Jornalista Andrade Junior

domingo, 27 de dezembro de 2015

O desembarque do PMDB

Carlos Chagas

 Tudo indica estar o PMDB a um passo do desembarque. Com ou sem impeachment, mais provavelmente sem, a verdade é que Michel Temer prepara sua candidatura para 2018, certo de que com o PT não dá mais liga, quer dizer, os companheiros se desgastaram, perderam o apoio popular e estão esgotados. O governo Dilma carece da condição de dar a volta por cima e recuperar a economia. O Próprio Lula, mesmo se candidatando, dificilmente voltará ao Palácio do Planalto.
Ainda que sem peso eleitoral, o PMDB conta com razoável estrutura e vai para o que der e vier. Senão para a oposição, ao menos para a independência. Estará mais perto de Aécio Neves do que do Lula, desde que, é claro, PT e PSDB cheguem ao segundo turno.
Vale mais perder sete ministérios, agora, para ganhar outros, depois das eleições. Os tucanos tem consciência da necessidade de uma aliança com o PMDB para poder governar e manter maioria dos Estados, isolando o PT na oposição.
Assim está armado o tabuleiro para daqui a três anos, obviamente que sujeito ao imponderável. Mas Marina Silva, Ciro Gomes, Ronaldo Caiado, Jair Bolsonaro e outros nem certeza têm de chegar na reta final.
SEPARAÇÃO
A separação vem sendo anunciada desde que se iniciou a novela do impeachment e ganhou força desde que Madame começou a desconfiar de Temer, até como alguma razão depois da histriônica carta do vice para a titular. Trata-se de uma questão de tempo. agora cada vez mais curto. Ainda há gente, no PMDB, achando que é cedo demais, que deveriam aproveitar o poder por período maior. O problema é que o desgaste da parceria com o PT supera a vantagem de algumas nomeações e poucos negócios. Basta atender para as recentes pesquisas. Milagres vão acontecer, fica evidente serem pequenas chances de Michel Temer eleger-se presidente, mas, acoplado a Aécio Neves, poderá tornar-se o tijolo de sustentação da ponte para o futuro.
A convenção peemedebista está marcada para março. Inexistem sinais de que tanto a presidente Dilma quanto o PT não apostam um centavo na permanência da  aliança. Pelo contrário, fornecem argumento permanentes para o rompimento.








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