Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Reforma da Previdência está dividindo até a base parlamentar do governo

Pedro do Coutto

Levantamento de O Estado de São Paulo, reportagem de Vera Rosa,  revela que 124 deputados dos partidos que formam a chamada base aliada do presidente Michel Temer estão dispostos, até o momento, a votar contra o projeto de reforma da Previdência. Se o governo está dividido na Câmara, consequentemente a oposição se fortalece em seu movimento contra a emenda constitucional. E não só a oposição se fortalece. Mas a reportagem de Vera Rosa provavelmente influirá no desfecho da convenção de hoje do PSDB na cidade de São Paulo. Torna ainda mais distante a remota possibilidade de os tucanos fecharem a questão ao longo de seu voo rumo ao Palácio do Planalto.
Voo este que conduz a candidatura de Geraldo Alckmin à sucessão presidencial de 2018. Ele agora obteve o apoio do prefeito João Dória que, por sua vez, sustenta a opinião de que Michel Temer não deve marcar presença no palanque do governador de São Paulo. Um caso nítido de impopularidade.
SEM APOIO – E foi sem dúvida a falta de apoio popular o principal motivo que levou o governo a adiar por mais uma semana o início da tentativa de votação da emenda constitucional que amplia os limites de idade para aposentadoria.
Michel Temer excluiu os militares das restrições propostas, porém esqueceu que elas atingem a magistratura do país de modo total. E não só a Magistratura: o Ministério Público, a Procuradoria da República, o funcionalismo de modo geral.
O vice líder do governo na Câmara, Lúcio Moschini, do PMDB, situa-se entre os opositores da matéria, enquanto Michel Temer em encontro realizado em São Paulo na sexta-feira, formulou um incrível pedido aos empresários e executivos para que pressionem deputados no sentido de que votem a favor da reforma.
FALTA DE ÉTICA – No momento em que um presidente da República faz apelo público a empresários para que pressionem parlamentares, Temer rompe de forma total com a ética política. Pois se o projeto é de sua responsabilidade, qual o motivo que o leva a pedir suporte da classe de maior renda da sociedade? Uma classe que necessita muito menos do INSS do que os 104 milhões de trabalhadores brasileiros. É o fim de um cínico episódio que a partir de hoje deve ser anexado à história politica do Brasil.
O governo fala em déficits seguidos na previdência social pública, mas nada diz em relação às dívidas de empresas para com o sistema e quanto à resistência parlamentar voltada para não aprovar o projeto que acaba com as desonerações em série concedidas pelo governo Dilma Rousseff. A equipe econômica, chefiada pelo ministro Henrique Meirelles, contava com uma receita de 8 bilhões de reais por mês se tais desonerações fossem canceladas. Porém, os empresários alegam direitos adquiridos – reportagem de Marli Prado, Folha de São Paulo de ontem – e anunciam uma avalanche de ações judiciais.
DIREITOS ADQUIRIDOS – Eu pensei, francamente, que a tese de direitos adquiridos pertencesse ao funcionalismo público, da mesma forma que aos celetistas. Agora vejo que não. Funcionários públicos e os regidos pela CLT têm a companhia dos empresários brasileiros. O tema, assim, abrange todas as classes socioeconômicas.
Tenho dúvidas quanto a adesão do empresário Geddel Vieira Lima a esta tese.






















extraídadetribunadainternet

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