por Mary Zaidan Com Blog do Noblat - O Globo
Tempo de carnaval e cinzas, considerado satânico por alguns, fevereiro é
o mês do Partido dos Trabalhadores – do princípio e do início do fim.
Fundado com o apelo de luta e aura de vestal em 10 de fevereiro do
bissexto 1980, viu-se desnudo, aos 24 anos, no escândalo Waldomiro
Diniz, flagrado em vídeo pedindo propina ao bicheiro Carlinhos Cachoeira
para abastecer a campanha do PT de 2002, a mesma que levou Luiz Inácio
Lula da Silva à Presidência da República.
Em 13 de fevereiro do também bissexto ano de 2004, depois de o governo
Lula não conseguir desvencilhar-se da lambança do subchefe de Assuntos
Parlamentares do então ministro da Casa Civil José Dirceu, o “capitão do
time”, o Diário Oficial da União trazia a exoneração de Waldomiro.
O caso não só ofuscou a tradicional festa de aniversário do PT, a única
realizada no Rio de Janeiro nestes 14 anos de domínio petista no governo
central, como deu a largada para se desvendarem sucessivas apropriações
indevidas e outras tantas indecências do partido para chegar e
permanecer no poder.
De Waldomiro à CPI dos bingos e dos Correios. Delas ao Mensalão. Do
Mensalão à roubalheira bilionária na Petrobrás, Eletrobrás e sabe-se lá
onde mais, em todo canto.
Naquele fevereiro de 2004, um ano antes do jubileu do PT, veio à tona
não um escândalo, mas a revelação do que, pouco depois, o país saberia
ser um método e não um caso isolado de corrupção.
De lá para cá, o PT – Lula em especial – conseguiu driblar a opinião
pública, usando e reusando a tática que repete agora: a vitimização.
Sempre que as denúncias atingem os seus, os culpados de plantão são FHC e
os tucanos, que sempre fizeram igual, a mídia golpista e a direita,
gente que não suporta ver pobre andando de avião ou, pior ainda, um
operário na Presidência.
Nada de novo na lengalenga. Foi assim desde Waldomiro e até em
escândalos hoje esquecidos, como o dos cartões coorporativos, que
impediu Lula de participar das comemorações dos 29 anos da legenda, em
2008, quando a Executiva festejou, sem o chefe, em Diadema, no ABC
paulista.
Cabem aqui parênteses sobre as comemorações natalícias do petismo depois
que o partido chegou ao Planalto. Em 2003, ano da primeira posse de
Lula, a direção nacional não programou um encontro único. A festança se
deu em todo o país como extensão da vitória. No ano seguinte,
recolheu-se ao Hotel Glória no Rio, torcendo para não ter de dar mais
detalhes sobre o assessor direto de José Dirceu, pego com a mão na
botija. Voltou aos fogos e artifícios na cidade de Salvador, em 2007,
depois da vitória do hoje ministro Jaques Wagner ao governo da Bahia.
De 2009 a 2012, Brasília sediou as comemorações, todas elas vinculadas a
debates políticos conjunturais ou a estratégias de campanha. No biênio
2013 e 2014, o palco foi São Paulo, com destaque para a presidente Dilma
Rousseff, carregando a tiracolo o ex-ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, candidato criado por Lula e derrotado na disputa ao governo do
Estado.
Em 2015, com o prefeito Fernando Haddad deixando muito a desejar na
capital paulista, o petismo preferiu aniversariar ao lado do governador
Fernando Pimentel, que, com sua eleição, desbancara o tucanato mineiro
liderado por Aécio Neves.
Naquele fevereiro, Dilma, empossada há pouco em seu segundo mandato, já
sofria rejeição acelerada que alcançaria recordes históricos nos meses
seguintes. As investigações da Lava-Jato avançavam, soando os alarmes de
perigo em toda a alta cúpula petista.
Veio 2016, mais um ano bissexto para atormentar o PT. E desta vez, de
forma infernal, talvez cobrando o preço de tantas tratativas com o
diabo. Com Dilma e Lula em chamas.
Responsável direta pelo engodo que pretendeu esconder do país o
esfacelamento da economia após anos seguidos de incompetência e ganância
do petismo, Dilma já não existe.
Ao mesmo tempo em que empurra o PT e ela própria para o fundo mais
fundo, a santidade Lula se enrola para explicar o inexplicável. Tríplex
no Guarujá e sítio em Atibaia reformados por empreiteiros amigos de
conveniência são histórias que não comportam a versão robin-hoodiana que
esquerdóides totalitários adoram usar: roubar para salvar os que mais
precisam.
Trata-se aqui de aceitar favores pessoais de poderosos com interesses em
coisas do Estado. Algo imoral, mesmo que não tenham sido feitos com
dinheiro sujo da Petrobras. Sem meias palavras, de locupletar.
Quanto aos 36 anos, o PT esqueceu a política. Convida devotos não para
autocritica, análise ou debate sobre a conjuntura e a crise que corrói o
país, mas para um show de Diogo Nogueira e a bateria da Portela, dia
27. E no Rio, terra em que os petistas são poucos, mas em que o aliado
PMDB não falha.
