Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

"Ladrões, inclusive de galinhas",

 por Ruy Castro Folha de São Paulo
Os sociólogos, como sabemos, vieram ao mundo para nos explicar por que as coisas são como são. Por isso, outro dia recorri a um deles para me dizer por que, num país tão farto em ladrões, um dos mais simpáticos e poéticos desaparecera: o ladrão de galinhas.
A culpa foi da especulação imobiliária, ele me disse. Com a substituição das casas pelos edifícios e o fim dos quintais, acabaram-se os galinheiros domésticos. E, sem eles, não pode haver ladrões de galinhas.
Daí minha surpresa ao ler sobre o furto de 25 codornas poedeiras no quintal de uma casa em Selvíria, no Mato Grosso do Sul. Um jovem chamado Jocimar, acusado do crime, foi a julgamento e tomou um ano de prisão. Nas várias idas e vindas do caso pelo Tribunal de Justiça, Ministério Público e STJ (Superior Tribunal de Justiça), Josimar foi absolvido, condenado e absolvido de novo.
Foi então que me dei conta de que esse caso aconteceu em 2001, mas só agora, nesta quarta-feira, chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal), que o finalizou. Os ministros Carmen Lúcia e Dias Toffoli condenaram Josimar, mas Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Celso de Mello aplicaram o princípio da insignificância e votaram pela absolvição. Josimar é hoje não apenas um homem livre, mas o último ladrão de galinhas vivo do país. Merecia um estudo.
Nesta mesma quarta, talvez na mesma sessão, o STF tomou a decisão histórica de mandar prender o senador petista Delcídio do Amaral, por acaso também do Mato Grosso do Sul, por tentar subornar o ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró, para ele não abrir o bico, e ajudá-lo a fugir para a Espanha.
Nos velhos filmes ingleses e americanos, o sujeito dava um golpe lá fora e vinha se esconder no Brasil. Agora é diferente: o sujeito dá um golpe no Brasil e vai se esconder lá fora. Preciso achar um sociólogo que me explique isso. 
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República de bandidos

Editorial do Estadão:
Ninguém melhor do que a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, para expressar o sentimento de frustração que atinge em cheio os brasileiros: “Na história recente da nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós acreditou no mote segundo o qual a esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 (o mensalão) e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora constata-se que o escárnio venceu o cinismo”. Nessa síntese está toda a trajetória dos embusteiros petistas que, desde a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, prometeram fazer uma revolução ética e social no Brasil e agora, pilhados em escabrosos casos de corrupção, caçoam da Justiça e da própria democracia.
O mais recente episódio dessa saga indecente, ao qual Cármen Lúcia aludia, envolveu ninguém menos que o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral. Em conluio com o banqueiro André Esteves, o petista foi flagrado tentando comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que ameaçava contar o que sabia sobre a participação de ambos no petrolão.
As palavras de Delcídio, capturadas em áudio gravado por um filho de Cerveró, são prova indisputável da naturalidade com que políticos e empresários se entregaram a atividades criminosas no ambiente de promiscuidade favorecido pelo governo do PT. Como se tratasse de uma situação trivial – a conversa termina com Delcídio mandando um “abraço na sua mãe” –, um senador da República oferece dinheiro e uma rota de fuga para que o delator que pode comprometê-lo e a seu financiador suma do país. Os detalhes são dignos de um arranjo da Máfia e desde já integram a antologia do que de mais repugnante a política brasileira já produziu.
Delcídio garantiu a seus interlocutores que tinha condições de influenciar ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos em posições institucionais destacadas para que os objetivos da quadrilha fossem alcançados. O senador traficou influência. Mas o fato é que, hoje, as ramas corruptas que brotam do sistema implantado pelo PT se insinuam por toda a árvore institucional – com raras e honrosas exceções, entre elas o Supremo, que vem demonstrando notável independência.
Exemplo do contágio é que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão sendo investigados pela Lava Jato. A nenhum dos dois ocorreu renunciar a seus cargos para que não sofressem a tentação de usar seu poder para interferir no processo, como já ficou claro no caso de Cunha. Renan, desta vez, tentou manobrar para que fosse secreta a votação do Senado que decidiria sobre a manutenção da prisão de Delcídio, na presunção de que assim os pares do petista o livrariam, criando uma blindagem para os demais senadores – a começar por ele próprio. Temerosos da opinião pública, os senadores decidiram votar às claras e manter Delcídio preso.
Enquanto isso, o PT, com rapidez inaudita, procurou desvincular-se de Delcídio, dizendo que o partido “não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade”, já que o senador, segundo a direção petista, agiu apenas em favor de si próprio. Se Delcídio tivesse cometido seus crimes para abastecer os cofres do PT, seria mais um dos “guerreiros do povo brasileiro”, como os membros da cúpula do partido que foram condenados no mensalão e no petrolão.
O PT e o governo não enganam ninguém ao tentar jogar Delcídio aos leões. O senador era um dos principais quadros do partido, era líder do governo no Senado e um dos parlamentares mais próximos da presidente Dilma Rousseff e de Lula. Sua prisão expõe a putrefação da política proporcionada pelo modo petista de governar.
Também ninguém melhor do que a ministra Cármen Lúcia, que resumiu a frustração dos brasileiros de bem, para traçar o limite de desfaçatez e advertir a canalha que se adonou da coisa pública sobre as consequências de seus crimes: “O crime não vencerá a Justiça” e os “navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades” não passarão “a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção”. É um chamamento para que os brasileiros honestos não aceitem mais passivamente as imposturas dos ferrabrases que criaram as condições para que se erigisse aqui uma desavergonhada república de bandidos.





