parem com as promessas -
por Elio Gáspari
A doutora Dilma poderia começar o ano inovando: basta proibir que seus ministros prometam o que não entregaram. Por exemplo: se o PIB de 4% em 2012 não aconteceu, o doutor Mantega fica proibido de prometer qualquer coisa para 2013. Nesse caso, por mais que se suponha um "levantador de PIB", deve-se reconhecer que o cumprimento da promessa não depende apenas dele ou da doutora. Em outros casos, ou depende e o governo não conseguiu fazer, ou sabia desde o primeiro momento que estava apenas parlapatando.
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Por exemplo: em 2011 o então ministro Fernando
Haddad prometeu pela segunda vez a realização de duas provas do Enem em
2012. Com dois exames a garotada fica livre da tensão de jogar um ano de
vida numa manhã. Em janeiro passado, ao renegar a promessa do ano
anterior, a doutora Dilma disse que o governo tomaria jeito em 2013.
Nada. Ela e seus ministros sabem que, enquanto o MEC não tiver um banco
de questões, as duas provas serão impossíveis. Ele não o tinha nem o
tem. Basta não prometer.
Em janeiro, ao
conceder benefícios fiscais à empresa Foxconn, o governo anunciou que
ela produziria iPads e iPhones no Brasil "a preços competitivos
internacionalmente". Nada. A empresa já fabrica iPads em Pindorama, e a
Apple os vende a R$ 1.349. Na loja americana custam US$ 399, ou R$ 800.
Nesse caso, os impostecas sabem que, enquanto não mexerem na tributação
nacional, os preços das máquinas continuarão altos. (Até hoje não
apareceram os US$ 12 bilhões de investimentos da Foxconn no Brasil,
anunciados em 2011 durante a visita da doutora a Pequim.)
Em
dois projetos, contudo, a doutora deve ser louvada por prometer e não
entregar, porque se tentar será pior. Um é o da compra de caças para a
Força Aérea. O outro é o Trem-Bala.
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