MIRANDA SÁ -
“Eu já entro na lapinha (bis)/ Pois não me posso conter (bis)/ Que a sua formosura/ Enche de gozo e prazer (bis)” (Folclore)
Chegando
ao período das festas natalinas, queiramos ou não, por religiosidade ou
encantamento pelo folclore, vivemos o período dos presépios, sua
devoção e a teatralidade das populares “lapinhas”.
A
linda apresentação das lapinhas tem origem nos antigos “autos”
portugueses representados em homenagem ao nascimento de Jesus; chegaram
ao Brasil como “pastoris”, trazido pelos emigrantes dos Açores, Cabo
Verde e Ilha da Madeira.
O
grande (em tudo) Câmara Cascudo trouxe nas suas pesquisas o porquê do
nome lapinha, denominação regional nordestina. Lapinha, pequena lapa,
sinônimo de gruta, mitologicamente escolhida por José e Maria para o
nascimento do Cristo.
A
encenação consiste na atuação de dois grupos de moças diferenciadas
pela vestimenta azul ou encarnada, cores dos mantos de Nossa Senhora e
Nosso Senhor. Os cordões louvam uma ou a outra entidade santa.
Na
apresentação desses dramas litúrgicos há um coro formado por várias
pastoras e personagens que cantam em solo os motes da cantoria. Há
variantes, mas os figurantes mais conhecidos são Mestra, Contra Mestra,
Diana, Cigana, Anjinho, Camponesa, Estrela e Borboleta.
Os
temas sacros apresentados na exibição teatral trazem muitas vezes
improvisações com desafios ao contendor semelhante do outro cordão, que
responde no mesmo tom. Conforme os aplausos e as contribuições em
dinheiro para um ou outro fazem hastear a bandeira do vencedor.
Por
isso, a competição cria grande rivalidade entre os torcedores… Ouvi a
tempos em Guarabira, capital do Brejo Paraibano, a curiosa passagem (não
sei se verdadeira ou invenção) de um rapaz chamado Dedé que vendeu uma
propriedade para ir estudar em São Paulo.
Na
noite anterior à viagem, Dedé foi assistir uma Lapinha para torcer pela
Diana do cordão azul por quem era apaixonado. Lá pras tantas, a Diana
do cordão encarnado fez um verso humilhante à rival do cordão azul. Dedé
ficou furioso; gritou incentivando a sua predileta e deu a ela um dote
vultoso para época, o total recebido pela venda do sítio… E viu-a sorrir
durante toda noite com a bandeira azul no alto…
O
Brasil virou uma grande lapinha com o fim do idealismo e o desprezo dos
partidos pela ideologia. Aqui não se estuda nem se vota por princípios
ou programas, a opção é entre o cordão azul ou encarnado.
Alguns
idiotas – devem ser aqueles “trabalhadores” que não trabalham ou
“estudantes” que não estudam – fazem questão de nos apontar como tucanos
quando denunciamos e combatemos a corrupção dos pelegos lulo-petistas.
Para eles não há outras alternativas: ou se é do PT ou do PSDB. Na sua
estreiteza, pensam que tal polarização lhes favorece.
Imagina-se
que há certas táticas encucadas na pequena, mas fanatizada militância
petista. É uma lavagem cerebral do aderente lumpemproletariado com o
conceito do “dividir para reinar”, tema, aliás, estudado na sociologia e
nas ciências políticas.
Trata-se
de ações para romper estruturas na base social e impedir que frações
diferentes se aproximem para exercer o poder graças à divisão e à
discórdia das bases políticas e sociais.
Fazem
isto usando indevidamente o “politicamente correto”. Atiçam ódio nas
igrejas evangélicas contra o catolicismo, e usam padres ideologizados
para investir contra o protestantismo; conseguiram criar um racismo
primário jogando pretos contra brancos e vice-versa; chegaram ao cúmulo
de criar divergência entre nordestinos e sulistas…
Parece
que estando em guerra, seguem o estrategista chinês Sun Tzu ou, na
política, lembram o pensador florentino Nicolau Maquiavel… Que nada! São
analfabetos. São pelegos corruptos; mas justiça se lhes faça, hábeis no
manobrismo que turva a mente dos inexperientes e encobre os seus
propósitos dos desavisados.
É preciso tomar cuidado com eles. Agora tramam a volta do famigerado imposto do cheque para engordar o caixa 2 do PT. Chega!
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