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"Falcão e o PT; Marcola e o PCC",

por Reinaldo Azevedo Folha de São Paulo
A semana foi sacudida por duas prisões estrepitosas: a de José Carlos Bumlai, pecuarista e faz-tudo de Lula, e a de Delcídio do Amaral (PT-MS), que prestou um favor ao ineditismo: nunca antes na história "destepaiz", um senador havia ido em cana no exercício do mandato. Dilma estava se preparando para virar de lado e, quem sabe?, tirar uma soneca. Não vai conseguir. O alarido das vocações criminosas não deixa.
Não sou petista, não gosto do partido e lastimo a maioria de suas escolhas. Como sou um liberal, acho que suas opções estratégicas, ainda que fossem pautadas pela mais angelical honestidade, estão erradas. Assim, eu me oporia –como indivíduo sem partido– aos petistas ainda que estes fossem inocentes como as flores.
Isso não me impede de reconhecer que o partido deu relevo a demandas reais da sociedade e que os mais pobres tiveram, nesses anos, ganhos efetivos –e os mais ricos não têm do que reclamar. A renda do trabalho cresceu, e, por óbvio, o Bolsa Família amenizou as agruras dos extremos da pobreza.
Agora vem o meu fascínio às avessas, a minha estupefação. Era possível fazer tudo isso sem roubar. Era possível fazer tudo isso sem quebrar a economia do país. Era possível fazer tudo isso sem destruir as contas públicas. Era possível fazer tudo isso sem corromper a esperança de milhões de pessoas.
Cabe, sim, discutir o que permitiu ao PT ser um pouco mais ousado do que os governos que o antecederam na distribuição de renda; também é pertinente saber se os fatores que concorreram para tal feito eram ou não de sua escolha. Mas isso não anula a evidência.
Vamos lá. Amigos que não têm simpatia pelo PT, mas que, à diferença deste escriba, não o abominam, já me censuraram por meus supostos "exageros". Um deles disse certa feita: "Você trata os petistas como se eles fossem assaltantes da democracia, e eles não são; afinal, seguem as regras".
Pois é... Esse amigo certamente me lê agora. Bem... Eles não seguem as regras.
Ainda que larápios em penca tenham usado suas posições de poder para o enriquecimento pessoal, o assalto ao Estado e aos cofres só se deu porque, desde o princípio, o PT nunca teve a democracia como um valor inegociável. Mensalão e petrolão são expressões não de uma concepção, mas de uma prática golpista. E isso não tem nada a ver com inserir ou excluir pobres da economia.
Na quarta, o PT emitiu uma nota entregando Delcídio às feras. Rui Falcão, que defende João Vaccari com unhas e dentes (não há outro modo...), se diz "perplexo". O texto se trai e se revela de modo espetacular. Está lá: "Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador tem qualquer relação com sua atividade partidária (...). Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade".
NA MOSCA!

Leia-se de outro modo: todas as "tratativas" de Vaccari dizem, sim, respeito às suas "atividades partidárias". Daí vem a "solidariedade".
É precisamente com esse critério que Marcola comanda o PCC. Crime em benefício pessoal é pecado de lesa irmandade. Crime em nome da organização prepara o berço dos heróis.
É claro que há diferenças entre os dois entes. O PCC não se organiza para assaltar o Estado e a institucionalidade. São males absolutos, mas distintos. A ética abstrata é que os aproxima. Como não diria Janio de Freitas, a nota do PT é coisa de "trombadão".
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"Nunca antes neste país",

 por Clóvis Rossi Folha de São Paulo
O primeiro choque viera na quarta-feira, 25, ao ver na capa da Folha o pecuarista José Carlos Bumlai sendo levado preso pela Polícia Federal.
Como é possível que, em pleno Brasil, não adianta um amigo do rei (no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) gritar "sabe com quem está falando?"? Vai preso assim mesmo.
Um pulo para trás: idêntico choque já ocorrera quando da prisão de executivos e proprietários de algumas das maiores empreiteiras do país –eles que são, sempre, amigos do rei, seja qual for o rei e seja qual for o país.
Mas foram tantas as prisões que eu já estava anestesiado quando veio o episódio Bumlai.
Nem deu tempo para uma nova injeção de anestesia e veio o choque definitivo: um banqueiro preso, junto com um senador em pleno exercício do mandato, ainda por cima líder do governo no Senado.
Nunca antes neste país houve algo parecido. E eu achava que morreria sem ver.
Também não achava que veria a decomposição ética do Partido dos Trabalhadores. Nunca antes na história deste país tantos dirigentes de um mesmo partido –ainda por cima do partido do governo– foram presos e condenados como está acontecendo com o PT.
Uma vez, muitos anos atrás, Lula almoçou na Folha e, já no cafezinho, pousou o braço nos ombros de Octavio Frias de Oliveira, então o publisher do jornal, e disse:
"Frias, você ainda vai se orgulhar desse petezinho", como se o publisher fosse um companheiro que Lula tivesse conhecido nas greves do ABC.
Frias morreu sem ter tido tempo de se envergonhar, em vez de se orgulhar, desse petezinho.
Afinal, não há diagnóstico mais preciso, até pela melancolia e pela poesia, do que o da ministra Carmen Lúcia do STF, em seu comentário sobre a prisão de Delcídio.
Depois de dizer que houve um momento em que a maioria dos brasileiros acreditou que a esperança vencera o medo, completou: fatos posteriores (alusão ao mensalão) demonstraram que "o cinismo venceu a esperança" e, agora, "o escárnio venceu o cinismo".
É tamanho o escárnio que o presidente do PT, Rui Falcão, tem a cara de pau de soltar nota para dizer que "nenhuma das tratativas atribuídas ao senador tem qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado".
OK, Rui, vamos fingir que acreditamos que Delcídio do Amaral acordava, vestia o terno de senador, participava das atividades inerentes ao posto, depois voltava para casa, trocava o terno por um uniforme de trambiqueiro (existe?) e, já sem a estrelinha vermelha no peito, partia para as maracutaias que o levaram para a cadeia "em flagrante".
Ridículo, Rui. Ou "covarde", por abandonar um companheiro na desgraça, como fizeram questão de dizer o presidente do Senado, Renan Calheiros, e reafirmar o senador Omar Aziz.
Ser chamado de covarde por Renan Calheiros é o último prego no caixão da dignidade do presidente do PT.
Também não adianta a tentativa de desvincular o senador do governo do qual é líder. Afinal, a mídia internacional deixa claro, como o fez Vinod Sreeharsha, no "The New York Times" de quinta-feira, 26:
"A prisão de Amaral tende a complicar os esforços [de Dilma] de governar e levar adiante propostas econômicas, incluindo medidas impopulares de austeridade, por meio do Congresso".
Mais: o jornal cita nota do Grupo Eurasia, da mesma quarta-feira em que Delcídio foi preso, na qual diz que o risco de que Dilma não termine o seu período de governo subiu para 40%.
Já no "Financial Times", o correspondente Joe Leahy aponta outro "bunker" afetado pela prisão, neste caso do banqueiro Esteves:
"A prisão do sr. Esteves traz o escândalo pela primeira vez para o sofisticado distrito financeiro da avenida Faria Lima, em São Paulo, onde muitos da nova casta de bancos de investimento do setor privado têm seus QGs".
(O francês "Le Monde", a propósito, copia da mídia brasileira a informação de que Esteves é a 13ª fortuna do país).
É uma pena que Lula não possa usar seu bordão favorito e dizer que "nunca antes na história deste país" a elite foi parar na cadeia, inclusive (ou principalmente) seus amigos, correligionários e financiadores.
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"Decisão forçada",

