Socialismo é a subordinação de tudo ao desejo dos burocratas do Estado e do partido governante. É o que temos no Brasil.
O PT está no poder há 11 anos e desde que desembarcou no Palácio do Planalto não perdeu tempo e pôs em andamento seu processo socialista de poder. É verdade que os governos anteriores já tinham marchado para o socialismo, mas o PT o fez em passo acelerado. Dizer que a economia brasileira é capitalista é mera força de expressão, na medida em que há elevada tributação, acelerada estatização, regulação draconiana - que transforma donos de empresas em vacas de presépio -, insegurança jurídica e, sem esgotar tudo, o poder de compra do Estado, que em alguns mercados é quase monopsonista. Fora do Estado não há processo econômico.
Os grandes grupos empresariais foram transformados em sócios do Tesouro. Inversamente, o Tesouro é agora o sócio dos grandes grupos empresariais, frequentemente na condição de majoritário. Ou indiretamente, via BNDES e fundos de pensão de empresas estatais. O socialismo em vigor é o mesmo de sempre, a união do Estado com os grandes grupos capitalistas, preconizada por Hilferding. É o fascismo econômico, a face possível do socialismo, sobretudo depois do fracasso das economias centralmente planificadas. O poder do monopólio de emissão de moeda e de compra e venda de moeda estrangeira dá ao Estado o controle total sobre o processo econômico.
Quando não é sócio é porque é dono ele mesmo da principal empresa, como no setor bancário. E regulamenta tanto que as decisões empresariais acabam por ser meros reflexos das decisões dos burocratas estatais.
Socialismo é essa união indissolúvel entre o Estado e os grandes grupos empresariais, uma estatização tácita do setor produtivo. Socialismo é a politização completa da economia, na qual o setor privado acaba completamente emasculado. Socialismo é a subordinação de tudo ao desejo dos burocratas do Estado e do partido governante. É o que temos no Brasil.
Por isso li com espanto o artigo de Vladimir Safatle na Folha de São Paulo (Capitalismo de espoliação). O autor demonstra saber muito bem o que houve no governo Lula, mas continua acusando o capitalismo das mazelas criadas pelo modo socialista/fascista de conduzir a economia. Aqui estamos diante de um caso clássico de paralaxe cognitiva, nos termos definidos por Olavo de Carvalho. A coisa toda foi criada pela corriola socialista do Sr. Safatle, mas ele só enxerga a culpa do capitalismo. É um propagandista agressivo da causa e não tem pejo de negar a realidade para continuar na sua propaganda.
Antes que digam algo: o fascismo sempre foi primo-irmão do socialismo e o tempo mostrou que ele é mais consistente do que aquilo que era defendido pelos que advogavam pelo planejamento central. Creio que estamos vendo na Europa e no mundo todo o esgotamento desse modelo econômico, que mata a vitalidade dos agentes. O fascismo tem a vantagem de manter o formalismo da liberdade de mercado, mas todos sabem que as liberdades se dão dentro de um jogo de cartas marcadas, em que o juiz é dono da bola, faz as regras, muda-as quando quer, é dono do campo e é dono dos times. Não há liberdade, na prática. Tudo se encontra enrijecido por regulamentos e licenças.
É claro que essa maneira de fazer as coisas acaba por encarecer os produtos e atrofiar a poupança. Receita da gênese da crise, com baixo crescimento do PIB e elevação da inflação. É o que nos informam as manchetes do dia. É o que sentimos na prática. Socialismo é perdição. Não há mais como ter “pibão”.
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