por Tito Guarnieri.
Na oposição, o PT botava a boca no trombone e batia o bumbo, ao menor sinal, à menor suspeita de que alguém tenha lesado os cofres públicos. Cada petista era um implacável Sérgio Moro – que tanto detestam - no rigor com que eles denunciavam os desmandos, as malversações, o roubo. Os corruptos tremiam de medo. O PT era o partido da tolerância zero com as maracutaias, a palavra mágica que Lula cunhou e a companheirada adorava pronunciar – antes de se tornarem especialistas na matéria.
No governo, como se tivessem chegado com a sede de quem atravessou o deserto, foram ao pote. E que sede, companheiro, que sede! Em meses, já estava organizado o mensalão, que acabou levando à cadeia a alta cúpula partidária, ícones e heróis como José Dirceu e José Genoíno. Começou então a saga dos tesoureiros do PT, cargo de alta periculosidade. Depois de Delúbio Soares, agora é a vez de João Vaccari Neto e Paulo Ferreira curtirem uma cana.
A prisão dos tesoureiros do PT mostra que a teoria da organização criminosa não é nenhum preciosismo legal ou exagero. Parece que no caso dos outros partidos, como o PP e o PMDB, os malfeitos eram no âmbito individual. No caso do PT, acontecia na pessoa jurídica, com CNPJ e tudo.
Por muito pouco, o primeiro governo Lula não terminou logo na primeira aventura no ramo dos assaltos aos cofres públicos. Mas era apenas o começo. Já estava em curso a organização de uma rede criminosa ainda mais sofisticada, o Petrolão.
Que ninguém afirme que o PT foi incompetente em tudo, porque o partido era (e ainda é) imbatível em “construir a narrativa”, essa vigarice de carimbar uma versão de sua conveniência como verdadeira e definitiva. Assim o PT, na mesma hora em que acusava os adversários de privatizar a Petrobras, cuidava de transformar a estatal num covil de ladrões, de modo a servir unicamente os seus próprios interesses, e dos aliados como o PMDB e o PP. No rolo compressor, não faltou quem tenha embolsado por fora o pró-labore particular, pelos serviços prestados ao partido.
Na escalada da bandalheira, não há balaio que abram de onde não saiam, grudados, caranguejos, moluscos, cobras, lagartos, e toda a fauna que de algum modo simbolize a linha de montagem da corrupção, o ataque sistemático, de mão leve e de mão pesada, ao ervanário público.
E não passa dia que não se abra um novo baú, como agora dos fundos de pensão das estatais brasileiras. Faz tempo que a turma mama na Petrus, Previ, Funcef e Postalis. Vem chumbo grosso por aí. Desde o governo FHC que o PT deita e rola no pedaço.
No ínterim, não me convidem para qualquer ato de “Fora Temer”. As oposições de agora, no seu papel, gritam nas ruas, usam camisetas e até sandálias com a inscrição “Fora Temer”. Mas “Fora Temer” para quê? Para a volta da ladroagem? Me incluam fora dessa.
extraídadepuggina.org
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