por Hélio Schwartsman Folha de São Paulo
Não há dúvida de que a prisão do senador Delcídio do Amaral foi merecida. Suas maquinações para evitar a delação premiada de Nestor Cerveró constituem o triunfo do escárnio sobre o cinismo, para tomar emprestadas palavras da ministra Cármen Lúcia. Receio, porém, que o STF tenha forçado um pouco a interpretação da lei para sustentar a prisão do senador.
A Carta é inequívoca ao definir que parlamentares só podem ser presos "em flagrante de crime inafiançável" (art. 53, § 2º). Até acompanho o entendimento de que a formação de uma organização criminosa para frustrar a operação Lava Jato é crime permanente (dura enquanto a organização criminosa durar), de modo que o flagrante está caracterizado.
Em relação à inafiançabilidade, a questão é mais complicada. A Constituição enumera os crimes inafiançáveis (racismo, tráfico, tortura, terrorismo, ação armada contra o Estado e os definidos em lei como hediondos) e os delitos de que o senador é acusado não passam perto dessa lista.
O próprio relator da ação admite que a prisão "não é cabível na literalidade do dispositivo [constitucional]", mas defende que a interpretação seja relativizada. Não tenho nada contra relativizar mandamentos constitucionais. Diria até que é impossível não fazê-lo. Mas é complicado reduzir o alcance dos que estabelecem garantias fundamentais. O risco é que deixem de ser garantias.
Minha hipótese para a incomum severidade do STF é que a gravação mostra Delcídio sugerindo que poderia influenciar ministros a beneficiar Cerveró. Aí, para provar que não são influenciáveis, os juízes transformaram o senador num exemplo. Entre a imagem do Supremo e o rigor garantista, optaram pela primeira. 
Não me parece a mais católica das decisões, mas não dá para afirmar que fira o Estado de Direito. No fim das contas, não faz muita diferença, já que, diante da prova, só um milagre salvará Delcídio de condenação.
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"Instinto de sobrevivência",

por Bernardo Mello Franco Folha de São Paulo
O Senado evitou um suicídio institucional ao acatar a prisão de Delcídio do Amaral. Se mandasse soltar o petista, a Casa incitaria a revolta na sociedade e compraria uma briga inglória com o Supremo Tribunal Federal.
As provas contra Delcídio são incontestáveis. Ele tramou a fuga de um preso e prometeu usar sua influência para anular delações da Lava Jato. Além disso, ofereceu suborno para calar uma testemunha que deve incriminá-lo no petrolão.
A tentativa de obstruir o processo foi tão clara que o ministro Teori Zavascki não hesitou em decretar sua prisão. A decisão foi referendada pela segunda turma do Supremo, que percebeu a grave ameaça à imagem e à autoridade do Judiciário.
Apesar da solidez das provas, o Senado ensaiou uma operação para livrar Delcídio da cadeia. A tentativa de resgate foi liderada pelo presidente Renan Calheiros, um dos principais investigados da Lava Jato.
O peemedebista traçou um plano simples: os senadores decidiriam o futuro do petista em votação secreta, sem prestar contas aos eleitores. Com isso, Delcídio teria chances razoáveis de ser libertado.
Num apelo ao corporativismo, Renan insinuou que o Supremo usurpou poderes do Legislativo e chegou a dizer que a prisão do petista, decidida à luz do dia e com base na lei, não teria sido "democrática".
O discurso foi endossado pelo incorrigível Jader Barbalho, que evocou o nome de Deus e declarou que os senadores não precisam ser fiscalizados pela opinião pública. Ele acrescentou que já passou por "lutas" e "dificuldades". É verdade: em 2002, foi preso e algemado pela PF.
"O que está em jogo neste momento é a vida da instituição, é a vida do Senado Federal", alertou Jader, na tentativa de convencer os colegas a proteger Delcídio. Por instinto de sobrevivência, a maioria dos senadores entendeu o aviso de outra forma. A prisão foi confirmada em votação aberta e por ampla margem: 59 a 13.
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"Aparências e enganam",

por Nelson Motta O Globo
No ‘Retrato de Dorian Gray’, Oscar Wilde dizia que ‘só os tolos não julgam pelas aparências.’ A Lava-Jato mostra que há controvérsias




Por sua história pessoal e por todas as declarações, até de adversários políticos, o senador Delcídio Amaral era gente finíssima, muito querido por todos, por sua cordialidade e simpatia, sua inteligência e educação, seu espírito tolerante e conciliador. Sem acusar ou julgar ninguém, são os primeiros requisitos de um canalha profissional para ganhar a confiança de suas vítimas e poder aplicar seus golpes. Não dá para ser grosso e arrogante e pretender a simpatia e confiança necessárias para exercer sua canalhice.
Também não se deve tripudiar sobre os caídos, mas se o bom e velho Delcídio, com seu look de Vovó Donalda e todas essas qualidades, fez o que fez, imaginem o que fizeram e fazem os suspeitos de sempre, com suas caras de bandido do tipo Jader, Cunha, Renan, Collor, Sarney, Lobão, que não há plástica ou botox, nem implante ou tintura de cabelos que disfarcem, pelo contrário, os tornam ainda mais grotescos e revelam a feiura de suas almas opacas, em contraste com o brilho cafajeste de seus ternos.
Tive um tio muito querido, inteligente e cínico, que sempre dizia que o problema dos governos brasileiros é que, com raras exceções, os talentosos e competentes geralmente são desonestos, e os honestos e bem intencionados são incompetentes e acabam dando mais prejuízo do que os ladrões. Não viveu para ver os governos petistas, mas o tempo lhe deu razão.
Assim como o doce Delcídio, o banqueiro André Esteves é a própria imagem do bom moço honesto e competentíssimo, que inspirava absoluta confiança na praça, e tanto que tantos aplicavam suas economias no seu banco de investimentos e ninguém nunca perdeu dinheiro.
Deveria ter ouvido a advertência do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica em um evento junto com Lula, que fingiu que não ouviu: “Quem gosta muito de dinheiro não deve se meter em política”. Agora, levado pela ambição e pela vaidade, está preso e humilhado, mas quem mandou se meter com politícos?
No “Retrato de Dorian Gray”, Oscar Wilde diz que “só os tolos não julgam pelas aparências.”
Há controvérsias. A Lava-Jato está questionando até Oscar Wilde.





