Carlos Chagas
Os números não batem, pois os adversários do governo dizem ser 32 mil. Para os detentores do poder, são 25 mil em todo o país. Fala-se da quantidade de funcionários públicos admitidos no início de cada governo por simples canetadas, sem concurso, nos diversos patamares da máquina federal. Vão desde ministros a servidores de cafezinho, de diretores a assessores, advogados, datilógrafos, ascensoristas, contínuos e motoristas da administração direta, das empresas estatais e das associações sob o controle governamental. Todos nomeados em razão de laços partidários, familiares e de amizade, com salários bem acima do mercado, além de facilidades variadas.
Muitos com capacidade comprovada, outros nem tanto. Estes cumprindo horário, aqueles sem se preocupar em assinar o ponto.
Tem sido assim através dos tempos e dos governos, a hora e a vez são do PT, como já foram do PSDB, do PMDB e de velhos partidos. Há os que trabalham e os que esvoaçam. Um denominador comum os une: entraram pela janela, boa parte permanecerá, outra será substituída após novas eleições. São vícios da política, costumes que vem de tempos imemoriais.
PROFUNDA INJUSTIÇA
Todo esse preâmbulo se faz por conta de uma profunda injustiça que acaba de ser praticada pelo governo dos companheiros. A fim de cortar gastos e evitar a bancarrota, mas preocupada em manter os privilégios, Madame mandou anunciar o cancelamento dos concursos públicos federais durante todo o ano de 2016. Atinge-se precisamente a banda boa da máquina administrativa. Cargos mais do que necessários não serão preenchidos, em nome da economia, ainda que as sinecuras permaneçam, apesar das promessas. Nomear correligionários sem maior qualificação continuará permitido, mas proíbe-se a ocupação de funções imprescindíveis com gente competente, admitida por concurso. Conforme o ministério do Planejamento, são 28 mil vagas. Não haverá renovação em repartições essenciais e em atividades fundamentais.
Ninguém defende a degola de quem trabalha, mesmo devendo sua nomeação a pistolões ou jeitinhos. Em se tratando da opção, porém, entre a competência e o favorecimento, que pelo menos o governo mantivesse os concursos e proibisse as substituições por meios escusos. Prejudicada será a administração pública.
extraídadetribunadainternet
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