Jornalista Andrade Junior

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Justiça de Israel dá exemplo na punição de políticos corruptos

Celso Serra


Israel, dando um exemplo de que todos são iguais perante a lei, acaba de converter, nesta segunda-feira, o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert, de 70 anos de idade, no primeiro ex-chefe de governo israelense a ser julgado, condenado e preso para começar a cumprir uma pena de 19 meses por corrupção e obstrução à justiça. Está recolhido à prisão de Maasiyahu na cidade de Ramla, na região central de Israel.
Foi condenado, por decisão unânime da Suprema Corte de Israel, por ter recebido, quando era prefeito de Jerusalém, um suborno de 60 mil shekeis – cerca de US$ 15,5 mil ou R$ 62 mil, aproximadamente. Ou seja, uma quantia considerada “merreca” para os padrões da corrupção implantada pelos governos petistas no Brasil, segundo as confissões amplamente divulgadas pela “seletiva” mídia brasileira, segundo os lulopetistas.
O ex-premiê divulgou um vídeo antes de ir para a prisão, no qual pede que o país relembre seus esforços pela paz. Nega qualquer irregularidade, a exemplo dos petistas de carteirinha. No vídeo, o político condenado, dentre outras afirmações, diz que aceita a sentença porque “nenhum homem está acima da lei”.
SEM REGALIAS
Na prisão, Olmert vai vestir as roupas comuns a todos os presidiários e não terá regalias. Fará companhia ao ex-presidente de Israel Moshe Kazav, que foi condenado a sete anos de prisão por estupro e outros crimes sexuais.
Katsav, presidente de 2000 a 2007, também disse que ele era “inocente” e estava sendo perseguido pelos tribunais, pela mídia e pela sociedade israelense em geral. Essas alegações parecem até as feitas por um ex-presidente do Brasil que, em seu governo, implantou o maior esquema de corrupção já ocorrido no mundo, com sucessivos e colossais assaltos aos cofres do país, de bilhões e bilhões de dólares.   E a cada dia é descoberto um novo assalto.
Lá em Israel não existe a possibilidade de saída da prisão para passar o Natal e o Ano Novo com a família, nem para assistir casamento de filho, nem para dar xarope ao papagaio e ao periquito. Lá, cadeia é cadeia; não roubasse o dinheiro do povo. Roubou, vai ficar lá, bonitinho e comportado até o término da pena.
A situação de Olmert ainda pode piorar, pois está aguardando a decisão de outro caso, no qual foi sentenciado em primeira instância a oito meses de prisão por aceitar dinheiro ilegalmente de um partidário dos EUA. Pixuleco do exterior.
E NO BRASIL…
Enquanto isso, no Brasil, onde a Justiça que caminha a passos de cágado tetraplégico, em passado recente o Supremo arquivou seis processos contra o senador Jader Barbalho, nos quais era acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, crimes contra o sistema financeiro nacional, peculato, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Milhões de dinheiro público subtraídos foram parar onde todos sabem. E o ilustre senador continua faceiro com seu mandato incólume, na base de apoio do governo petista. E sem problemas financeiros ou morais.
Ainda em Pindorama, o senador Renan Calheiros, denunciado ao Supremo pela Procuradoria Geral da República por crimes de corrupção, foi eleito presidente do Senado. Recebeu, em votação secreta, 56 votos dos 78 senadores presentes na sessão. Isso, após denunciado por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso. Agora, seu nome aparece envolvido no Petrolão. Esse santo homem é o terceiro nome na ordem de sucessão da presidente da República.
Temos ainda a religiosa figura do deputado Eduardo Cunha, em cujo nome foram encontradas contas com milhões de dólares em bancos suíços, embora ele – homem de palavra – afirme que a grana não é sua, sendo ele apenas “beneficiário”. É outro santo, o segundo na ordem de sucessão da presidente da República.
Os números mostram que a Justiça de Israel condenou ladrões insignificantes para os padrões brasileiros de ladroagem. Condenou “trombadinhas”. E esses “trombadinhas” estão recolhidos em prisões comuns, sem qualquer regalia.
PRINCÍPIOS REPUBLICANOS
Porém, o Brasil já teve (e ainda tem) políticos patriotas e honrados. No período Imperial, logo após a Independência, Gonçalves Lêdo foi eleito para as duas primeiras Legislaturas do Império pela Província do Rio de Janeiro. Jamais recebeu qualquer subsídio na atividade legislativa, pois julgava a missão de fazer as leis de seu país a maior honraria que um cidadão poderia receber.
A primeira Constituição republicana (1891) ordenava que deputados e senadores, ao tomar posse, prestassem o compromisso formal de bem cumprir os seus deveres e que receberiam subsídios pecuniários iguais e ajuda de custo fixados pelo Congresso ao fim de cada Legislatura, para vigorar na próxima. Não havia, como há hoje, um montão de badulaques financeiros para aumentar a renda dos parlamentares, pagos, é claro, pelo tungado povo brasileiro.
O comportamento dos agentes públicos de hoje nos faz duvidar se o ato e a voz de Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de 1889 não representou, apenas, a troca de um Império respeitado por uma República ladrões e oportunistas.
Uma coisa é certa: os princípios republicanos foram incinerados.






EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET

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