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AS DIÁRIAS DE STÉDILE - Você sustenta o vagabundo!


"O tom afinado do veredicto da 2ª Turma do STF",

 editorial de O Globo
Ministros alertam que julgamento da Lava-Jato precisa se ater às provas e às leis, não importando nomes, numa mensagem para juízes e Congresso
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) e os demais participantes da trama para silenciar o ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Cerveró no inquérito da Lava-Jato permitiram, de forma involuntária, que ministros do Supremo Tribunal estabelecessem um marco de referência na tramitação pela Justiça dos processos de acusados de participar do petrolão, o assalto à Petrobras organizado pelo lulopetismo, e a outras estatais.
O desfecho do mensalão, em que petistas também organizaram desfalques de dinheiro público, basicamente para “comprar” apoio no Congresso, avisou à sociedade que ter poder político deixava de garantir habeas corpus prévio, costume do Brasil monárquico preservado pela República.
Já a decisão unânime, quarta-feira, dos cinco ministros da 2ª Turma do STF — Teori Zavascki, Cármen Lúcia, Celso de Mello, Dias Toffoli e Gilmar Mendes —, de que o senador petista deveria continuar preso, avançou além do mensalão: a depender das provas e circunstâncias, homem público com mandato pode ser preso.
A sessão registrou pelo menos duas declarações irretocáveis. Uma, da ministra Cármen Lúcia: depois de lembrar do mensalão, de cujo julgamento participou, “quando descobrimos que o cinismo tinha vencido a esperança”, disse que agora é possível constatar que “o escárnio venceu o cinismo”, mas nem por isso o crime vencerá a Justiça. Outra declaração emblemática foi de Celso de Mello: no tom de que se valeu também no julgamento do mensalão, o decano do STF registrou que “marginais que se apossaram do aparelho de Estado” (...) praticaram uma “delinquência institucional”. Não se discute.
Além de permear a tramitação da Lava-Jato na Justiça, a postura dos ministros deve condicionar o posicionamento do Congresso no escândalo. O Senado parece ter entendido, ao referendar a prisão de Delcídio. Haverá outros casos à frente, como o do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Fica demonstrado nas gravações da tramoia que Delcídio, o banqueiro André Esteves (BTG Pactual), o advogado Edson Ribeiro e Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador, que poderosos podem tentar invadir espaços exclusivos da Justiça com lobbies perversos. Contatos entre juízes e representantes das partes interessadas são normais, servem para esclarecer pontos obscuros. Outra coisa é tentar influenciar veredictos, independentemente das provas.
O que disse a 2ª Turma — que os processos precisam ser julgados à luz da lei, da Constituição, das provas, sem preocupação com nomes — é de grande obviedade, mas de máxima importância nas circunstâncias da Lava-Jato, uma investigação no centro do poder, com o envolvimento, em vários graus, de parlamentares, da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. As maquinações expostas nas gravações feitas pelo filho de Nestor Cerveró, Bernardo, clamam por apoio total à Lava-Jato, e precisam inclusive ser levadas em conta no julgamento de recurso da Procuradoria-Geral da República à decisão de fatiamento da Operação. Nunca foi hora de enfraquecer o trabalho da força-tarefa que desbarata o esquema a partir de Curitiba. Muito menos agora.
Entenda-se a dimensão do que estava acontecendo: um dos maiores banqueiros do país, André Esteves, se associou a um senador líder do governo, Delcídio Amaral, para, com milhões de reais e a facilidade de acesso ao Judiciário e qualquer Poder, silenciar um ex-diretor da Petrobras prestes a selar acordo de colaboração premiada.
Este enredo não só justifica a decisão que tomou a 2ª Turma do Supremo, como alerta para o que pode estar acontecendo em torno de outros ilustres detidos pela Lava-Jato.

Entenda como ocorrerá a cassação de Delcídio Amaral

José Carlos Werneck
Como disse o jurista Jorge Béja, Delcício Amaral não existe mais como senador, seu mandato está tacitamente cassado, embora a manutenção de sua prisão, por si só, não gere automaticamente a perda de sua condição de parlamentar. Como lembra o consultor Ulisses de Sousa, especialista na área eleitoral, somente a condenação criminal tem como consequência a perda dos direitos políticos. Ele confirma, no entanto, que a manutenção da detenção torna o exercício da atividade parlamentar inviável, uma vez que Delcídio não poderá exercer normalmente suas funções no Senado.
Mesmo assim, a cassação não é automática em caso de decisão judicial, declarou o advogado, enfatizando que só após o trânsito em julgado do processo é que o Senado vai decidir se o parlamentar deve perder o cargo, conforme o artigo 55, parágrafo 2º, da Constituição Federal.
Segundo os documentos que embasaram o pedido de prisão feito pelo Ministério Público Federal, o senador, em reuniões com Edson Ribeiro, ofereceu R$ 50 mil por mês à família de Nestor Cerveró em troca de ele não assinar um acordo de delação premiada. Se assinasse, não deveria mencionar o senador ou o banqueiro. Delcídio também se comprometia a pagar R$ 4 milhões a Edson Ribeiro, que seriam custeados também por André Esteves.
MINUTA DO ACORDO
Conforme o pedido de prisão, Esteves mostrou a Delcídio cópia da minuta do acordo que seria assinado entre Cerveró e o MPF. Os papéis tinham anotações do executivo, mostrando, que ele teve acesso a documento sigiloso.
O advogado de Esteves, Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay, declarou que o banqueiro não estava presente às reuniões em que Delcídio negociou os pagamentos e ainda não foram divulgadas as circunstâncias em que ele foi mencionado.
As reuniões foram gravadas pelo filho de Cerveró, Bernardo, e apresentadas ao MPF. Isso aconteceu depois que a família de Cerveró havia perdido a confiança em Edson Ribeiro, quando descobriu que ele passou a atuar em comum acordo com o senador e o banqueiro. Assim, foi orientada a gravar as conversas. De acordo com as degravações, Delcídio afirmava que André Esteves é quem pagaria a quantia. O senador também garantia que conseguiria Habeas Corpus a Cerveró.
ACERTANDO COM O STF…
Nas reuniões, segundo o Ministério Público Federal, Delcídio do Amaral disse que já havia conversado com os ministros Teori Zavascki e Dias Toffoli e estava com um café marcado com o ministro Luiz Edson Fachin. Ele também prometeu falar com o presidente do Senado, Renan Calheiros e com o vice-presidente da República, Michel Temer, para que eles conversassem com o ministro Gilmar Mendes, garantindo a composição de uma maioria para à concessão do Habeas Corpus.
Delcídio traçou até um plano de fuga para Cerveró, para depois que ele fosse liberado da prisão. Ele sairia do Brasil pela Venezuela, para ir ao Paraguai e, de lá, pegar um voo até a Espanha. O senador dizia que o melhor seria um jato Falcon 50,que possui grande autonomia e faria um voo direto, sem escalas para abastecimento.