Tempo de carnaval e cinzas, considerado satânico por alguns, fevereiro é
o mês do Partido dos Trabalhadores – do princípio e do início do fim.
Fundado com o apelo de luta e aura de vestal em 10 de fevereiro do
bissexto 1980, viu-se desnudo, aos 24 anos, no escândalo Waldomiro
Diniz, flagrado em vídeo pedindo propina ao bicheiro Carlinhos Cachoeira
para abastecer a campanha do PT de 2002, a mesma que levou Luiz Inácio
Lula da Silva à Presidência da República.
Em 13 de fevereiro do também bissexto ano de 2004, depois de o governo
Lula não conseguir desvencilhar-se da lambança do subchefe de Assuntos
Parlamentares do então ministro da Casa Civil José Dirceu, o “capitão do
time”, o Diário Oficial da União trazia a exoneração de Waldomiro.
O caso não só ofuscou a tradicional festa de aniversário do PT, a única
realizada no Rio de Janeiro nestes 14 anos de domínio petista no governo
central, como deu a largada para se desvendarem sucessivas apropriações
indevidas e outras tantas indecências do partido para chegar e
permanecer no poder.
De Waldomiro à CPI dos bingos e dos Correios. Delas ao Mensalão. Do
Mensalão à roubalheira bilionária na Petrobrás, Eletrobrás e sabe-se lá
onde mais, em todo canto.
Naquele fevereiro de 2004, um ano antes do jubileu do PT, veio à tona
não um escândalo, mas a revelação do que, pouco depois, o país saberia
ser um método e não um caso isolado de corrupção.
De lá para cá, o PT – Lula em especial – conseguiu driblar a opinião
pública, usando e reusando a tática que repete agora: a vitimização.
Sempre que as denúncias atingem os seus, os culpados de plantão são FHC e
os tucanos, que sempre fizeram igual, a mídia golpista e a direita,
gente que não suporta ver pobre andando de avião ou, pior ainda, um
operário na Presidência.
Nada de novo na lengalenga. Foi assim desde Waldomiro e até em
escândalos hoje esquecidos, como o dos cartões coorporativos, que
impediu Lula de participar das comemorações dos 29 anos da legenda, em
2008, quando a Executiva festejou, sem o chefe, em Diadema, no ABC
paulista.
Cabem aqui parênteses sobre as comemorações natalícias do petismo depois
que o partido chegou ao Planalto. Em 2003, ano da primeira posse de
Lula, a direção nacional não programou um encontro único. A festança se
deu em todo o país como extensão da vitória. No ano seguinte,
recolheu-se ao Hotel Glória no Rio, torcendo para não ter de dar mais
detalhes sobre o assessor direto de José Dirceu, pego com a mão na
botija. Voltou aos fogos e artifícios na cidade de Salvador, em 2007,
depois da vitória do hoje ministro Jaques Wagner ao governo da Bahia.
De 2009 a 2012, Brasília sediou as comemorações, todas elas vinculadas a
debates políticos conjunturais ou a estratégias de campanha. No biênio
2013 e 2014, o palco foi São Paulo, com destaque para a presidente Dilma
Rousseff, carregando a tiracolo o ex-ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, candidato criado por Lula e derrotado na disputa ao governo do
Estado.
Em 2015, com o prefeito Fernando Haddad deixando muito a desejar na
capital paulista, o petismo preferiu aniversariar ao lado do governador
Fernando Pimentel, que, com sua eleição, desbancara o tucanato mineiro
liderado por Aécio Neves.
Naquele fevereiro, Dilma, empossada há pouco em seu segundo mandato, já
sofria rejeição acelerada que alcançaria recordes históricos nos meses
seguintes. As investigações da Lava-Jato avançavam, soando os alarmes de
perigo em toda a alta cúpula petista.
Veio 2016, mais um ano bissexto para atormentar o PT. E desta vez, de
forma infernal, talvez cobrando o preço de tantas tratativas com o
diabo. Com Dilma e Lula em chamas.
Responsável direta pelo engodo que pretendeu esconder do país o
esfacelamento da economia após anos seguidos de incompetência e ganância
do petismo, Dilma já não existe.
Ao mesmo tempo em que empurra o PT e ela própria para o fundo mais
fundo, a santidade Lula se enrola para explicar o inexplicável. Tríplex
no Guarujá e sítio em Atibaia reformados por empreiteiros amigos de
conveniência são histórias que não comportam a versão robin-hoodiana que
esquerdóides totalitários adoram usar: roubar para salvar os que mais
precisam.
Trata-se aqui de aceitar favores pessoais de poderosos com interesses em
coisas do Estado. Algo imoral, mesmo que não tenham sido feitos com
dinheiro sujo da Petrobras. Sem meias palavras, de locupletar.
Quanto aos 36 anos, o PT esqueceu a política. Convida devotos não para
autocritica, análise ou debate sobre a conjuntura e a crise que corrói o
país, mas para um show de Diogo Nogueira e a bateria da Portela, dia
27. E no Rio, terra em que os petistas são poucos, mas em que o aliado
PMDB não falha.
extraídaderota2014blogspot
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