Carolina Brígido - O Globo
Investigados responderão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
A
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) abriu nesta terça-feira
ação penal na corte para investigar suposta participação da senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR), do marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, e
do empresário Ernesto Kugler no esquema de desvios de dinheiro da
Petrobras. Por unanimidade, o colegiado aceitou a denúncia apresentada
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra os três – que
foram transformados em réus. A decisão foi unânime, com os votos dos
ministros Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no tribunal, Dias
Toffoli, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e Gilmar Mendes.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
STF abre ação penal contra o casal Gleisi-Paulo Bernardo, que vira réu na Lava-Jato
Os investigados responderão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a denúncia apresentada ao STF em maio, Paulo Bernardo pediu R$ 1
milhão ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para irrigar a
campanha de Gleisi ao Senado em 2010. O dinheiro teria sido entregue por
um intermediário do doleiro Alberto Youssef a um empresário chamado
Ernesto Kugler, ligado ao casal. A quantia teria sido repassada ao casal
em quatro parcelas de R$ 250 mil.
— Nesse contexto de corrupção sistêmica dentro da Petrobras, a denúncia
apontou que Paulo Bernardo, em função do cargo de ministro do
Planejamento, usando sua posição de destaque no governo federal, pediu
R$ 1 milhão a Paulo Roberto Costa para financiar a campanha de sua
mulher, Gleisi Hoffmann — afirmou Teori
O relator explicou que, para aceitar a denúncia, não é necessário haver
provas cabais no processo, mas apenas indícios de que os crimes
ocorreram. Depois, ao longo da ação penal, as apurações seriam mais
aprofundadas, para se verificar se os investigados cometeram os crimes
ou não.
— A descrição fática da denúncia, aliada aos indícios descritos, revelam
nessa fase, em que não se exige juízo de defesa, material necessário ao
recebimento da denúncia — declarou o ministro.
Gleisi foi ministra da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff entre
junho de 2011 e fevereiro de 2014. Durante o processo de impeachment, a
senadora foi uma das vozes mais eloquentes na defesa da petista. Paulo
Bernardo foi ministro do Planejamento no governo Lula, de 2005 a 2011, e
das Comunicações já no governo Dilma, de 2011 a 2015.
A suposta participação do casal na Lava-Jato surgiu nas delações
premiadas de Youssef e de Paulo Roberto. Em seguida, veio a delação do
advogado Antônio Carlos Pieruccini, que detalhou como o dinheiro foi
repassado para a campanha da petista. Em depoimento ao Ministério
Público Federal, Pieruccini afirmou ter transportado R$ 1 milhão de São
Paulo para Curitiba, a pedido de Youssef. O doleiro teria dito que a
destinatária final do dinheiro era a campanha de Gleisi.
Pieruccini disse que as entregas ocorreram em uma sala de propriedade de
Ernesto Kugler, localizada shopping de Curitiba. Pieruccini teria
levado uma caixa lacrada com a inscrição “P.B./Gleisi”. Ainda segundo
Pieruccini, Kugler contou as notas, em um total de R$ 250 mil e disse
que o valor “não dava nem para o cheiro”. Teriam
0 comments:
Postar um comentário