Com Blog do Felipe Moura Brasil - Veja
Dilma Rousseff só tem o apoio formal de 159 dos 513 deputados, segundo o Datafolha.
Para atingir os 172 votos necessários para barrar o impeachment ainda na Câmara, ela precisa de mais 13.
Os parlamentares pró-impeachment conseguiram arrebanhar 215 votos.
Precisam de mais 127 para atingir os 342 necessários para derrubar
Dilma.
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A decisão está nas mãos de 138 parlamentares, que ainda não se definiram ou não responderam à pesquisa.
Pode parecer que Dilma está mais próxima de se salvar nesta etapa do que
o contrário, mas, se o vice-presidente Michel Temer vencer a disputa
interna no PMDB, a esperança é de que os deputados dos demais partidos
venham correndo apoiá-lo, especialmente se o agravamento da crise for
tão profundo a partir de março, como todos esperam.
Para acelerar esse processo, a ala pró-impeachment do PMDB tem usado
um material de campanha do líder da bancada, Leonardo Picciani, quando
apoiou o senador Aécio Neves para a Presidência da República.
Picciani dizia, na propaganda revelada pela coluna Radar, que o Brasil ” não aguenta mais quatro anos nas mãos erradas”.
“O que nos move é a vontade de ter esperança”, dizia o agora fervoroso
dilmista, abraçado a Aécio num anúncio em que ainda dizia que o tucano é
“ético e competente”.
O material é usado para provar o óbvio: que Picciani mudou de lado devido a cargos no governo e liberação de emendas.
É duro imaginar que um apelo moral funcione com governistas do PMDB,
ainda que a imagem já desgastada do partido esteja em jogo também. Temer
sabe que seria mais fácil garantir cargos e emendas do eventual governo
à rapaziada.
Já Aécio Neves, em entrevista à Folha, disse o seguinte:
“Apoiamos o impeachment porque estamos convencidos de que a presidente
cometeu crimes que o justificam, mas, acontecendo o afastamento e
assumindo o vice, passa a ser dele a responsabilidade de propor um novo
projeto. A posição da maioria do partido e a minha é de que não devemos
nem sequer pensar em cargos”.
“Isso não significa que vamos virar as costas para um eventual governo do vice”, acrescentou o senador.
O tucano Cássio Cunha Lima, considerando o recente golpe do STF que deu
todo o poder ao Senado para salvar Dilma, disse ao Globo:
“Com essa nova realidade, o processo de impeachment fica
indiscutivelmente mais difícil e o caminho do TSE será a salvação. Em
março e abril, a crise será muito mais aprofundada, e o país vai
precisar de uma saída via eleição e respaldada pela Constituição”.
Aécio naturalmente prefere a cassação e novas eleições, para as quais
todas as pesquisas o colocam hoje como favorito. Suas declarações contra
a ocupação de cargos no governo Temer se devem basicamente ao temor de
que José Serra, virando ministro do governo peemedebista, ganhe cacife
político para as eleições de 2018 e venha a derrotá-lo.
É duro imaginar que governistas como Maria Thereza, Luciana Lóssio
e Luiz Fux votem pela cassação, mesmo diante de provas incontestáveis de
uso de dinheiro roubado na campanha eleitoral, e que o STF golpista
deixe de acatar recurso do governo contra a decisão, mas, assim como o
avanço da Lava Jato sobre Renan Calheiros pode favorecer o impeachment,
os efeitos demolidores da operação sobre PT e PMDB podem tornar a
cassação possível, especialmente se Lula for preso.
No TSE, Temer tenta separar suas contas de campanha das de Dilma para
não cair junto com ela e, embora o tribunal jamais tenha separado contas
de integrantes da mesma chapa, o vice também torce para que os
ministros decidam evitar a derrubada consecutiva de dois presidentes em
nome da preservação da estabilidade das instituições.
Em 2015, Dilma derrubou o Brasil, mas o Brasil não derrubou Dilma.
Em 2016, o Brasil depende mais do que nunca da Lava Jato para se livrar dela.
extraídaderota2014blogspot
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