Jornalista Andrade Junior

sábado, 25 de abril de 2020

Eternizado como o maior ladrão da história do Brasil, Lula trocou diretor da PF para ter acesso a operações, mas não foi acusado de ‘interferência’

Diário do Poder

Durante o pronunciamento em que anunciou sua saída do cargo, nesta sexta (24), o ex-juiz Sérgio Moro citou como exemplar o relacionamento dos governos do PF com a Polícia Federal.
Na ocasião, em 2007, uma conversa telefônica de um investigado com o então presidente foi interceptada pela PF, no âmbito da Operação Xeque-Mate. “Quando soube disso, Lula ficou contrariado”, diz a reportagem, utilizando-se de um eufemismo para definir a reação do petista. A PF investigava Dario Morelli, compadre de Lula e um dos alvos da Xeque-Mate.
“Assessores palacianos avaliavam que a PF estava fora de controle e que as autoridades do governo, muitas vezes, tomavam conhecimento de assuntos sensíveis pelos jornais”, anotou os autores do texto.
Medida administrativa banal
A reportagem de Andrea Michael e Kennedy Alencar, publicada sem estardalhaço na Folha de S. Paulo em 11 de setembro de 2007, informa com a naturalidade de notícia sobre uma medida administrativa banal a troca dos diretores da PF e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “Em conversas reservadas”, justifica a reportagem da Folha a atitude do então presidente, “Lula se queixa de saber ações da PF pelos jornais”.
A reportagem sobre a decisão de Lula de trocar a direção da PF para receber informações privilegiadas da PF sobre grandes operações, não recebe tratamento de “interferência”, também abre espaço para interpretações como a de “crime de responsabilidade”, atribuída ao caso Moro x Bolsonaro.
Para ler a reportagem da Folha de 11 de setembro de 2007, clique no link abaixo.
Interferências ou cobranças?
No pronunciamento em que anunciou sua demissão, Sérgio Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro de pretender trocar o diretor-geral da PF para “interferir” na instituição. Não especificou o tipo de interferência, mas a imprensa a ligou a investigações que possam alcançar seus filhos.
Em resposta a Moro, no fim da tarde desta sexta, Bolsonaro desmentiu categoricamente essa intenção e afirmou que exerceu o direito, como presidente da República, de exigir da PF investigações mais efetivas sobre o atentado a faca que sofreu, durante a campanha.
Outra “interferência”, segundo o presidente, não passou de cobranças para que a PF investigasse as motivações do porteiro do condomínio onde morava, no Rio de Janeiro, ao tentar envolvê-lo com suspeitos do assassinato da vereadora Marielle. Bolsonaro se queixou de que não foi a PF que desfez armação contra o presidente da República, como seria seu dever, e sim a investigação amadorística do vereador Carlos, seu filho, consultando os registros das ligações gravadas na portaria do condomínio.










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