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À espera dos outros

Carlos Chagas 

A pergunta que não quer calar: qual será o próximo? Ou quais serão os próximos parlamentares que encontrarão a Polícia Federal batendo às suas portas de manhã bem cedo? Há muitos, agora que foi rompido o princípio da inviolabilidade. Deputados e senadores já podem ser presos no exercício de seus mandatos, caso o Supremo Tribunal Federal aceite provas irrefutáveis de sua culpa nos escândalos de corrupção. O primeiro foi Delcídio do Amaral. Outros não demoram.
A manifestação unânime dos cinco ministros da Segunda Turma do STF pela prisão do líder do governo no Senado não deixa dúvidas. Por certo que, depois da decisão da mais alta corte nacional de justiça, torna-se necessária a licença da respectiva casa do Congresso, mas foi definitiva a votação dos senadores, na noite de quarta-feira. Bem que quase toda a bancada do PT tentou salvar o companheiro, mas prevaleceu aquela máxima de que não há força capaz de contrariar a natureza das coisas. Ainda mais diante do reconhecimento pelos dirigentes do partido, em nota oficial, que Delcídio do Amaral não tinha salvação.
Fica a indagação sobre quem liberou a gravação da conversa entre o senador, o ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, e auxiliares, peça fundamental para a prisão do líder do governo. Seu filho, Bernardo Cerveró, foi responsável por entregar a gravação ao Procurador-Geral da República, que a despachou para o ministro-relator.
Teori Zavaski dividiu sua iniciativa com os quatro colegas da Segunda Turma, seguindo-se a mobilização da Polícia Federal para as prisões. Em algum momento rompeu-se a cadeia do sigilo, fator essencial para sensibilizar o Senado e a opinião pública. Melhor assim, em nome do combate à corrupção.
Em suma, o 25 de novembro passa a constituir-se num marco institucional de vulto, nas relações entre os poderes da União. Deputados e senadores já podem ser presos no exercício de seus mandatos, além dos casos de flagrante delito. Obstruir investigações também dá cadeia, claro que preliminar, seguindo-se o processo pautado pelo livre direito de defesa.
LUGAR DE LADRÃO…
Célebre professor de Direito Penal da USP era conhecido por seu linguajar castiço e empolado, mas sempre demonstrando a seus alunos que a  variedade de expressões pode significar os mesmos conceitos. Pediu que vertessem para o vernáculo o vulgar e muito em moda comentário utilizado pela juventude, de que “pouco me importa que a mula manque, pois eu quero é rosetar”. Ninguém conseguiu, até que o mestre traduziu: “pouco se me dá que o corcel claudique, pois apraz-me acicatá-lo”…
Assim podem ser interpretadas as variadas e vetustas considerações dos ministros a respeito da corrupção: “lugar de ladrão é na cadeia”…

Bem que Teori Zavascki avisou que o pior ainda está por vir…

Carlos Newton

Quando o ministro Teori Zavascki saiu de sua costumeira discrição para avisar que “o pior ainda está por vir”, ele sabia exatamente o que estava falando. E certamente o relator dos inquéritos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal não se referia apenas ao senador Delcídio Amaral, que recentemente passou a assinar “do Amaral” por questões numerológicas, para ver se dava sorte, e o resultado foi desastroso. É claro que Zavascki não estava se referindo a um ou outro peixes gordos prestes a cair na rede, mas a um cardume deles.
O fato é que, de agora em diante, a Justiça passará a ser ainda mais rigorosa, com a Segunda Turma do Supremo em pé de guerra pelas suspeitas lançadas pelo líder do governo nas gravações obtidas pelo jovem Bernardo Cerveró, que trabalha como ator, mas tem talento especial também para a função de operador de áudio. Além disso, acostumado a conviver com o pai, sabe enxergar com um olho no padre e o outro na missa, se é que vocês me entendem, como dizia o genial jornalista Maneco Muller.
Nestor Cerveró custou a conseguir a delação premiada. Foi uma dificuldade. Nada do que relatava aos procuradores da força-tarefa da Lava jato era considerado “novidade”. A negociação foi se prolongando por meses a fio. Até que o filho Bernardo entrou na jogada da criação de um “fato novo” capaz de motivar a delação. Como se viu esta semana, o jovem ator teve um desempenho excepcional e merece, pelo menos, o Oscar de Efeitos Especiais.
UMA GRANDE MUDANÇA
A partir do sensacional envolvimento de Delcídio Amaral, a Lava Jato muda por completo, porque fica completamente afastada a suposta possibilidade de que nas instâncias superiores haja anulação de provas, como aconteceu com o banqueiro Daniel Dantas na malograda operação Satiagraha, que também investigava justamente desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro, vejam que nem sempre a História pode se repetir como farsa. Nenhum tribunal vai dar moleza a esses criminosos do colarinho branco. Habeas corpus, medida cautelar, mandado de segurança? Nem pensar.
Outra consequência inevitável é que muitos executivos e empresários vão seguir o exemplo de Nestor Cerveró e pedir o benefício da delação premiada. O primeiro da fila é o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, grande colecionador de obras de arte. Há meses tenta fazer delação premiada, mas os procuradores dizem que ele não tem provas materiais. Pode ser que agora Duque enfim encontre como comprovar as acusações.
O ARROGANTE ODEBRECHT
A grande dúvida é Marcelo Odebrecht, o arrogante delfim dos empreiteiros. Na CPI da Petrobras ele descartou qualquer hipótese de fazer acordo, vangloriando-se de ensinar as filhas a não delatarem os malfeitos das outras e ironizando quem trai os cúmplices para se livrar da pena. Ele está prestes a ser condenado. Dizem que a primeira sentença sai antes do Natal.
Quando Marcelo foi preso, o patriarca Emilio Odebrecht deu declarações ameaçadoras, recomendando que o governo deveria construir três celas, uma para ele próprio, as outras para Lula e Dilma. Como se dizia antigamente, promessa é dívida. De toda forma, com ou sem delação da família Odebrecht, vai se confirmar o vaticínio de Zavascki. O pior ainda está mesmo por vir.





