Bernardo Mello Franco
Folha
O lobista descreve o passo a passo das transações no balcão parlamentar. Em abril de 2013, sua missão era aprovar uma medida provisória que alterava a cobrança de impostos federais sobre a indústria química. O assunto foi negociado com o atual líder do governo no Congresso.
“O senador Romero Jucá, em reunião realizada no seu gabinete, solicitou-me apoio financeiro atrelado à aprovação do texto que interessava à companhia”, conta o lobista.
CENTRALIZADOR – Ele identifica o ex-ministro como “centralizador” e “organizador dos repasses” ao PMDB no Senado. “Jucá sempre deixou claro para mim que, em momentos como o ocorrido aqui de solicitação de vantagem pecuniária, ele também o fazia em nome de Renan Calheiros”, afirma.
Nesta terça (20), os repórteres Julio Wiziack e Camila Mattoso informaram que a empreiteira ganhou ao menos R$ 8,4 bilhões com duas MPs citadas na delação. É difícil imaginar um negócio mais lucrativo, considerando que o “investimento” em propinas foi de R$ 16,9 milhões.
As provas entregues à Procuradoria também mostram como Marcelo Odebrecht se envolvia pessoalmente nas negociações. Num e-mail enviado em agosto de 2013, ele demonstra impaciência ao saber que o senador Eunício estava atrasando a tramitação de uma MP de seu interesse. “Que maluquice! O que ele ganha com isto?”, pergunta. “O de sempre”, responde Melo Filho.
EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET
0 comments:
Postar um comentário