MERVAL PEREIRA O Globo
Será
divulgado nos próximos dias estudo sobre o comportamento do PIB
brasileiro na era petista, comparado ao que aconteceu no resto do mundo,
realizado por pesquisadores do Instituto Teotônio Vilela, órgão de
estudos e projetos do PSDB. Um dos pesquisadores, André Lacerda, destaca
que “esta é a primeira vez em que se mostra, de forma quantitativa, e
objetiva, como de fato o crescimento brasileiro ficou muito para trás
nos anos dos governos do PT”.
Oque era uma característica nos
anos Lula, se acentuou no governo Dilma, quando, segundo o estudo, o
Brasil caiu para a 172ª colocação entre 189 países. As conclusões, a
partir de cálculos do estatístico Gustavo Carvalho, da UFMG, sob a
coordenação de Lacerda e do também pesquisador Fabiano Lana, baseiam-se
sempre em dados oficiais, de organismos como o FMI e a Eurostat.
Do
IBGE veio a série por setores e subsetores da economia brasileira que
mostra que em todos eles, com exceção das exportações, encolheram com
Dilma. A conclusão do estudo, na parte referente ao crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao mundo na era PT, é de que “o
resultado joga por terra o argumento de que o PIB do Brasil vai mal
porque o resto do mundo também vai”.
Com crescimento acumulado de
apenas 1% desde 2011, nos seis anos de governo Dilma, o Brasil ocupa a
172ª posição num ranking de 189 países, destaca o documento do Instituto
Teotônio Vilela, que ressalta, porém, que “desde a ascensão do PT ao
poder, o desempenho brasileiro ficou muito aquém da média global e de
economias próximas ou similares à nossa”. Para chegar a essa média, o
Instituto Teotônio Vilela utilizou a previsão oficial de 2016 de um
crescimento negativo do PIB de 3,3%, considerando que o resultado é “uma
herança maldita” ao governo Temer.
O estudo teve por base a
divulgação dos resultados do PIB até o segundo trimestre deste ano, o
último com o país ainda sob o comando de Dilma Rousseff, para realizar
um balanço das gestões do PT na economia, e chegou à conclusão de que,
em termos de renda per capita, o PIB já caiu 16% em apenas três anos,
conforme projeção feita pelo Ministério da Fazenda.
“Estima-se
que apenas no início da próxima década este indicador recuperará o nível
de 2013. Serão, portanto, quase dez anos perdidos”, afirma o documento
do Instituto Teotônio Vilela. A produção de bens e serviços voltou ao
patamar registrado no último trimestre de 2010, com recuo acumulado de
8%, “cinco anos e meio perdidos, o que equivale a todo o período em que
Dilma governou o país”.
Segundo o estudo, colaboram para o
empobrecimento geral da população brasileira o “desemprego recorde e a
inflação, que corrói salários e encarece os preços de alimentos e
serviços”.
Quando o cotejo é feito com outros países, o
desempenho de nossa economia nos últimos anos “torna-se vexaminoso”,
segundo o documento. Desde a ascensão de Dilma ao poder, o crescimento
do PIB é 0,17% ao ano, para uma população que cresce, vegetativamente,
0,9% no mesmo período. O resultado coloca o país, considerando o período
2011-2016, em penúltimo lugar entre os dez países da América do Sul e
em 18º lugar na comparação com as 19 economias latino-americanas. A
Venezuela é a última colocada nos dois casos.
O estudo destaca
alguns exemplos de países que cresceram mais que o Brasil no período:
enquanto crescemos 1% nos últimos seis anos, países como a Índia
avançaram 49%, o Panamá, 55%, o Peru, 31% e o Chile, 22%, “todas
economias com perfis similares ao do Brasil e supostamente, se o
discurso oficial petista tivesse algum pé na realidade, enfrentando a
mesma ‘crise internacional’ que a economia brasileira deveria estar
enfrentando, com preços de commodities mais baixos e dificuldades para
exportar”.
Desde 2011, o crescimento mundial médio alcançou quase
23%, o da América Latina superou 12% e a das economias sul-americanas
bateu em 9%. Mas o estudo do Instituto Teotônio Vilela destaca que
“mesmo no tempo das vacas gordas do boom das commodities, a economia
brasileira teve desempenho pior que o de suas concorrentes”.
Levando
o período de análise para os 14 anos de administração petista, o Brasil
crescia relativamente bem menos que o resto do mundo, ressalta o
estudo. Entre 2003 e 2016, a expansão geral do PIB nacional foi de 39%,
novamente o segundo pior da América do Sul, o 16º na América Latina e o
137º em todo o mundo. Nesse período mais longo, o crescimento mundial
acumulado foi de 71%, o da América Latina, de 55%, e o da América do
Sul, de 58%.
extraídadeavarandablogspot
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