por Percival Puggina.

A assim chamada classe política, há muitos anos, vem perdendo
prestígio. Não é para menos. Os espaços de decisão nos parlamentos foram
gradualmente sendo tomados de assalto por pessoas e grupos que conferem
caráter criminoso a essa atividade. No sentido amplo da palavra -
note-se - criminosos na vida pública não são apenas aqueles que se valem
de métodos ilícitos para ascender na escalada financeira ou política.
São-no igualmente os que usam de seu poder de decisão cuidando
exclusivamente do interesse próprio, ou acovardando-se ante grupos de
pressão, ou negociando apoios em troca de votos contra o bem comum. O
crime que estes últimos cometem, embora não esteja capitulado em lei
alguma, ofende a moral e exerce sobre o erário efeito mais devastador do
que a corrupção. Seria ainda maior a insatisfação contra os políticos
se os eleitores prestassem atenção à insensata criação de despesas, à
concessão de privilégios a alguns às custas do que é de todos e ao pouco
caso de tantos homens públicos para com seus deveres funcionais.
À sombra dessa realidade, prospera entre os eleitores uma rejeição
"aos políticos" que se faz acompanhar, por vezes, da decisão de não mais
votar. "Já me desiludi com tantos!", exclamava-se recentemente um amigo
com quem conversava sobre isso. Aquela frase levou-me a uma reflexão
que, em seguida, me trouxe às linhas que agora escrevo. Pus-me a listar
os candidatos a cargos legislativos nos quais votei ao longo dos anos,
até onde a lembrança alcançava. E - surpresa! - não encontrei uma única
razão para arrependimento. Alguns se elegeram, outros não, mas todos
tinham e mantiveram as qualidades que me levaram a lhes conferir
confiança e voto. Aliás, em eleições parlamentares (deputados estaduais e
federais, e vereadores), nunca me faltaram bons nomes em quem votar. O
que muitas vezes faltou a tantos deles foram votos para obter o mandato
que buscavam. Eu tinha um voto para dar e alguns a orientar, mas para os
demais candidatos não tinha o que fazer.
Não tinha o que fazer,
até hoje. O Brasil precisa que deixemos de lado a inibição. Entre as
muitas coisas de que a nação carece, de que a vida pública está a
exigir, estão muitos desses homens e mulheres que, por falta de voto,
frustram suas vocações enquanto, na mesma proporção, a representação
política perde qualidade.
O motivo pelo qual nunca me arrependi
dos votos que dei está no fato de sempre os haver direcionado para
pessoas cujos princípios, valores, ideais e convicções conhecia e
compartilhava. A finalidade deste artigo, então, é disponibilizar
pequena lista de candidatos que integram meu círculo de relações com
proximidade e convivência. São pessoas nas quais eu votaria se tivesse
vários votos a dar. Obviamente, existem muitos bons nomes nas listas de
diversos partidos. Alguns, inclusive, são pessoas que conheço, mas com
as quais mantenho um nível menor de relacionamento.
Os primeiros
listados a seguir por ordem alfabética são membros do grupo Pensar +,
candidatos a prefeito e a vereador de Porto Alegre, e têm o apoio do
grupo. A prefeito: Fábio Ostermann e Nelson Marchezan. A vereador:
Fernanda Barth, Felipe Camozzato e Ricardo Gomes. Também concorrem, e os
destaco como merecedores de confiança: Fernando Coronel, João Carlos
Nedel e Mônica Leal.
Os espaços da política são inóspitos às
pessoas de bem. Por isso nos faltam estadistas. Então, quando pessoas
assim se dispõem a atuar nesses ambientes, o melhor que podemos fazer é
apoiá-las de modo decidido para que alcancem os votos necessários. Faça
isso você também, esteja em que recanto deste país estiver. O Brasil
precisa tanto dos bons quanto de livrar-se dos maus.
extraídadepuggina.org
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