O Estado de S.Paulo, Fórum dos Leitores, Sandro Ferreira, Ponta Grossa PR
Desde o dia em que Dilma Rousseff instituiu a obrigatoriedade de
todo o seu staff, correligionários e visitantes se dirigirem a ela como
“presidenta”, desconfiei que algo de muito ruim estava por vir.
Afinal, essa exigência, além de tosca, demonstrava que a
presidente não tinha sequer noção da dimensão da liturgia que seu cargo exige.
Igualmente patético foi ver dezenas de jornalistas usando esse termo bisonho,
desnecessário, infantil, evidência de personalidade mal resolvida.
Quem dera, contudo, que essa fosse a única atitude exótica de
Dilma. Infelizmente para o Brasil, logo nos primeiros meses de seu mandato a
presidente já nos deixou patente que suas capacidades pessoais eram diametralmente opostas às que lhe foram atribuídas por seu
criador e antecessor, o Lula, e propaladas pelo marqueteiro João Santana na
eleição de 2010, quando o País ainda não conhecia muito bem a tal “gerentona”
cuja “genialidade” era então comparada à de Steve Jobs. Muitos acreditaram na
blasfêmia eleitoreira, até que a máscara caiu.
A certa altura do seu primeiro mandato, Dilma chegou a bater
recordes de popularidade, com quase 80% de avaliação ótima/boa. Com tristeza,
eu, que estava entre a minoria absoluta de ruim/péssimo, tentava entender o que
de tão extraordinário os brasileiros viam em alguém que tinha 39 ministérios,
alinhava-se a governos ditatoriais mundo afora, afrontava o setor produtivo
nacional, dava pitos em subalternos publicamente, pregava um Estado onipotente,
afrouxava o controle da inflação, investia em Cuba, na Venezuela e no Equador,
além, é claro, de proferir discursos absolutamente sem nexo, coerência e
cuidado com a língua pátria.
Parecia-me que o País estava sofrendo um apagão mental coletivo.
Cheguei a temer que fosse eu quem estava alienado da realidade. Mas o tempo me
provou que não.
Hoje, Dilma virou piada, meme, chacota, com suas indecifráveis ideias. Da mandioca como grande conquista da
civilização brasileira à mulher sapiens, ela superou Lula, haja vista que,
apesar de falar tolices a rodo, ele não delira tanto.
Em 2011 Dilma pegou um país com inúmeros problemas, mas ainda
tínhamos um potencial invejável perante o mundo. Depois de cinco anos sob sua
batuta, o Brasil piorou em todos os aspectos. E a queda não foi pequena.
Para uma economia do porte da brasileira o tombo foi avassalador e
levará tempo considerável para se reerguer àquele nível novamente.
Incompetência, roubalheira, soberba, cegueira, ideologia,
teimosia, dissimulação, submissão ao criador, enfim, foram muitos os motivos
que levaram Dilma à situação em que se encontra, na iminência de ser deposta
por um processo de impeachment, que, diga-se, é legal e necessário para
o bem do País.
Entretanto, para evitar conflitos sociais, mais prejuízos à
economia e encerrar seu mandato com um mínimo de dignidade, seria melhor a
presidente renunciar. Ou terá o mesmo epílogo de Fernando Collor: a lata de
lixo da História.recebideumamigoleitordoblog
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