Jornalista Andrade Junior

sexta-feira, 24 de março de 2017

Morrer na guerra pela corrupção?

Carlos Chagas

Nenhum dos 83 deputados, senadores, ministros, ex-ministros e ex-presidentes da República admitiu participação na corrupção, objeto das acusações do Procurador Geral da República. A maioria preferiu aguardar a íntegra dos documentos entregues por Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal. A exceção foi o senador Romero Jucá, para quem o Congresso não pode ficar paralisado, tremendo de medo, pois deve votar as reformas impostas pelas circunstâncias. “Estamos na guerra e morrer na guerra acontece” – comentou.
É preciso saber como terminará a guerra e em quanto tempo a paz será celebrada. No mínimo quatro anos, dizem os observadores, até que terminem as investigações e os julgamentos. Com e sem foro privilegiado, chegam por enquanto a 211 as tropas de um lado, assim como perto de mil, de outro. Procuradores, promotores, juízes e policiais contra políticos.
A segunda guerra mundial acabou com a explosão da bomba atômica e quarenta milhões de mortos. Agora, os números serão bem menores, mas nem por isso o final será menos devastador. Porque o risco é de desaparecem o Congresso, os partidos, a Constituição e o processo eleitoral, ou seja, a democracia.

DE CABEÇA PARA BAIXO – Nada mais hilariante, além de verdadeiro, do que o desabafo do deputado Paulo Maluf. Ele não perde a oportunidade de comentar a ausência de seu nome do mensalão, do petrolão e de montes de acusações que atingem políticos e parlamentares de todos os matizes. Recebe do Procurador-Geral da República um atestado de honestidade que nem Irmã Dulce receberia. Vê-lo desfilar pelos corredores da Câmara virou obrigação de todos. Pena que não possa viajar para qualquer país do mundo, obrigado a manter sua honestidade restrita aos limites do Brasil. Se botar o pé no estrangeiro será preso pela Interpol.



































extraídadetribunadainternet

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