Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Caseiro do sítio de Lula não tem telefones dos supostos “donos”

Tiago Dantas e Silvia Amorim O Globo


O número do telefone celular de Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi entregue, na quarta-feira, à Polícia Ambiental de São Paulo como sendo um contato do proprietário ou responsável pelo sítio Santa Bárbara, em Atibaia, visitado 111 vezes pelo líder petista. O número foi informado pelo caseiro Elcio Pereira Vieira, conhecido como Maradona, durante uma fiscalização, quando os policiais pediram o telefone dos donos, já que nenhum deles estava presente.
A vistoria aconteceu na tarde de quarta-feira. O Globo chegou à propriedade, no interior paulista, quando a equipe de fiscalização finalizava seu trabalho. Acompanhados de Maradona, policiais militares inspecionaram a área em que foi construído um anexo com quatro suítes no final de 2010 e o lago, que passou por reforma nos anos seguintes. A Operação Lava-Jato e o Ministério Público de São Paulo investigam se as obras executadas no sítio foram feitas por empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras como um agrado a Lula.
Ao Globo, o advogado disse, na quarta-feira, que não entende a razão pela qual seu número de celular foi fornecido à equipe de fiscalização pelo caseiro Maradona.
— Deve ter havido algum equívoco. Não sou responsável pelo sítio nem advogo mais para os proprietários. Meu escritório prestou consultoria na época da compra e venda. Pode ser que eles tivessem lá na portaria o número do telefone — afirmou Zanin.
SEM EXPLICAÇÃO…
Informado que não havia sido entregue o telefone de seu escritório, mas sim o de seu celular, ele respondeu:
— Eu não tenho como explicar isso.
Zanin é o advogado que tem defendido o ex-presidente nos casos do tríplex no Guarujá, no litoral paulista, e do sítio em Atibaia, registrado em nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna. Zanin é genro e sócio de Roberto Teixeira, também advogado e amigo de Lula desde os anos 1980. O escritório de Zanin e Teixeira prestou serviços aos proprietários na época da compra do imóvel.
Até semana passada, quando Bittar contratou o criminalista Alberto Toron, era Teixeira quem prestava esclarecimentos à imprensa sobre o sítio. Foi no escritório dele que o contrato de venda do imóvel foi assinado em 2010.
LOCALIZAR OS DONOS
Nenhuma atuação foi registrada pela Polícia Ambiental na quarta porque, segundo a Secretaria de Segurança Pública, é preciso, antes, localizar os donos. O pelotão de Atibaia que fez a fiscalização informou que foi ao local “para verificar uma suspeita de desmatamento indicada pelo monitoramento de imagens aéreas realizado rotineiramente”.
O Globo apurou que uma das irregularidades encontradas na quarta foi a construção do anexo à casa principal em cima de um córrego que passa pelo sítio, o que é proibido. A legislação ambiental exige que áreas de curso d’água não tenham construção numa faixa de 30 metros da margem.
A Polícia Ambiental vai requerer do proprietário a documentação referente a licenças ambientais. No início deste mês, o Globo divulgou que nenhum dos órgãos do governo de São Paulo (Cetesb e Daee) deu autorização ao sítio Santa Bárbara para que fossem feitas intervenções em área de preservação ambiental.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
No linguajar policial, chama-se a isso “batom na cueca”. Não há como explicar que o caseiro do sítio não tenha os telefones dos supostos donos. Como dizia a grande compositora e cantora Maysa Monjardim, o mundo imaginado pelo casal Lula da Silva caiu(C.N.)






extraidadetribunadainternet

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