Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Lula tenta ironizar Lava Jato, mas logo será incriminado

Igor Gielow Folha


Apesar de não nominado, o alvo final da nova fase da Operação Lava Jato é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com o cuidado de não dizer isso de forma explícita, embora politicamente seja um segredo de polichinelo, a força-tarefa mostra que Lula está sob seu radar.
A 22ª fase da operação que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, deflagrada nesta quarta-feira (27) apura se a empreiteira OAS lavou dinheiro por meio de negócios imobiliários para favorecer o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que está preso desde abril de 2015.
O fechamento do cerco a Lula explica a crescente reatividade do petista, que a cada dia sobe a retórica contra os que considera difamadores – prometendo processos contra jornalistas, por exemplo, como se isso fosse impedir investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
UMA LÓGICA CLARA
A lógica dos investigadores é clara: não citar nominalmente o ex-presidente agora dá argumentos contra críticas de perseguição política no caso de não serem encontrados elos entre o esquema apontado e o petista, seja por inocência, seja por blindagem.
Se os advogados de defesa dos acusados na operação acharam que seu manifesto denunciando supostos abusos iria constranger de alguma forma a força-tarefa, a operação desta quarta (27) prova exatamente o contrário.
Lula está sob fogo. Além das investigações que chegaram a seus filhos na Operação Zelotes, agora a Lava Jato literalmente esbarra nos triplex do prédio do Guarujá que é associado à família do petista. Os investigadores não estavam pensando no filme B de ação de Vin Diesel ao chamar a nova fase de Triplo X.
PLANALTO
Mais do que a operação em si, danosa à imagem do Planalto de qualquer forma, seu “timing” foi muito ruim para o governo. A presidente Dilma Rousseff fará nesta quinta (28) a reunião do chamado Conselhão na qual apresentará medidas para tentar reanimar a economia.
Apesar do esforço palaciano em dissociar-se de Lula, o petista é o último esteio político de Dilma, e ainda mantém interlocução com boa parte dos peixes graúdos do PIB que participarão do evento na quinta.
Até por ser hoje o único presidenciável viável do atual esquema governista, Lula e sua sorte roubarão espaço da pretensa agenda positiva dilmista. A Lava Jato, como sempre, ganhou as manchetes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Em desespero, Lula tentou ironizar a Lava Jato, pelas redes sociais, dizendo que gosta de “ser provocado”. Vai acabar caindo na real, quando o japonês da PF tocar a campainha. Como diz o ministro-relator Teori Zavascki, “o pior está para vir”. No Planalto, a reunião do Conselho, hoje, será um fracasso. Os empresários mais representativos não estão presentes. Dilma não tem o que anunciar – se tentar dizer alguma coisa, não adianta, por ninguém entende nem dá importância. Seu governo acabou, a economia está se derretendo, o país está parado, mas ela continua se comportando como se estivesse no melhor dos mundos. É caso de internação, urgente. Mas quem se interessa? (C.N.)






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