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Depois de isolar Delcídio, PT tenta se descolar de José Dirceu

Paula Pacheco  iG São Paulo 

Encurralado pela falta de credibilidade, o Partido dos Trabalhadores aproveitou a prisão de Delcídio do Amaral (líder do governo no Senado, eleito por Mato Grosso do Sul), para reforçar a estratégia de uma faxina geral na imagem. O comunicado do PT, assinado pelo presidente nacional Rui Falcão, tenta descolar o partido do escândalo envolvendo o parlamentar, suspeito de tráfico de influência com o objetivo de facilitar a fuga de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, condenado na Operação Lava-Jato. Dias antes, a legenda já tinha decidido desembarcar do apoio a Eduardo Cunha (PMDB/RJ), presidente da Câmara dos Deputados, envolvido em denúncias e que será julgado por falta de decoro parlamentar por mentir aos colegas de uma CPI.
Agora, além da provável expulsão de Delcídio, que rapidamente vem ganhando força e que será decidida pela Comissão Executiva Nacional do PT, há um movimento interno entre os líderes do partido para negociar com José Dirceu, preso em Curitiba, sua desfiliação.
Para interlocutores que acompanham de perto a tentativa do partido de voltar às origens, a expulsão de Dirceu seria traumática demais por causa da relação histórica dele com o PT. Por isso, o melhor caminho seria o acordo para que ele peça o desligamento do Partido dos Trabalhadores.
O movimento cirúrgico envolvendo Dirceu será parecido com o que foi feito com o ex-deputado federal André Vargas, que se desfiliou do PT após condenação na Operação Lava-Jato, em setembro passado.
ESTRATÉGIA DA VIRADA
A nova configuração do partido, pilotada por Rui Falcão e o alto comando do PT, passa pela reaproximação com os movimentos sociais e críticas ao ministro Joaquim Levy, da Fazenda, e a condução da política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff.
Os críticos acham que o endurecimento do PT em relação a Delcídio do Amaral e a Cunha ainda é insuficiente para recuperar a imagem e ajudar tanto na crise que engole o governo da presidente Dilma quanto no desempenho nas urnas nas eleições municipais de 2016. Para tal, o partido deveria se afastar de outros petistas envolvidos em denúncias, como o tesoureiro da campanha presidencial, João Vaccari Neto. Além disso, teria demorado muito para sair de perto de Cunha na esperança de garantir um aliado que barrasse os pedidos de impeachmet de Dilma na Câmara.
CRÍTICAS A FALCÃO
A decisão do PT de não apoiar Delcídio do Amaral, se por um lado agradou aos militantes que esperam pela faxina no partido, por outro houve quem achasse que a nota assinada por Rui Falcão foi precipitada. Segundo a nota assinada pelo presidente do partido, as negociações envolvendo Delcídio, o advogado Edson Ribeiro e Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, responsável por denunciar o esquema, não têm relação com a atividade como senador.
O trecho mais criticado entre os parlamentares no dia da prisão do senador, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é o que isenta o PT da responsabilidade na ação de Delcídio. “O PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade”, informou o partido horas depois da prisão do líder no Senado.
A liderança do PT saiu em defesa de Falcão. “Ele merece a solidariedade, o apoio e o aplauso, apesar de ser doloroso. A militância não está mais disposta a baixar a cabeça e quer resgatar a dignidade”, classifica Marco Aurélio de Carvalho, coordenador jurídico do partido. “Trata-se de um movimento de reencontro com uma bandeira histórica do PT.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG O PT e o governo estão completamente perdidos, desnorteados, não sabem o que fazer nem como fazer. Expulsar o Delcídio é uma coisa, pedir a José Dirceu para se desfiliar é outra coisa. Se Dirceu se aborrecer e fizer delação, acaba com Lula, com Dilma e com o próprio PT. Somente isso. (C.N.)





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domingo, 29 de novembro de 2015

MÁSCARAS

MIRANDA SA
“A máscara, metáfora do anonimato, impede o olhar social que reconhece e amarra cada um ao seu próprio lugar, à sua própria identidade e ao que dela se espera”. (Claudia Cruz Lanzarin)
A máscara tem origem antiquíssima. Pode-se dizer, com base científica, que o seu uso nasceu no início do processo civilizatório da humanidade. De madeira, metal ou tecido, representando animais ou seres fantásticos, disfarçaram feiticeiros e xamãs em rituais mágico-religiosos.

Os museus, pelo mundo afora, exibem ornamentos belíssimos dos astecas, da China, do antigo Egito, dos incas e dos maias. Nossos pagés, tupis e tapuias, exibiam maravilhosas plumagens.

Adivinhos charlatães e falsos médiuns até hoje abusam do uso de máscara, cuja palavra vem do latim mascus, “fantasma” e do árabe maskharah, “homem disfarçado”. Além do Teatro, onde o uso é freqüente, encontramos nas festas tradicionais como carnavais e Halloween, as pessoas se mascarando para manter o anonimato.

