasileiros.
Outro
lado
O
Ministério do Esporte, que responde pelos Centros de Iniciação ao Esporte,
alegou que financia as obras e fornece os projetos-padrão de engenharia às
prefeituras selecionadas, de quem é a responsabilidade da execução das obras.
Também
informou que, para assistir às administrações municipais, o órgão criou uma
estrutura interna de assistência técnica aos municípios e orientou-os a criarem
unidades gestoras locais com profissionais de diversas áreas (licitação,
engenharia, planejamento, esporte, etc.) envolvidos diretamente com a execução
dos empreendimentos. Também foram elaborados cadernos técnicos de orientação às
prefeituras.
Já o
Ministério da Cultura, responsável pelos Centros de Artes e Esportes
Unificados, e o Ministério da Educação, que coordena a construção e adequação
das Quadras Esportivas Escolares, não responderam aos questionamentos do Contas
Abertas.
EXTRAÍDADOSITECONTASABERTAS
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