Com Estadão Conteúdo
Pressionada a agilizar a ajuda aos governadores que decretaram
calamidade financeira, a equipe econômica propôs nesta terça-feira, 13,
um programa de socorro aos Estados que estão em maior dificuldade
financeira. A criação de um regime Especial de Recuperação Fiscal para
os Estados em desequilíbrio financeiro foi incluída no texto do projeto
de lei que trata do acordo da dívida com os Estados, em tramitação no
Senado.
É uma espécie de Proer para os Estados, o programa de salvamento de
bancos do governo Fernando Henrique Cardoso. Os Estados terão até 36
meses para ajustar as suas finanças, período que pode ser renovável.
A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, foi na noite desta
terça ao plenário do Senado para fazer um corpo a corpo com senadores
para levar pessoalmente a proposta. Além das medidas econômicas que o
presidente Michel Temer vai anunciar amanhã, essa é mais uma frente da
equipe econômica para ativar a economia - a financeira dos Estados tem
contribuído para a piora do quadro econômica e das incertezas políticas.
A proposta prevê a suspensão do pagamento das dívidas desses governos à
União por 36 meses. Esse período de carência nos pagamentos vai durar
enquanto o Estado estiver sob o regime especial - a suspensão dos
pagamentos, porém, não poderá ser prorrogada, e a dívida não será
perdoada. Em compensação, os governadores terão de adotar algumas
medidas, como aumentar a alíquota de contribuição previdenciária dos
servidores para, no mínimo, 14%; congelar reajustes salariais e adotar
programa de redução de jornada e de salário.
O relator do projeto da dívida dos Estados, senador Armando Monteiro
(PTB-PE), incluiu a proposta no seu parecer. Com as mudanças, a votação
do projeto ficou para hoje, por decisão do presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL). "Fui informado de que o Ministério da Fazenda
proporia um regime especial para Estados em dificuldades. Por isso,
manifestei de pronto minha disposição em acolher esse regime especial",
disse Monteiro. A instituição do regime especial foi incluída por meio
de subemenda apresentada pelo líder do governo no Senado, Aloysio Nunes
(PSDB-SP). "O regime vai dar fôlego indispensável para a prestação de
serviços nos Estados", disse.
O relator sinalizou o acolhimento de emenda do senador Ricardo Ferraço
(PSDB-ES), que propõe tempo maior de vigência do teto de gastos nos
Estados. A proposta inicial previa duração de dois anos, mas a emenda
estendeu para dez anos, com possibilidade de revisão no método de
correção no 5.° ano. Essa medida vai ao encontro dos pontos já
negociados entre governadores e a União.
A atuação nas negociações teve o empenho maior do governador do Rio,
Luiz Fernando Pezão, que foi ao Senado para costurar um acordo. Rio
Grande do Sul e Minas também pressionam para que a criação do regime
seja acelerada. Os empréstimos nos quais o Tesouro deu garantia serão
honrados pela União durante a vigência.
A proposta prevê ainda a criação de amarras para garantir que só Estados
em grande dificuldade entrem no regime. Os governos estaduais também
poderão ter aval do Tesouro para operações de crédito hoje travadas
porque o Tribunal de Contas da União é contrário à concessão de
garantias para Estados com nota de classificação de risco (rating)
baixas
EXTRAÍDADEROTA2014BLOGSPOT
0 comments:
Postar um comentário