Freud estudou a representação que os indivíduos criam psiquicamente para si próprios, escondendo o verdadeiro ‘eu’ diante da sociedade; mas nem o pai da psicanálise nem o seu discípulo rebelde Jung – criador do arquétipo “persona” -, explicaram porque esse disfarce pretende, na maioria das vezes, esconder verdades e propósitos escusos.

O discurso político é uma máscara. Desde os primeiros tempos, a eloqüência, muita vez, ocultou intenções e projetos, como a História registra na atuação oratória do grego Demóstenes e dos romanos Catão e Cícero; e, modernamente em plano internacional, tivemos Gandhi, Hitler, Mussolini, Churchill,  e mais recentemente Martim Luther King.

Distinguiram-se no Brasil, o padre Antônio Vieira, Joaquim Nabuco, Ruy Barbosa, Getúlio Vargas, Carlos Lacerda, Antonio Vieira de Melo e Ulysses Guimarães.

É inesquecível o “Último Discurso” do filme “O Grande Ditador”, com Chaplin fazendo uma sátira em plena tirania nazista, imitando Hitler e ao contrário deste, defendendo os direitos humanos ao realçar: “Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio… negros… brancos…”

A persuasão discursiva real ou demagógica, nesses tempos paupérrimos em oradores, é suplantada pelo disfarce, com lobos vestindo a pele de cordeiro. Quem não se enganou com a fisionomia de Demóstenes Torres, irascível com a corrupção e mergulhado nela?

E agora, com Delcídio Amaral, cuja fisionomia e lhaneza nos enganaram por tanto tempo? A revelação do gangsterismo dele gravadas pelo ator Bernardo Cerveró é chocante. Nas suas intervenções malignas só faltou sugerir o assassinato do juiz Moro, como projetou o articulista Vinicius Torres Freire.

Para os lulo-petistas, que cultuam os criminosos do partido presos por assaltos ao patrimônio público, esse comportamento deve ser um arrebatamento de heroísmo. É o que se deduz na exaltação de bandidos pela juventude petista, um dos focos metastáticos do câncer da corrupção que corrói o organismo nacional.

Na análise das máscaras que impedem o olhar social como metáfora, como estudou nossa epigrafada, professora Claudia Cruz Lanzarin, cabe uma pergunta: Os petistas honestos (ainda os deve haver) reconhecem que foram enganados por João Paulo Cunha, Delúbio, Dirceu, Genuíno e Vaccari?

Será que há alguém neste País que honestamente acredita que os hierarcas do PT roubaram dinheiro público em nome de um ideal? Será que a subtração de valores nas verbas ministeriais e o recebimento de propinas foram feitos pelo bem do Brasil?

O certo é que se popularizou no País a sentença reconhecendo que quem apóia um bandido, não o faz ideologicamente, mas se acumplicia com ele.
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TENHO NOJO

Por Waldo Luís Viana*
 Tenho nojoDe ver meu país solapado por bandidos em todos os quadrantes, tranquilamente ciosos de que ficarão impunes;Tenho nojoEm abrir os jornais, ouvir rádio e ver televisão todos os dias e perceber a mídia valorizando a ação de criminosos, estupradores, serial killers, agiotas, traficantes e milicianos – todos irmanados proficientemente em emprestar a “audiência da desgraça” a esses veículos;Tenho nojoDesses políticos que resolvem visitar os sítios de enchentes e tragédias, trajando seus sapatos italianos e ternos franceses, desembarcando de helicópteros e prometendo verbas, mundos e fundos que jamais chegarão de fato aos desabrigados;
Tenho nojo
De nossa “presidenta”, ex-guerrilheira, lamentando farisaicamente a morte de inocentes em delitos terroristas, quando no passado os tramava, condenando outros inocentes e planejando tocaias, assaltos a bancos e a cofres privados de políticos;
Tenho nojo
Do antecessor da “presidenta”, um dos homens analfabetos mais venais e sem caráter desse país e das elites que o financiaram e que impedem a polícia de prendê-lo e pagar por seus crimes;


