MARIA INÊS DOLCI FOLHA DE SP
Pois isso já aconteceu comigo e com pessoas próximas, que têm recebido chamadas telefônicas durante o dia, à noite ou também em finais de semana.
Nós bloqueamos números no smartphone, mas eles continuam tentando por meio de novas ligações do mesmo DDD ou de outros Estados.
A impressão é que os call centers têm sistemas que simulam números e que discam em cascata para cumprir as metas de seus colaboradores. Para o consumidor, é uma tortura que se repete quase diariamente.
No passado, ironizávamos a chamada "fidelização", o cerco ao cliente para vender de qualquer jeito. Pois era muito mais suave do que se verifica agora.
As empresas terceirizadas que vendem para operadoras de telecomunicações e bancos não respeitam o consumidor e tentam nos empurrar pacotes de TV por assinatura, contratos de telefonia e produtos bancários com uma sem-cerimônia que nos irrita e até assusta.
É também evidente que a atual e longa recessão econômica brasileira apimentou essa relação, transformando-a em uma espécie de "vale-tudo comercial".
Em lugar de bordoadas e pontapés, esse marketing apela para assédio comercial, viola as mais comezinhas normas de civilidade e provoca repúdio a determinadas marcas famosas.
Para se defender, recomenda-se que você instale aplicativos para bloquear chamadas de telefones e SMS desconhecidos ou cadastrados em uma lista especial.
Também é possível bloquear chamadas de telemarketing mediante cadastro nos Procons de vários Estados, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Alagoas.
Uma lei federal poderia tornar obrigatório esse serviço em todos os Estados, para ser executado pelos Procons, unificando as legislações já existentes.
Além disso, deveria ser criado um ranking de empresas que mais geram reclamação por abusos no telemarketing, para exposição em meios de comunicação e redes sociais.
O consumidor também pode se precaver não atendendo ligações de números desconhecidos.
Empresas de vendas usam sistemas que discam para milhares de telefones.
Quando alguém atende, aumenta a probabilidade de que o número do seu telefone seja incluído em uma lista de telemarketing. Ou seja, que passe então a receber mais ligações de televendas.
Um lembrete às empresas que se utilizam desse expediente de marketing destrutivo (muito pior do que o agressivo): os brasileiros estão mais conscientes de seus direitos e não toleram mais corrupção, desrespeito e invasão de privacidade.
O Código de Defesa do Consumidor, uma das melhores legislações de consumo do mundo, está em vigor desde 1991, portanto já há uma geração que viveu integralmente sobre a proteção do CDC.
Espero que o Ministério Público, órgãos de defesa do consumidor e autoridades em geral dediquem especial atenção a este absurdo assédio comercial.
Chega de invadir nossos lares com ligações indesejadas!
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BLITZ DE VENDAS
Táticas usadas pelo telemarketing agressivo
Robô-secretário
"Alô, têm alguém aí?" Algumas empresas fazem a ligação com robô. Quando o usuário aguarda na linha, a ligação é transferida para um atendente. Se não há ninguém disponível, a ligação cai
Escapada rápida
Alguns atendentes desligam o telefone antes que o cliente possa dizer "gostaria que você parasse de me ligar", como uma forma de se prevenir de provas contra a empresa
Celebridades
Michel Teló e Luan Santana vendem planos de celular. Francisco Cuoco oferece um plano funerário, e Moacyr Franco já foi garoto-propaganda de suplementos nutricionais. Parece uma ligação espontânea, mas é uma gravação
A praga do fixo
Recebeu uma ligação indesejada no celular? Basta bloquear o número. Por isso, as centrais de telemarketing preferem ligar no fixo, já que, nesse meio, nem todos sabem como bloquear números indesejados (Vivo e Oi disponibilizam esse serviço)
Insistência é chave
Se o operador não consegue vender o produto ou falar com o cliente almejado, muitos sistemas de telemarketing são programados para continuar insistindo, e alguns chegam a ligar mais de uma vez por dia
O cliente ideal
As centrais de telemarketing e empresas têm bancos de dados para selecionar clientes com o perfil adequado. Aposentados, idosos e quem tem dinheiro sobrando no banco são alvos atraentes
extraídadeavarandablogspot
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