Valentina de Botas:
Petistas, congêneres e defensores insistem na mentira de que o governo Temer é ilegítimo, mas não disseram o mesmo sobre Itamar Franco, que assumiu depois da destituição de Collor. Sentiram-se vingados porque haviam perdido a eleição para o marajá caçador de marajás. O esquerdismo, na sua versão ressentida, expõe uma especialidade da idiotia latino-americana que culminou no bolivarianismo: o personalismo na política. Então, tudo é transformado em questões pessoais; é assim, por exemplo, que Lula toma como ofensa pessoal a dupla vitória de FHC sobre ele nas eleições presidenciais de 1990 e 1994. No Brasil, esse personalismo apresentou outra degeneração no oportunista populismo de gênero, com a ascensão de Dilma Rousseff. Com um carisma artificial, a ex-presidente forjou certo dilmismo e grassaram entre nós o getulismo, o lulismo, o malufismo e até o marinismo.
Publicidade
O nefando personalismo na recente política brasileira pariu um jeca que precisou de quase 40 anos de vigarice para instaurar o lulismo; uma parvoíce que em apenas 6 anos nomeia como dilmismo uma vertente da escória; e uma Marina que só precisou de duas campanhas para fazer florescer o marinismo. Sempre usando os pobres como álibi moral, escudo contra a lei e anteparo de críticas, é somente no culto secular a figuras antidemocráticas e medíocres, que os esquerzoides podem ainda defender o capitalismo estatista, o coitadismo, os fins justificando quaisquer meios, a vigarice intelectual para fraudar a história e convencer quem pensa pouco de que nos salvarão da direita má que quer exterminar direitos, do imperialismo americano que espreita nossas riquezas e da elite perversa que só quer, bem, continuar sendo elite perversa.
Me parece que esse personalismo, à parte demais deformações, nutre a permanente atitude belicosa de Dilma Rousseff que se vai prometendo guerra. Sabemos que para essa gente qualquer arma vale, mas não seria hora finalmente de pensar no país? De se dar conta de que o combate não prejudica Temer – que, de resto, nada fez contra ela –, mas o país? Não, a coisa é pessoal. Para escapar da merecida cadeia, talvez a mulherzinha se homizie em algum cargo de administrações petistas que lhe garanta foro especial, já que nesse “impeachment de coalização”, segundo uma definição perfeita que li em algum lugar, ela contou com a manobra espúria que lhe garantiu o direito de exercer cargos públicos.
Dilma deixa algumas lembrancinhas como as contas arruinadas, um país a ser reconstruído, o futuro adiado e a mais importante de todas: PT e congêneres nunca mais. Finalmente, passaremos a falar do futuro que temos para hoje: reforma, reforma e reforma – é isso o que nos colocará no século 21. Reforma, sobretudo, de mentalidade. Parabéns, ao Brasil que foi às ruas (nos domingos, sem depredar nada nem atrapalhar o cotidiano) esfregar na cara dos caras que essa primeira mudança já raiou no horizonte. O impeachment, esse lindo, é só o começo, mas o começo é por onde as coisas começam mesmo.
extraídadeacolunadeaugustonunesfeiralivreveja
0 comments:
Postar um comentário