MIRANDA SÁ
“Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez consciente” (Martin Luther King)
Machado
de Assis conta no seu livro “Balas de Estalo” uma anedota vivida pelo
Barão de Drummond (ele gravou com dois “m”) e o Coronel Gordilho. Este
último foi motivo de chacota porque, interpretando mal uma ordem
superior, prendeu o maçom Luís Prates acusado de participação no
movimento revolucionário de 1817 que estourou no Nordeste.
Tempos
depois interpretando o fato, o Barão assim se referiu: “O autor da
prisão (de Luís Prates) foi o Gordilho que depois, “por merecimento da
sua ignorância”, se tornou Marquês de Jacarepaguá e senador do Império.
Machado
chamou a expressão “por merecimento da sua ignorância” uma “bala de
estalo” – um artefato que riscando na caixa de fósforo estoura, e que
usei muito quando eu era menino na época de São João. A frase, por
exprimir o julgamento negativo de uma premiação é realmente um estalo.
Triste
é que a ignorância entre os poderosos imperiais atravessou os anos e
chegou à República na esfarrapada Democracia que vivemos. Ninguém
“ignora” a palavra.
Ignorância;
é um substantivo feminino dicionarizado como falta de saber, de
conhecimentos; a característica de quem não tem informação ou não está a
par do que se passa à sua volta.
O
povão na sua inteligência ampliou o conceito de ignorância para
boçalidade, estupidez, grosseria e rudeza. Num dos meus últimos artigos
fui criticado por citar como exemplos da decadência cultural no Brasil a
intelectualidade eleita pela mídia, e a composição da Academia
Brasileira de Letras e do Supremo Tribunal Federal.
Respondo
à crítica através deste artigo que é lido por milhares de seguidores no
Twitter e no Facebook. Julgo com a sabedoria dos antigos gregos que nos
legou uma lição do grande Aristóteles: “o ignorante afirma, o sábio
duvida, o sensato reflete”; isto basta para reafirmarmos minha menção
aos “novos intelectuais”, “novos imortais” e novos “ministros togados”.
Como
a “ignorância e a arrogância são duas irmãs inseparáveis, com um só
corpo e alma” no dizer de Giordano Bruno, nós as encontramos como uma
atração fatal dos fascistóides lulopetistas.
Haveria
um exemplo maior de ignorante do que o pelego Lula da Silva, embora
driblando a opinião pública com a astúcia e os ardis de pelego escolado
na política sindical? E que, através dele, também tivemos na Presidência
“por merecimento da sua ignorância” Dilma Rousseff, que foi
defenestrada do cargo, mas continua a divulgar – sem o menor acanhamento
– o seu besteirol de “work alcholic”.
Consideramos,
também, a estupidez da fração populacional brasileira que se revela
cega e faz ouvidos moucos às revelações sobre Lula e Dilma. Chega a 30%
da população, incluindo pessoas que ocupam posições de relevo social.
Registram-se
artistas, jornalistas, professores e até escritores, assumindo a
ignorância ao defender o lulopetismo como se fora socialismo, e
confundindo o narcopopulismo como finado stalinismo. Desconfia-se que é
por interesse. Fala-se que é mercenarismo. Seja como for, fingidores ou
não, travestem-se de ignorantes.
Dizem,
também, que muitos destes surfistas da ignorância política o fazem por
vaidade, repetindo como papagaios as palavras-de-ordem dos chefetes
partidários para atrair holofotes.
Esta
versão me agrada, por que os psicólogos dizem que a ignorância está
sempre pronta a admirar-se a si própria, e parece ser o diagnóstico
correto para os seguidores do Partidos dos Trabalhadores e suas linhas
auxiliares…
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA
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