MIRANDA SÁ
“Una persona que aprende a hacer malabares con seis bolas está mejor preparada que otra que soló hace malabares con três” (Anónimo)
Na virada de uma página da História, encontramos a transição do homem de Neandertal para o Homo Sapiens e no que restou da cultura musteriense, as primeiras fabricações de armas e ferramentas registradas na arte pictórica rupestre. Ali encontramos, também, desenhos de 30 mil anos atrás sobre a prática do malabarismo.
Com o avanço civilizatório, recebemos também referencias da prática do malabarismo por pessoas de ambos sexos no Antigo Egito e nas sociedades chinesa, indiana, grega, romana, nórdica, asteca e polinésia.
O termo “Malabarismo” vem de “malabares” com referência à Costa de Malabar, no sudeste da Índia, onde os habitantes, desde a mais tenra infância, são hábeis em manipular objetos com destreza. Mantêm domínio sobre argolas, bastões, bolas, claves, facas, fitas, ioiôs, pinos e tochas, obtido pelo controle mental e habilidade manual, que se tornou uma arte circense.
Muitos artistas ganham a vida com malabarismos; principalmente os artistas de rua, sempre encontrados nas grandes cidades. Sob a sacada do meu apartamento tem um bar em que eles se apresentavam semanalmente antes do covid-19, alternando com ritmistas, dançarinos e ginastas.
Dicionarizado, o verbete malabarismo é um substantivo masculino significando a arte ou a técnica do malabarista; refere-se figuradamente à habilidade para enfrentar situações difíceis.
Dessa figuração encontramos algo relacionado com a vida social, o chamado “malabarismo retórico”, representação mental de palavras e gestos que pouco ou nada expressam a não ser um discurso vazio de conteúdo.
Este expediente doloso sempre induzindo à fraude é muito usado pelos políticos; e enquanto os malabaristas de terra e ar entretêm e divertem o povo, os demagogos de todas ideologias e partidos o ilude com logros eleitorais.
Uma frasista do Google, Lanna Borges, nos presenteia dizendo que “é desafiador manter equilíbrio em meio ao malabarismo que é viver”. E o pior da vida é suportar o malabarismo dos agentes políticos destros na oratória recheada de promessas que nunca são cumpridas.
É comum atualmente assistirmos traições políticas dos eleitos aos seus eleitores com argumentos reticentes, frases envoltas em aspas e divagações suspeitas de autoafirmação.
Os maus políticos fazem malabarismos com seis ou mais bolas para admiração geral. O nosso Parlamento, por exemplo, é praticamente controlado por um Centrão carente de crenças, ideias, opiniões, valores e ávido por vantagens pessoais; e é instigado pela facção lulopetista desmoralizada pela corrupção.
Esta é a razão de assistirmos situações absurdas com jogos-de-cena inconsequentes. O exemplo mais do que perfeito disto fica claro na situação criada pelo novo coronavírus, que ameaça tragicamente o mundo e a nossa Nação.
Os malabarismos picaretas disseminam um vírus muito mais agressivo e perigoso – o coruptovírus -, para minar as políticas da Saúde, da Economia, da Segurança Pública e da Infraestrutura que estão se realizando apesar de desacertos e sabotagens.
Neste cenário, constatamos que os políticos brasileiros nascem do jeito de uma história que li e vou tentar relembrá-la: – “Um pai de classe média foi ao quarto do filho para ajudá-lo a escolher uma futura carreira. Para isto, deixou-lhe para a definição, uma Bíblia, uma maçã e um cheque bancário, pensando que se ele fosse encontrado admirando a Bíblia, seguiria o sacerdócio; se observasse a maçã, seria um fazendeiro e, examinando o cheque, entraria no ramo das finanças. E deu um tempo.
Ao voltar, viu que o rapaz embolsara o cheque e comia a maçã sentado em cima da Bíblia. Não teve dúvida de que o filho seria político”.
A partir deste raciocínio, assisto os jogos de malabares ao meu redor raciocinando como Charles Chaplin: “Não sou político; sou principalmente um individualista. Creio na liberdade; nisso se resume a minha política…”
EXTRAÍDADEBLOGDOMIRANDA
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