Tenho nojo
Do partido que está no governo, que só intenciona permanecer no poder, e a qualquer custo, manobrando o Erário, aparelhando as estatais e permitindo a pior onda de corrupção jamais vista nesse país;
Tenho nojo
De nossos empreiteiros, dinâmicos em aditivos, superfaturamentos e em bancar por propinas ocultas toda a máquina de corrupção que infesta a nossa miserável política;
Tenho nojo
Da maioria expressiva de nossos deputados, fiéis canalhas e vendedores de virtudes públicas, que só desejam fazer caixinha para as próximas eleições, roubando pra se eleger e se elegendo pra roubar;
Tenho nojo
Do chamado poder Judiciário, tão lento para fazer justiça aos pobres e lépido e compreensivo para julgar os ricos, permitindo toda a sorte de recursos e chicanas. Os togados adoram prender pretos, pobres e prostitutas, trabalhando em seus ricos palácios e conseguindo dormir sem culpa;
Tenho nojo
Desses pastores televisivos, travestidos de arautos de Deus e Jesus, ofendendo a fé pública, roubando os pobres através de dízimos e ofertas, além de oferecer a salvação a todos que acreditem que eles podem expulsar demônios. No entanto, eles são bastante coniventes e conformados com os demônios que mandam aqui, porque lhes dão benesses e concessões de TV e rádio em troca de votos;
Tenho nojo
Dos slogans mentirosos, lançados pelo governo, sugerindo a salvação da Pátria pela educação e saúde, quando sabemos que são ramos deficientes e vergonhosos de nossa Nação, desespero de seus habitantes e motivo de chacota pelas nações realmente desenvolvidas;
Tenho nojo
Dos militares da ativa, que dizem que amam o Brasil acima de tudo, mas ficam caladinhos e silenciosos, aguentando todos os estupros de gestão no país e em suas respectivas Armas, esperando ir para a reserva e aí, então, garantidos nas aposentadorias, ver devolvidos os próprios cérebros e convencer os pobres civis de que detêm alguma opinião e “acendrado” patriotismo;
Tenho nojo
De ver uma população conformada, a cada assassinato torpe, exigindo justiça para sair em telejornais, e aceitando todas as sevícias sem dar um pio, sempre esperando que surja um otário qualquer à frente de alguma revolta para oferecer o próprio pescoço e aguardando, como ovelhas, o próximo escândalo;
Tenho nojo
De ver o povo maltrapilha e tutelado, acreditando que é o bolsa-família a salvação de seus males e que qualquer coisa diferente do partido que está no governo lhes tomará de fato o pobre benefício;
Tenho nojo
De ser obrigado a ouvir, durante a semana, o pavoroso programa “A Hora do Brasil”, serviço chapa-branca do governo, ocupado em desfilar os feitos de ficção em que só os imbecis acreditam;
Tenho nojo
Dos jornalistas e artistas que se vendem em troca de dinheiro, distorcendo a realidade e se calando diante dos desmandos que desfilam sob seus olhos, em troca de viagens a Paris e moradia em prédios de luxo;
Tenho nojo
De nossos médicos burgueses, que só querem viver em centros urbanos e obter ganhos de clientes abonados e que permitem que o país seja invadido por escórias estrangeiras de falsos médicos;
Tenho nojo
De nossos advogados dinheiristas, que se especializam em defender delinquentes poderosos, em troca de polpudos honorários, porque na verdade não acreditam na Justiça, considerando-a apenas um objeto de lucro relativo;
Tenho nojo
Dos carcereiros de nossas penitenciárias que libertam os apenados nos fins de semana, desde que estes lhes tragam dinheiro e sustentem por fora uma cota extra;
Tenho nojo
Dos policiais que recebem propinas nos mais variados negócios escusos e que matam o pobre povo desvalido, registrando autos de resistência, na certeza de que escaparão ilesos e sem nenhum problema com as suas corregedorias;
Tenho nojo
Dos eleitores que aceitam dentaduras, pares de sapato e outros benefícios passageiros, vendendo o seu voto e o futuro de seus filhos. Essa escória, a propósito, adora corrupção, admira os políticos ladrões, lamentando não poder roubar com a mesma eficiência. A propósito, a corrupção está no DNA do brasileiro: quanto mais ladrão, mais querido;
Tenho nojo
Das mulheres que falam em eliminar agressões masculinas, reivindicam direitos e princípios feministas e aceitam de bom grado que suas companheiras vendam o corpo para utilização comercial e sonhem com casamentos milionários em troca da própria prostituição;
Tenho nojo
Dos homossexuais que pretendem que os heterossexuais não tenham direitos equivalentes e que no fundo desejam que todos adiram às suas práticas sodomitas;
Tenho nojo
De apresentadoras de programas infantis, que convidam crianças a se tornarem adultas antes do tempo e copiem a sensualidade dos adultos, destruindo a infância e o crescimento sadio de meninos e meninas;
Tenho nojo
Dos que alardeiam que roubam porque antes os outros fizeram o mesmo, como se um erro justificasse outro...
E, finalmente, tenho nojo de saber que esse país não tem conserto e que tudo vai ficar assim mesmo, sempre esperando a próxima atração.

*Waldo Luís Viana é escritor, economista e poeta, pedindo desculpas por ir à farmácia comprar um plasil...








extraídadeaverdadesufocada

Aqui ainda há um país

VALENTINA DE BOTAS
Cadê o Brasil? A sombra dele esteve na decisão do Congresso para manter Delcídio Amaral no lugar certo. Chocada, eu? Não. Experimento a repulsa serena, sedimentada, resoluta, curável apenas com o banimento do PT da vida pública, com a prisão do jeca mentor da inédita degeneração – pública e a olhos vistos, privada e íntima com família e amante no meio, pessoal com a história vitoriosa arruinada pelo caráter miserável – e o impeachment de Dilma Rousseff, a mulher honrada que já escolheu o substituto de Delcídio na liderança do governo: Wellington Fagundes, que responde no STF por peculato e está envolvido no escândalo dos Sanguessugas.
A culpa da luxuriante escalada da corrupção sob o lulopetismo não é do capitalismo, ao contrário do que bradam os-seres-humanos-muito-gente (aqueles que desenham corações no ar ou mandam – que aflição! – um beijo-no-seu-coração), uma gente maçante, tristinha com a ganância-do-grande-capital. Ora, o grande-capital vai muito bem em ditaduras de esquerda que, reza a lenda, são antagônicas ao capitalismo e ao grande-capital.
Também tem lucro certo quando se associa aos donos de grotões africanos e a caudilhos latino-americanos que, entre o autoritarismo de esquerda e o de direita, deleitam-se com ambos. Para facilitar a vida dos cafajestes, aqui inexiste um corpo são e mente sana de leis que igualem todos perante o poder econômico e o político. Não é coincidência, em países civilizados, coexistirem um sólido estado de direito democrático e uma robusta economia capitalista.
Por aqui, as estocadas do lulopetismo na democracia se deram aos poucos, com recuos estratégicos, mas garantindo a promiscuidade entre o público e o privado; a impunidade por ideologismo ou elitismo cooptado; perpetuando o assalto para se garantir no poder para perpetuar o assalto. Vertiginoso. O amálgama dessas mazelas se escancara no ativismo delinquente de Delcídio Amaral revelado por Bernardo Cerveró – no circuito completo de canalhices lulopetistas partindo do Executivo (idealizador), passando pelo Legislativo (executor), infectando o Judiciário (garantidor), chegando aos capitalistas (copatrocinadores junto com a sociedade).
Demonstração gráfica da desenvoltura obscena com que o regime se vê na potência e no direito, só realizáveis no primitivismo, de tudo e todos se apossar. Para combater oposições às reformas de que o Brasil tanto precisa? Ora, indiferente aos brasileiros, o lulopetismo fez reformas com o grande-capital no sítio e no apartamento do jeca. E oposição, o regime só teve dos brasileiros representantes de si mesmos que insistem em não desaparecer.
Irremediavelmente cínica, a súcia talvez continue culpando o grande-capital aliado dela ou a mídia, em vez de reconhecer que, na exposição de outra porção do intestino perfurado do bando, a denúncia de Bernardo – diferente de certa Bia – mostra que a falta de limites tem limites e dá um aviso. Sobrevivendo ao abuso dramático de 13 anos contra desde intangíveis valores morais até a concretude de 280 mil desempregados neste ano, quando um filho escolhe a lei para resgatar o pai, o país espraia a sombra sobre os cafajestes para lhes dizer: ei, aqui ainda há um país.





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