Jornal do Brasil
Após uma sequência avassaladora de escândalos de corrupção que não são de hoje, e com cifras que, apesar de as investigações ainda estarem longe do fim, já alcançam valores na casa dos bilhões de dólares, como a quadrilha da Odebrecht continua na ativa, se enriquecendo e destruindo o resto de um país que, no ranking das economias mundiais, só está acima da Venezuela?
O país está destruído, com uma crise econômica sem precedentes, uma taxa de desemprego que atinge 23 milhões de pessoas e vários estados falidos, mas a Odebrecht continua existindo.
Nada menos que setenta e sete de seus principais executivos fizeram delações premiadas. Ou seja, sete dezenas de empresários tinham conhecimento das supostas milionárias corrupções.
Segundo as investigações, a empreiteira tinha o requinte de possuir um departamento exclusivo para a distribuição de propinas - um verdadeiro deboche com a população que hoje sofre com as consequências da crise. E até o momento, as estimativas do volume de propina que este departamento teria movimentado chegam a espantosos US$ 3,3 bilhões, só entre 2006 e 2014.
Se este foi o valor pago pela empreiteira, segundo as investigações, imaginem o montante que deve representar as supostas vantagens obtidas pela empresa.
Em dezembro do ano passado, a Odebercht divulgou nota oficial reconhecendo seus erros. Uma iniciativa tímida diante do estrago causado ao país.
"A Odebrecht reconhece que participou de práticas impróprias em sua atividade empresarial."
"Não importa se cedemos a pressões externas. Tampouco se há vícios que precisam ser combatidos ou corrigidos no relacionamento entre empresas privadas e o setor público."
"O que mais importa é que reconhecemos nosso envolvimento, fomos coniventes com tais práticas e não as combatemos como deveríamos", disse a empreiteira na nota.
Será que realmente não importa que haja vícios que precisam ser combatidos no relacionamento entre empresas privadas e o setor público?
Será que realmente o que mais importa de tudo isso seja apenas o reconhecimento do envolvimento?
Ou será que o que mais importa é o ressarcimento aos cofres públicos? A recuperação da economia e da dignidade do país?
Por muito menos Al Capone, o gângster que virou símbolo de práticas ilegais, mas que nem por isso tinha poder para causar a destruição de um país, foi para a cadeia e seu esquema foi desmantelado.
Quando veremos a Justiça ser feita no caso da Odebrecht, uma empreiteira que ainda levou para outros países da América Latina suas práticas, manchando o nome do Brasil internacionalmente?
O país está se desintegrando em função dos roubos das quadrilhas de Cabral e da Odebrecht que nem entre elas se entendem. Eles estão em conflito pelo próprio butim. O que consta é que a Andrade Gutierrez foi mais pragmática: teria pago para que todos salvassem seu chefe de quadrilha.
A escola de muitos executivos, como os da OAS e da Queiroz Galvão, foi a Odebrecht. Os outros, pequenos, também foram infectados pela febre da corrupção que lamentavelmente não mata o infectado, mata sim a nação. Se a nação for soberana, como é a nossa nação, não podemos morrer antes que esses infectados morram. A morte necessariamente não precisa ser a da vida humana, mas tem que ser a da vida profissional de todos esses marginais. Eles não podem ter o direito a mansões e carros de luxo, aviões e fazendas com o sangue que sugaram do povo brasileiro.
Não devemos e não podemos aceitar mais que essa mancha que são eles se alastre, destruindo o Brasil. E que se achem no direito de, todos os dias, no noticiário, destruir e manchar ainda mais.
extrraídaderota2014blogspot
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