Tenho uma série de textos muito interessantes, alguns chegam a confundir com a realidade, mas são de uma leitura fantástica. Não tenho o autor, mas peço licença para poder dividir com os amigos leitores do blog.
A magrinha e a baixinha estavam no trem, quando a primeira
cutucou a segunda e comentou:
– Menina, não olha agora! Mas tem um cara que não tira os
olhos de mim!
A baixinha era curiosa:
– Adonde, adonde?
Levou um beliscão violento da magrinha:
– Pára de faniquito! Não vê que esta é a hora de eu me
arrumar? Não sei o que é esse troço há um tempão!
A baixinha baixou a crista:
– Tá legal! Mas vê se não dá mole! Mulher tem que ser sempre
difícil pra endoidar ainda mais o homem!
A magrinha estava caidaça pelo sujeito:
– Isso é besteira! Quem resiste ao charme dele? Parece até
um príncipe, sem falar no ar distinto! Deve ser um cavalheiro, como não se vê
mais hoje!
A baixinha olhou melhor e se empolgou:
– Céus! Parece o Clarque Quente com aqueles óculos! É
charmoso demais.
A magrinha deu uma cotovelada na baixinha:
– Deixa de fazer escândalo! E quem é esse cara aí?
A outra, extasiada:
– É aquele repórter que vira Super-Homem! É cara de um,
focinho do outro! Puxa, menina, você precisa ler mais pra ficar culta!
A magrinha, de quatro:
– Agora, me lembrei! Aqueles óculos dele me deixaram
arrepiada! Puxa, se ele chegar e pedir, eu dou!
A baixinha engrossou:
– Deixa de ser oferecida, menina! E, agora que eu reparei
bem, acho que ele tá é olhando pra mim por trás daqueles óculos enormes! Eu sei
por causa de que, quando olhei pra ele, ele se mexeu todo no banco!
A magrela se encrespou:
– Isso é sacanagem sua! Sabe há quanto tempo eu não namoro?
A outra nem queria saber:
– Guerra é guerra! Eu também sou filha de Deus! E tô no
maior atraso feito você!
A magrinha estava tão carente que resolveu brigar pelo
camarada:
– Se você continuar olhando pra ele, meto a mão no meio da
sua cara, sua desavergonhada!
Veio a resposta:
– Desavergonhada é a senhora sua mãe!
Pronto, as duas se embolaram no chão do trem, enquanto o
cara, objeto de desejo delas, apertava os olhos e perguntava, aflito:
– O que é isso? É assalto, por acaso? Puxa, minha miopia tá
tão forte, que mal consigo enxergar um palmo diante do nariz!
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