CLAUDIO HUMBERTO
O presidente Jair Bolsonaro sempre afasta palpiteiros afirmando que é ele quem entende de política.
Por sorte ou artimanha, aplicou um “mata leão” que imobilizou politicamente o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde), cuja fama subiu à cabeça a ponto de trocar alfinetadas com o próprio chefe.
Bolsonaro mostrou de quem é a caneta e fez do ministro uma espécie de zumbi no planalto central: ele está no cargo, só que não.
A operação para neutralizar Mandetta teve algo inédito: Bolsonaro fez tudo isso discretamente, sem desaforos Twitter e nem coletivas na grade.
Mandetta pagou para ver: “só saio demitido”.
Mal acreditava quando o ministro Braga Netto (Casa Civil) o comunicava da sua demissão.
Para demonstrar desapego ao cargo, o ministro se ofereceu para ficar no cargo até a definição do substituto.
Foi a “cereja no bolo” do Planalto.
A demora na escolha sugeriu dificuldade de encontrar alguém à prova de críticas, como quer Bolsonaro.
O problema é oposto: excesso de opções.
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