por Reynaldo Rocha
Nos tempos de Linch (William ou Charles, não se sabe ao certo), o homem cujo nome acabou batizando a prática, fazer justiça com as próprias mãos era algo aceito por muitos. Hoje esse método é vista por cidadãos decentes como uma distorção odiosa que busca punir criminosos à margem dos tribunais.
Quase todos os linchados são culpados. Isso não justifica, mas ajuda a compreender o fenômeno. Já houve muitos linchamentos decorrentes de suposições, mas (e acontece), mas a esmagadora maioria das execuções atinge criminosos pegos em flagrante.
Estudos feitos em diferentes países demonstram que a descrença em punições está na raiz dessa reação desmedida, que não respeita o devido processo legal, ignora o direito de defesa e consuma arbitrariamente a sentença. O que motiva essa explosão é a falta de confiança na Justiça. O cidadão se concede o direito inexistente de acusar, julgar e executar a pena por entender que o Estado é inoperante.
A questão levantada por Rui Falcão é diferente. Ele próprio coloca Lula na posição de criminoso cuja condenação imediata é exigida pela população. Neste aspecto, está certo. Ou Lula estaria entre os linchados inocentes, que somam 0,1% dos casos incluídos nos estudos, ou os sucessivos flagrantes induziram o povo a querer justiçar quem o enganou por tanto tempo. Se Lula está sendo linchado, há 99 chances em 100 de ser efetivamente culpado pelos crimes que lhe são atribuídos.
Rui Falcão precisa escolher melhor as palavras e imagens que insiste em usar na defesa do indefensável. O Brasil foi e está sendo furtado. O furto ocorre quando bandidos amealham coisa alheia móvel (dinheiro, por exemplo) para si ou para outrem. É o que diz o Código Penal. Lula furtou, e está sendo moralmente linchado pelo que fez.
O PT piora as coisas quando defende Lula como Rui Falcão tem feito. Além de provocar as vítimas do furto, está se oferecendo para ser linchado junto. Moralmente.
EXTRAÍDADEPUGGINA.ORG
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