Carlos Newton
É impressionante o lobby conduzido pelo PT para convencer a opinião
pública de que Lula conseguirá registrar sua candidatura na Justiça
Eleitoral e vai disputar a eleição, mesmo se já tiver sido condenado
pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (4ª Região). Essa
possibilidade é o prato principal do parecer à la carte assinado pelo
professor Luiz Fernando Casagrande Pereira, do Paraná, a pedido
do senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
ESTRANHA TESE – O parecer por encomenda defende a estranha
tese de que Lula poderá disputar as eleições mesmo que o Superior
Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal não lhe concedam
liminar para suspender a inelegibilidade que viria com a sentença do
TRF-4.
Diz o ilustre professor que, mesmo nessa situação-limite, o PT poderá
registrar a candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral em
agosto e só então ela seria objeto de impugnação. E se todos os prazos
para o julgamento forem cumpridos no TSE, o eventual afastamento só
ocorreria em 12 de setembro. Neste intervalo de um mês, Lula já estaria
em plena campanha.
Em cima dessa tese esdrúxula e fantasiosa, o PT está fazendo um
carnaval, plantando reportagens e artigos repetitivos, batendo sempre na
mesma tecla.
TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – Sonhar ainda não é proibido,
mas desta vez o PT está delirando. A candidatura de Lula
ficará juridicamente impedida assim que ele tiver a condenação
confirmada pelo TRF-4. Em tradução simultânea, não haverá o registro da
candidatura dele, será negado pelo TSE, automaticamente, em cumprimento à
Lei da Ficha Limpa.
A única possibilidade de recurso seria a condenação de Lula por 2
votos a 1 no TRF-4. Se isso ocorrer, Lula pode requerer embargos
infringentes, pedindo um novo julgamento, com mais dois desembargadores
em plenário.
Tudo isso é meio delirante, porque teria de ocorrer após agosto. Mas
acontece que o julgamento de Lula vai transcorrer muito antes disso,
acredita-se que a decisão ocorra em abril ou maio. E o retrospecto do
tribunal é de condenação por unanimidade, como acaba de ocorrer com o
petista João Vaccari, que teve a pena aumentada para de 10 para 24
-anos.
CAIR NA REALIDADE – Não adianta ficar sonhando nem inventar
pareceres. É preciso cair na realidade. Nesse páreo, Lula é um cavalo
paraguaio que nem vai participar da largada. Os desembargadores que
integram a 8ª Turma do TRF-4 não são de brincadeira. Além disso, o
Tribunal Superior Eleitoral estará sendo presidido pelo ministro Luiz
Fux, que já declarou que Lula não poderá ser candidato, em obediência ao
princípio constitucional da Moralidade.
Portanto, é preciso que as pesquisas passem a ser feitas também sem o
nome de Lula, para que se tenha uma noção mais próxima da realidade.
Assim, além da resposta espontânea à pergunta “Em quem você vai votar
para presidente da República”, é preciso oferecer ao entrevistado a
opção da lista de candidatos excluindo Lula e incluindo a nova
concorrente, Manuela D’Avila, do PCdoB. Aí, sim, teremos uma pesquisa
mais próxima da realidade.
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P.S. – Lula usa a campanha política como forma de
pressionar o Judiciário para ser inocentado dos muitos crimes que
cometeu. Mas é ilusão à toa, como diria o compositor Johnny Alf.
P.S. 2 – Sem a candidatura de Lula, é claro que Bolsonaro
vai direto para o segundo turno, com cerca de 20% dos votos. E a grande
dúvida é saber quem irá disputar com ele. Façam suas apostas. (C.N.)
EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET
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